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Classificação do blastocisto: o que é e como é feita?

Por Equipe Origen

Publicado em 06/01/2025

Blastocisto é o termo referente ao estágio mais desenvolvido do embrião antes da nidação, que marca o início da gravidez. Na reprodução natural, é nesse estágio que o embrião tem condições fisiológicas adequadas para se implantar no útero.

O desenvolvimento embrionário até o estágio de blastocisto é importante tanto nos processos naturais de concepção quanto nos tratamentos de reprodução humana assistida. Na fertilização in vitro (FIV), em específico, é possível acompanhar os embriões enquanto eles começam a se desenvolver fora do corpo materno, em incubadora com ambiente controlado.

Na FIV, os embriologistas avaliam cuidadosamente a qualidade dos embriões e selecionam os melhores para a transferência para o útero. A classificação do blastocisto é feita considerando vários aspectos, como taxa de crescimento, presença ou ausência de fragmentação celular, número e formato de células, tamanho do embrião e da cavidade (blastocele).

Veja, neste post, o que é classificação do blastocisto e sua importância na FIV!

O que significa qualidade do espermatozoide, do óvulo e do embrião?

O espermatozoide (gameta masculino) e o óvulo (gameta feminino) são as células responsáveis pela formação do embrião. Na fecundação, os núcleos das duas células se unem e seus materiais genéticos se misturam, gerando um novo organismo com DNA que carrega informações únicas e exclusivas.

A qualidade do embrião é um dos fatores determinantes para que ele consiga se desenvolver conforme o esperado, passando pela fase de clivagem (divisões celulares) sem apresentar falhas e chegando ao estágio de blastocisto com potencial de implantação.

A baixa qualidade embrionária está associada a problemas como: alterações cromossômicas nos embriões; falhas no desenvolvimento; dificuldade de implantação no útero; abortamento. Em alguns casos, também pode levar ao nascimento de um indivíduo com síndrome genética.

O espermatozoide e o óvulo também precisam ter boa qualidade. Isso tem relação com sua capacidade de concluir o processo de fertilização e gerar um embrião saudável, com boas condições para evoluir.

A qualidade dos óvulos e espermatozoides pode ser afetada por muitos fatores, incluindo: idade avançada, infecções/inflamações genitais, distúrbios endócrinos, determinados tratamentos químicos, estilo de vida com hábitos nocivos etc.

O que é cultivo embrionário na FIV?

A FIV é um tratamento de reprodução que requer várias etapas, iniciando com a estimulação ovariana. Nesse primeiro momento, a mulher recebe fármacos hormonais, orais e injetáveis, para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos.

Na ovulação natural, a mulher libera um óvulo por ciclo. Na FIV, com protocolos individualizados de estimulação ovariana, é possível liberar vários óvulos de uma vez. Esses gametas são coletados antes que a mulher ovule e fertilizados em laboratório.

Para a etapa da fertilização, uma amostra de sêmen é processada. O preparo seminal é útil para selecionar os espermatozoides com melhor qualidade em relação aos critérios de motilidade e morfologia.

Os óvulos fertilizados seguem para a etapa de cultivo embrionário e ficam entre 2 e 7 dias em incubadora, onde são colocados em ambiente apropriado, similar ao que encontrariam dentro do corpo materno (na tuba uterina).

Em nossa clínica, utilizamos incubadora GERI com time-lapse e inteligência artificial para casos selecionados (CHLOE), um sistema de alta tecnologia. O equipamento permite o acompanhamento ininterrupto dos embriões, sem exposição ao ambiente externo, por meio de imagens obtidas de uma microcâmera em seu interior. Assim, é possível avaliar quais deles se desenvolvem adequadamente e quais apresentam falhas ou até interrupções em seu desenvolvimento.

O que é classificação do blastocisto?

A classificação do blastocisto é um procedimento feito com a finalidade de definir a qualidade morfológica dos embriões. É um momento muito relevante no contexto da FIV, pois quanto melhor a qualidade embrionária, mais chances de implantação e gravidez.

O estágio de desenvolvimento é contado a partir do dia da fertilização dos óvulos. Sendo assim, um embrião com 3 dias, por exemplo, está no estágio D3. O embrião se torna blastocisto com 5 a 7 dias de desenvolvimento, quando já apresenta centenas de células.

No estágio de blastocisto é quando as células do endométrio (tecido interno do útero) e as células embrionárias conseguem ter um “diálogo”, permitindo a implantação e o início da gravidez. Entretanto, também é possível transferir os embriões para o útero em D2 ou D3. O protocolo de transferência é definido de forma personalizada, considerando a qualidade embrionária, a quantidade de embriões gerados, entre outros fatores.

No estágio de blastocisto, o embrião apresenta uma cavidade em seu interior, denominada blastocele, separando duas camadas celulares:

  • a massa celular interna desenvolverá propriamente o embrião (embrioblasto), posteriormente feto;
  • as células presentes na parte periférica do blastocisto (trofoblasto) darão origem às estruturas extraembrionárias, como a placenta.

A classificação do blastocisto é feita com base na avaliação de alguns aspectos, os quais são representados por 1 número e 2 letras, por exemplo, 5AA — esse seria considerado um bom embrião.

Os blastocistos são classificados de 1 a 6 segundo a avaliação da cavidade, sendo o de pontuação 6 o de blastocele maior, o que indica que o embrião já está totalmente expandido e pronto para romper sua película protetora.

A primeira letra da classificação do blastocisto se refere à qualidade das células que vão formar o feto, enquanto a segunda letra é utilizada para avaliar o conjunto celular que se transformará na placenta e demais anexos embrionários:

  • a letra A indica boa quantidade de células;
  • a letra B indica quantidade razoável;
  • a letra C mostra que o embrião tem um conjunto celular reduzido.

Resumidamente, um blastocisto 6AA é considerado o melhor e o 1CC o de menor qualidade, lembrando que há muitas variações existentes entre eles — 4AB, 3BC, para citar alguns exemplos.

Entretanto, vale deixar claro que nem sempre um embrião 5AA ou 6AA vai se implantar, assim como um embrião 1CC não deve ser descartado, pois ele também pode resultar em uma gravidez saudável.

A classificação do blastocisto orienta a escolha dos embriões com mais chances de sucesso na FIV, mas a confirmação e a evolução da gravidez dependem ainda de outros fatores, como a receptividade endometrial e as condições gerais de saúde da mulher.

Aproveite para ler sobre transferência de blastocistos e conheça esse protocolo um pouco mais!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.