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Pólipo endometrial e reprodução assistida: qual é a conduta?

Por Equipe Origen

Publicado em 18/01/2024

Pólipo é o termo clínico que descreve qualquer neoformação que faça relevo na superfície interna (mucosa) de alguns órgãos. Pode ser uma estrutura séssil (rente ao tecido) ou pediculada (pendurada por uma haste).

No útero, essa alteração recebe o nome de pólipo endometrial; no estômago, pólipo gástrico; no intestino grosso, pólipo intestinal ou colorretal — apenas para citar alguns exemplos.

A maioria dos pólipos não oferece riscos graves à saúde, pois são lesões benignas. Raramente, e dependendo dos fatores de risco de cada pessoa — como idade avançada e neoformações volumosas — alguns pólipos podem sofrer transformação maligna, ou seja, podem dar origem a um câncer.

Embora o risco de malignização seja baixo, por segurança e prevenção, quando um pólipo é detectado em exames de imagem, os médicos costumam indicar o tratamento cirúrgico para retirá-lo.

Neste post, você vai entender o que é pólipo endometrial, como ele pode interferir na fertilidade e qual é a conduta na reprodução assistida para tratar casos assim. Confira!

O que é pólipo endometrial?

Pólipo endometrial é o tipo de formação polipoide que se desenvolve no endométrio uterino, tomando parcial ou totalmente a cavidade do órgão. Essas formações também podem aparecer na região endocervical (interior do colo do útero).

O endométrio é o tecido que reveste o útero por dentro. Durante a idade reprodutiva da mulher, esse tecido é preparado ciclicamente pelos hormônios estrogênio e progesterona para ficar receptivo à implantação de um possível embrião.

Os pólipos endometriais podem ser únicos ou múltiplos, assim como variam muito de tamanho, podendo medir de 5 mm a vários centímetros. Há poucas décadas, eram mais frequentes na pós-menopausa, porém, na clínica atual, também são um achado comum em mulheres entre 30 e 45 anos.

Na idade reprodutiva, os sintomas mais comuns são infertilidade e sangramento uterino anormal, incluindo menstruação abundante ou prolongada, sangramento após as relações sexuais e fora do período menstrual. Na pós-menopausa, o único sintoma — e preocupante — é o sangramento uterino, tendo em vista que as menstruações já cessaram.

Por que o pólipo endometrial causa infertilidade?

Quando o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide, forma-se o embrião, que é transportado para a cavidade do útero e precisa encontrar boas condições endometriais para conseguir se implantar e dar início à gravidez.

Os pólipos endometriais alteram a estrutura do endométrio, e isso pode atrapalhar o processo de implantação embrionária. Ainda que o embrião consiga se fixar no tecido intrauterino, quando há múltiplos ou volumosos pólipos, há pouco espaço na cavidade do útero e risco de abortamento espontâneo.

Os pólipos também podem causar infertilidade quando se desenvolvem na região endocervical ou próximo aos óstios tubários (entrada das tubas uterinas), pois assim podem bloquear o trajeto dos espermatozoides.

Por fim, outro fator importante é que, em grande parte dos casos, os pólipos endometriais estão associados à endometrite crônica, uma inflamação no endométrio que deixa o ambiente intrauterino não receptivo para o embrião.

É possível engravidar com pólipo endometrial pela reprodução assistida?

Quando há intenção de gravidez, a indicação médica é para retirada dos pólipos endometriais. Mesmo os menores podem interferir na receptividade uterina. A cirurgia é chamada de polipectomia e é realizada por histeroscopia.

Dependendo da idade da paciente e das condições gerais da fertilidade do casal, é possível recuperar as chances de gravidez natural após a cirurgia. A reprodução assistida fica indicada para aumentar as chances de concepção, principalmente se há fatores complexos, como alterações uterinas e idade materna acima dos 35 anos.

A técnica de alta complexidade da reprodução assistida indicada para essas condições é a fertilização in vitro (FIV). É realizada em várias etapas:

  • começa com a estimulação ovariana, feita com a administração de medicações hormonais que levam ao desenvolvimento de vários folículos ovarianos;
  • após a indução do amadurecimento dos folículos, realiza-se a aspiração do líquido folicular e os óvulos são coletados;
  • no mesmo dia da coleta dos óvulos, o sêmen é colhido e processado com técnicas de preparo seminal para obtenção de uma amostra com espermatozoides móveis e com morfologia adequada;
  • os óvulos, então, são fertilizados por injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV ICSI), técnica em que cada espermatozoide é micromanipulado e injetado dentro de um óvulo;
  • os óvulos fertilizados ficam em período de cultivo (entre 2 e 7 dias), dentro de incubadora com o ambiente adequado para o desenvolvimento embrionário;
  • após o período de cultivo, os embriões são transferidos para o útero materno — se atingirem 6 ou 7 dias de cultura, os embriões são congelados para transferência no ciclo seguinte.

Antes de receber os embriões, a paciente recebe medicação hormonal para o preparo uterino, com a intenção de deixar o endométrio receptivo.

De forma geral, a indicação é retirar os pólipos endometriais antes da reprodução assistida. Assim, deixamos o útero em condições adequadas para a implantação embrionária e a evolução da gravidez.

Para complementar suas informações a respeito do assunto que acabou de ler, confira mais um texto sobre pólipo!