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Hipófise e fertilidade

Por Equipe Origen

Publicado em 16/09/2022

Vários fatores estão envolvidos nas chances de engravidar espontaneamente. O funcionamento correto do sistema reprodutor depende dos aspectos morfológicos e funcionais dos órgãos, assim como da ação de vários hormônios. Portanto, o sistema endócrino também participa do processo reprodutivo — aqui entra a relação entre hipófise e fertilidade, além de outras glândulas fundamentais.

O sistema endócrino se constitui por várias glândulas e órgãos que têm a função de secretar hormônios que regulam outros sistemas do organismo. Por sua vez, os hormônios são substâncias químicas que atuam como mensageiros pelo corpo, estimulando os órgãos a desempenharem suas funções.

Entre as glândulas que compõem o sistema endócrino estão hipotálamo, hipófise, tireoide, suprarrenais ou adrenais, pâncreas e gônadas — estas últimas são as glândulas sexuais, representadas pelos ovários na mulher e pelos testículos no homem. As gônadas são responsáveis pela produção dos gametas (óvulos e espermatozoides) e dos hormônios reprodutivos (estrogênio, progesterona e testosterona).

Siga com a leitura para entender de que forma hipófise e fertilidade estão relacionadas!

O que é hipófise?

A hipófise é uma das glândulas endócrinas. Fica localizada na base do cérebro, em uma cavidade óssea chamada sela túrcica. A ação da hipófise é regulada por outra estrutura cerebral, o hipotálamo. Por isso, podemos dizer que muitas funções do organismo dependem da atividade do eixo hipotalâmico-hipofisário.

A interação das duas estruturas cerebrais citadas produz respostas no sistema endócrino e no sistema nervoso central. Assim, a hipófise é vista como uma glândula mestra, capaz de estimular outas glândulas — gônadas, suprarrenais e tireoide, por exemplo — a produzirem seus hormônios.

A hipófise é dividida em duas partes que secretam diferentes hormônios: adeno-hipófise e neuro-hipófise. A primeira libera o hormônio do crescimento (GH), o estimulador da tireoide (TSH), o regulador das glândulas adrenais (adrenocortical), os gonadotróficos (FSH e LH) e a prolactina, que estimula a produção do leite materno. Já a neuro-hipófise secreta oxitocina, substância que age no trabalho de parto, e o hormônio antidiurético (vasopressina).

Qual é o papel da hipófise na fertilidade?

Hipófise e fertilidade estão diretamente relacionadas, pois a glândula secreta os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), chamados de gonadotróficos devido à ação que exercem sobre as gônadas.

O estímulo inicial parte do hipotálamo, que secreta o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), provocando a atividade hipofisária. Então, a hipófise libera FSH e LH, os quais estimulam as funções dos ovários e testículos.

Na mulher, os hormônios hipofisários promovem o crescimento dos folículos ovarianos. Dentro de cada folículo, há um óvulo que pode amadurecer e ser liberado para a fecundação. O desenvolvimento folicular não ocorre por igual (a mulher pode perder até 1000 óvulos por ciclo), um deles cresce mais que os outros, sendo normalmente o único a chegar ao estágio de ovulação.

Na metade do ciclo reprodutivo, ocorre um aumento súbito de LH, levando o folículo dominante ao amadurecimento final e à ovulação. Depois de liberar o óvulo, os resíduos foliculares formam o corpo-lúteo e começam a secretar os hormônios ovarianos, que preparam o útero para a gravidez.

Assim também, o sistema reprodutor do homem é estimulado pela atividade da hipófise. Os hormônios FSH e LH regulam as funções dos testículos, levando à produção de testosterona. Essa substância tem papel fundamental na produção de espermatozoides e na manutenção das características sexuais secundárias masculinas. Além disso, os hormônios hipofisários participam do desenvolvimento e do amadurecimento dos espermatozoides.

Como tratar as alterações hipofisárias?

Se a hipófise regula a fertilidade, logo podemos afirmar que problemas no eixo hipotalâmico-hipofisário afetam as funções do sistema reprodutor. A atividade incorreta da glândula deixa os níveis de FSH e LH desequilibrados, prejudicando diretamente o funcionamento dos ovários e testículos.

Na investigação da infertilidade, dosagens hormonais são solicitadas para verificar se há desequilíbrio nos níveis das substâncias que regulam as funções reprodutivas. Diante da concentração alterada dos hormônios hipofisários, também pode ser feita uma ressonância magnética da sela túrcica, com a finalidade de verificar lesões na hipófise ou no hipotálamo.

Veja quais são as doenças associadas à hipersecreção ou à liberação deficiente dos hormônios hipofisários:

  • tumores;
  • traumatismos;
  • hiperprolactinemia;
  • galactorreia;
  • hiper ou hipotireoidismo;
  • diabetes insipidus;
  • hipopituitarismo;
  • acromegalia;
  • doença de Cushing.

Em relação às funções sexuais e reprodutivas, especificamente, os distúrbios hipofisários podem causar: anovulação (ausência de ovulação), falhas na produção dos espermatozoides, redução da libido e disfunção erétil.

As dosagens hormonais são realizadas em conjunto a vários outros exames para avaliar a infertilidade masculina e feminina. Diante do diagnóstico de alterações na hipófise, um especialista deve determinar a forma de tratamento. A reprodução assistida também pode ajudar, quando os pacientes apresentam intenção de ter filhos, e não conseguem de forma natural.

As técnicas de reprodução assistida podem solucionar desde os casos mais simples até os mais complexos. Para isso, o casal passa por uma avaliação detalhada e, com base nos fatores de infertilidade identificados, traçamos o plano de tratamento mais adequado. As possibilidades incluem relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

Agora que esclarecemos a relação entre hipófise e fertilidade, aproveite para ler nosso texto que traz outras abordagens sobre a infertilidade feminina!