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Tireoide e fertilidade: qual a relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 01/10/2022

A fertilidade é influenciada pela ação de vários hormônios, produzidos nas próprias gônadas (órgãos responsáveis por desenvolver e liberar as células reprodutivas) ou em outras glândulas endócrinas — a tireoide está entre elas.

Já está claro que as funções endócrinas e reprodutivas estão relacionadas. O sistema endócrino é formado por um grupo de glândulas que atuam secretando hormônios — substâncias sinalizadoras que estimulam o funcionamento de outros sistemas do corpo.

Os hormônios são disponibilizados na corrente sanguínea quando liberados por glândulas como a tireoide, a hipófise, o pâncreas e as suprarrenais. Também podem agir no próprio órgão onde são produzidos, como acontece nas glândulas sexuais.

Os testículos e ovários são as gônadas ou glândulas sexuais. As masculinas produzem testosterona, hormônio que age no próprio testículo, estimulando a produção de espermatozoides. Já os ovários produzem estrogênio e progesterona, responsáveis por preparar o útero para a gravidez.

As funções testiculares e ovarianas são estimuladas, ainda, pelos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), secretados pela glândula hipófise, situada no cérebro. Todas essas substâncias são fundamentais para a fertilidade.

Os hormônios, de modo geral, também são necessários para controlar diversas atividades do organismo, como o metabolismo, crescimento e desenvolvimento na infância e na puberdade, maturação sexual, produção de leite materno, contrações uterinas, sono, apetite, libido e até as emoções.

Muitas dessas ações dependem dos hormônios tireoidianos. Então, vamos abordar agora o que é tireoide e qual é sua importância na fertilidade.

Acompanhe!

O que é tireoide?

A tireoide é uma das glândulas responsáveis pela secreção de hormônios que regulam as funções do organismo. Está localizada na parte frontal e central do pescoço. Seu formato se assemelha ao de um laço ou à figura de uma borboleta, devido à presença de dois lobos laterais que são unidos por uma parte menor chamada istmo.

Não é possível sentir a tireoide ao tatear o pescoço, a não ser que exista alguma alteração. O aumento no volume da glândula é chamado de bócio — o que já é um sinal de disfunção tireoidiana, como hiper ou hipotireoidismo, mas existe ainda uma longa lista de sintomas que ajudam na identificação dessas doenças.

A glândula é controlada pela hipófise, que secreta o hormônio estimulador da tireoide (TSH). Já os hormônios tireoidianos são triiodotironina (T3) e tiroxina ou tetraiodotironina (T4), responsáveis por regular o metabolismo.

Em níveis normais, os hormônios tireoidianos regulam quase todos os órgãos. De acordo com as demandas do organismo, eles aceleram ou reduzem as funções, garantindo o equilíbrio dos sistemas orgânicos.

De modo amplo, a tireoide contribui para as seguintes atividades do corpo humano:

  • crescimento e desenvolvimento físico;
  • controle da temperatura do corpo;
  • manutenção do peso corporal;
  • oxigenação dos órgãos;
  • regulação do ritmo cardíaco e da pressão arterial;
  • controle do funcionamento digestivo e intestinal;
  • metabolismo de carboidratos e lipídios;
  • aumento e manutenção do tônus muscular;
  • desenvolvimento cerebral;
  • funções cognitivas — memória, atenção e concentração;
  • participação nas funções do aparelho sexual e reprodutivo.

Como os hormônios tireoidianos influenciam a fertilidade?

Tireoide e fertilidade têm uma relação importante, embora não de forma direta. Os hormônios que agem diretamente nas funções do sistema reprodutor feminino são: FSH, LH, estrogênio e progesterona. Já as funções sexuais e reprodutivas do homem também são estimuladas pela ação de FSH e LH, além da testosterona.

Os hormônios da tireoide, no entanto, agem indiretamente nas gônadas, pois eles interagem com os hormônios da hipófise e participam do desenvolvimento e da maturação dos óvulos, da regularidade dos ciclos menstruais, da produção de espermatozoides e da potência sexual masculina.

Portanto, disfunções tireoidianas estão entre as causas de infertilidade. Na mulher, o hipotireoidismo reduz a atividade dos hormônios da tireoide, afetando o processo de ovulação e provocando irregularidades menstruais.

O hipertireoidismo, como aumenta o metabolismo de modo anormal, acelera todos os processos orgânicos, tornando os ciclos ovulatórios e menstruais irregulares. Isso pode, inclusive, permitir que o óvulo seja liberado fora do período adequado, interferindo na fase lútea — na qual ocorre a produção dos hormônios que preparam o útero para a gravidez.

Alterações na tireoide também podem provocar infertilidade masculina. O desequilíbrio hormonal afeta os níveis de testosterona, comprometendo a produção de espermatozoides, o desejo sexual e a capacidade de manter uma ereção.

Como proceder em caso de infertilidade?

O casal que não consegue engravidar naturalmente após 1 ano de tentativas — ou após 6 meses, se a mulher tiver mais que 35 anos — deve procurar ajuda médica. A avaliação diagnóstica requer a investigação clínica e a realização de exames específicos para identificar as causas da infertilidade e prescrever o tratamento necessário.

Alguns casos podem ser tratados com medicação para normalizar os níveis dos hormônios tireoidianos. Situações mais complexas são superadas com o auxílio da reprodução assistida. As técnicas disponíveis são relação sexual programada, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV). A indicação é feita de forma personalizada.

Sabendo da relação entre tireoide e fertilidade, os casais que querem engravidar precisam redobrar sua atenção quanto a possíveis alterações tireoidianas e o mau funcionamento de outras glândulas endócrinas, como a hipófise ou as próprias gônadas.

Para conhecer outros fatores de infertilidade feminina, confira também nosso texto institucional!