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Clamídia: sintomas

Por Equipe Origen

Publicado em 25/08/2022

Mesmo com tantos avanços na medicina e nos meios de comunicação para alertar a população em relação à importância do uso de preservativos sexuais, ainda é alarmante o número de pessoas que contraem infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Esse continua sendo um problema de saúde pública, sobretudo a infecção por clamídia.

Outras ISTs, como gonorreia, tricomoníase, herpes genital, hepatites virais, sífilis, papilomavírus humano (HPV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV) também têm incidência preocupante, mas a clamídia ainda é a mais frequente. Isso se deve principalmente ao caráter assintomático dessa infecção — até 70% das mulheres e 50% dos homens não apresentam sintomas —, o que impede a busca por diagnóstico e aumenta a disseminação da doença.

Ainda que seja assintomática na maioria dos casos, é importante que as pessoas sexualmente ativas observem possíveis alterações relacionadas à doença, mesmo que sejam brandas. Isso pode evitar complicações como a infertilidade.

Neste post, vamos mostrar quais são os principais sintomas de clamídia. Confira!

O que é clamídia?

A clamídia é uma infecção bacteriana, provocada pelo agente etiológico Chlamydia trachomatis. A prevalência é maior entre os adultos jovens sexualmente ativos, afetando mais o público feminino.

O patógeno pode ser transmitido por todo os tipos de sexo desprotegido em que ocorra contato com alguma mucosa da pessoa infectada — vaginal, anal ou oral. A doença também é adquirida por transmissão vertical, isto é, de mãe para filho durante o trabalho de parto.

É uma condição silenciosa, mas que pode deixar sequelas no trato genital, prejudicando as funções do sistema reprodutor de mulheres e homens que não realizaram o tratamento correto. Além disso, a clamídia pode evoluir para infecções extragenitais (retais e orofaríngeas).

Outro fator preocupante é que a infecção por clamídia e por outras ISTs não ulcerativas, como gonorreia e tricomoníase, aumenta o risco de transmissão e aquisição de outras ISTs, incluindo o HIV. Portanto, o diagnóstico precoce é fundamental para realizar o tratamento necessário e evitar novas infecções.

Quais são os sintomas de clamídia?

A infecção por clamídia é assintomática na maior parte dos casos. Quando os sintomas aparecem, tanto a mulher quanto o homem podem apresentar:

  • dor no baixo abdome;
  • dor ou ardor para urinar;
  • coceira e irritação na região genital;
  • aumento da frequência urinária;
  • secreção genital.

As mulheres podem ainda ter sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual. A dor durante a relação também é um possível sintoma. Além disso, é bom observar o aspecto da secreção vaginal, que é amarelada e com mau odor quando indica infecção.

Os possíveis sintomas masculinos também incluem bolsa escrotal inchada e dolorida, assim como dor na relação sexual ou na ejaculação.

Podemos dizer que a infertilidade é outro sintoma de clamídia, mas, na verdade, é uma consequência. Essa infecção é muito insidiosa e leva a sérias consequências se não for devidamente tratada, principalmente a longo prazo.

A doença pode desencadear infertilidade masculina, pois suas sequelas incluem obstruções no trato reprodutivo decorrentes de processos inflamatórios na uretra, na próstata e nos epidídimos, podendo se alastrar para os testículos.

Nas mulheres, a bactéria afeta primeiramente o colo do útero ou cérvice, causando cervicite. A infecção pode se espalhar para o trato reprodutivo superior, atingindo o revestimento interno da parede do útero (endométrio) e as tubas uterinas, caracterizando um quadro de doença inflamatória pélvica (DIP).

A infertilidade feminina em portadoras de clamídia tem relação com prejuízos uterinos e tubários decorrentes da DIP. Outras complicações da infecção na mulher são dor pélvica crônica e risco aumentado de abortamento de repetição e gravidez ectópica.

Quanto às intercorrências obstétricas, há ainda o risco de rotura prematura das membranas, parto prematuro e infecção neonatal. Quando infectado, o bebê pode desenvolver conjuntivite e pneumonia.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento da infecção por clamídia?

Não é possível esperar a manifestação dos sintomas para fazer a pesquisa de clamídia, visto que grande parte das portadoras é assintomática. A arma mais efetiva seria conversar com o ginecologista de rotina e solicitar o exame de rastreio em caso de vida sexual ativa, falha no uso de preservativo e mudança de parceiro.

O ideal é que a clamídia seja diagnosticada em sua fase aguda, pois a infecção que já ocorreu há algum tempo possivelmente deixou sequelas que não regridem com o tratamento.

As complicações da clamídia ocorrem devido a uma alteração na resposta do sistema imunológico, que pode perdurar mesmo que a infecção não esteja mais ativa.

Felizmente, os meios atuais de diagnóstico, incialmente apenas sorologia, contam com um recurso de alta sensibilidade para o rastreio dos patógenos que não são identificados por meio de exames de microscopia convencional. São os métodos de captura híbrida e testes de amplificação de ácido nucleico (NAAT), que foram desenvolvidos com os avanços da biologia molecular.

Com a confirmação diagnóstica, o tratamento da clamídia é feito com antibióticos da classe das tetraciclinas (azitromicina ou doxiciclina). O uso dos medicamentos deve ser estendido ao parceiro da pessoa infectada.

É possível engravidar nesses casos?

A gravidez espontânea é possível dependendo de quando foi realizado o tratamento da clamídia. Se houve sequelas no sistema reprodutor, pode ser necessário buscar os serviços de reprodução assistida para engravidar.

No homem, a obstrução no trato reprodutivo leva à uma condição chamada azoospermia, que significa ausência de espermatozoides no sêmen. Nessa situação, é preciso recuperar os espermatozoides com técnicas de punção ou microcirurgia para fazer uma fertilização in vitro (FIV).

A mulher com histórico de clamídia, por sua vez, pode ter desenvolvido endometrite e salpingite — inflamação no endométrio e nas tubas uterinas — acarretando baixa receptividade uterina e obstrução tubária. Nesses casos, a FIV também é indicada.

Confira nosso texto principal sobre infecção por clamídia para ver outras informações a respeito da doença!