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Endometrioma no ovário

Por Equipe Origen

Publicado em 12/09/2022

O sistema reprodutor feminino precisa estar em pleno funcionamento para que uma gravidez aconteça. Isso inclui níveis equilibrados de hormônios e órgãos em boas condições anatômicas e funcionais. No entanto, existem muitas doenças que alteram as funções dos órgãos reprodutores, causando infertilidade feminina — entre elas, está o endometrioma no ovário.

A aparelho sexual da mulher é dividido em trato inferior e superior. Na parte mais baixa, estão a vulva, a vagina e o colo do útero. Os órgãos do trato reprodutivo superior são o útero, as tubas uterinas e os ovários.

A camada interna do útero, chamada de endométrio, é o local onde o embrião se prende ao iniciar a gravidez. Também é na cavidade uterina que o feto se desenvolve, recebendo os nutrientes necessários do corpo da mãe.

Na parte superior do útero, estão ligadas as tubas uterinas, uma de cada lado. São dois tubos que se prolongam até bem perto dos ovários. É em uma das tubas que a fecundação acontece e o embrião começa a se desenvolver. Também é função desses órgãos fazer a captação do óvulo.

Os ovários, por sua vez, são as glândulas responsáveis pelo desenvolvimento das células reprodutivas femininas, os óvulos. Outra importante função ovariana é a produção dos hormônios estrogênio e progesterona.

Assim, todos esses órgãos do sistema reprodutor feminino estão anatômica e funcionalmente interligados para promover o processo de reprodução humana.

A endometriose é uma das doenças que mais afeta a fertilidade feminina, causando lesões em várias partes do sistema reprodutor. Mas qual é a relação entre endometriose e endometrioma no ovário?

Leia o post inteiro para obter as respostas!

O que é endometriose?

Endometriose é uma patologia ginecológica de aspecto crônico e inflamatório. Sua principal característica é o crescimento de endométrio fora do útero, em várias partes da região pélvica, como peritônio, ligamentos que sustentam o útero, intestino, ovários e tubas uterinas.

Esse tecido endometrial, que não deveria estar em outros locais da pelve, responde ao estímulo do hormônio estrogênio — responsável pela proliferação das células endometriais —, cresce e provoca sangramentos, tal qual ocorre dentro do útero no período menstrual. Assim, as células de defesa reagem, provocando inflamação nos órgãos afetados pelas lesões endometrióticas.

A doença é classificada de acordo com as características das lesões, em relação à localização e à profundidade. Assim, existem três tipos de endometriose: peritoneal superficial, ovariana e infiltrativa profunda.

O que é endometrioma no ovário?

Endometrioma no ovário é um tipo de cisto causado pela endometriose. Podem se formar em apenas um ou nos dois ovários, sendo constituídos por tecido semelhante ao do endométrio intrauterino. Devido ao sangramento cíclico dessas lesões, o endometrioma se apresenta com um aspecto achocolatado por estar preenchido por sangue envelhecido.

A formação de endometrioma no ovário, assim como dos outros tipos de lesões endometrióticas, não tem suas causas totalmente esclarecidas, mas a principal teoria propõe que fragmentos do endométrio refluem pelas tubas uterinas durante a menstruação, se espalhando pela cavidade pélvica — lembrando que o fluxo menstrual é produto da descamação endometrial na ausência de gravidez.

Assim, acredita-se que os fragmentos superficiais do endométrio migram até o ovário e lá se implantam. Em razão do estímulo hormonal (estrogênico), esse tecido cresce, sangra e se acumula. Com o sangramento cíclico, há uma invaginação progressiva no córtex ovariano, formando o endometrioma.

Em grande parte dos casos, o endometrioma ovariano também está aderido à membrana peritoneal, que recobre os órgãos pélvicos, ou à parede posterior do útero. Além disso, geralmente, o ovário não é o único órgão afetado pela endometriose, pois a mulher também pode apresentar lesões dos outros tipos da doença, superficiais e profundas.

Quais são as consequências do endometrioma no ovário?

Como vimos, as funções ovarianas incluem o desenvolvimento dos óvulos e a produção dos hormônios reprodutivos. Sendo assim, o endometrioma oferece grande risco de infertilidade, visto que se forma próximo ao córtex do ovário, que também é o local onde estão os óvulos que ainda podem crescer para serem ovulados — o que chamamos de reserva ovariana.

O endometrioma no ovário deve ser tratado com muita cautela. Tanto o cisto quanto a cirurgia para removê-lo podem afetar a reserva ovariana, causando perda folicular — folículos são as unidades que guardam os óvulos — e reduzindo o número de gametas armazenados.

Os exames diagnósticos são necessários para confirmar a presença dos cistos e nortear o planejamento terapêutico. As técnicas indicadas incluem a ultrassonografia pélvica e a ressonância magnética da pelve.

Quais são as opções de tratamento?

O endometrioma no ovário pode vir a necessitar de tratamento cirúrgico. O procedimento indicado é a cistectomia por videolaparoscopia. Como existe o risco de lesão acidental e redução da reserva ovariana, a paciente tem a opção de fazer, antes da cirurgia, o congelamento dos óvulos.

A criopreservação de gametas e embriões faz parte da reprodução assistida. Assim, a mulher com endometrioma no ovário tem a chance de preservar sua fertilidade, caso a reserva ovariana seja severamente prejudicada. No momento em que ela decidir engravidar, os óvulos são descongelados e utilizados em tratamento com fertilização in vitro (FIV).

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