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Adenomiose e dor: existe relação?

Adenomiose e dor: existe relação?

A adenomiose é uma das várias doenças que podem lesionar o útero. Esse órgão faz parte do trato reprodutivo superior da mulher e tem a importante função de oferecer espaço e condições fisiológicas adequadas para que a gravidez aconteça.

Dentro do útero há uma cavidade que pode se expandir o suficiente para abrigar o feto até o nono mês de gestação. A parede uterina, que circunda a cavidade do órgão, tem três camadas de tecido: endométrio (interna), miométrio (intermediária) e serosa (externa).

O endométrio responde à ação cíclica dos hormônios estrogênio e progesterona, modificando suas características para ficar receptivo ao embrião, caso um óvulo seja fecundado. Dessa forma, em todo ciclo reprodutivo, o tecido endometrial passa por proliferação celular e fica mais espesso. Em seguida, se não houver implantação embrionária, esse tecido descama e provoca o sangramento da menstruação.

Já o miométrio é a camada muscular do útero, responsável pela capacidade de expansão do órgão e pelas contrações uterinas. Com a leitura deste post, você vai entender a relação entre o endométrio e o miométrio na fisiopatologia da adenomiose. Confira!

O que é adenomiose?

É uma doença que afeta o miométrio, caracterizada pela presença de epitélio semelhante ao endométrio dentro da camada miometrial. O crescimento desse tecido fora de seu local habitual causa reações inflamatórias e sintomas que interferem no bem-estar da mulher, como dores e, em alguns casos, infertilidade.

Os mecanismos que causam a adenomiose têm relação com a atividade hormonal, sobretudo do estrogênio. Como vimos, esse hormônio induz a proliferação das células endometriais e, posteriormente, provoca sangramentos. Isso também ocorre com os implantes de endométrio dentro do miométrio, ativando o estado de inflamação.

Não se sabe exatamente qual é a origem da adenomiose, mas são aceitas algumas teorias, como a da invasão direta e a da metaplasia.

A primeira teoria sugere que após cirurgias uterinas — por exemplo, curetagem e cesariana —, a zona juncional mioendometrial, que separa as duas camadas, é fragilizada, permitindo que células do endométrio invadam o miométrio. Já a teoria da metaplasia diz que possíveis resquícios embrionários (de quando os órgãos reprodutores femininos estavam sendo formados) respondem ao estímulo hormonal e originam partes de endométrio em sua camada vizinha.

Um ponto importante a mencionar é que, hoje, sabe-se que a adenomiose é uma doença de fato, não um tipo de endometriose. Essa outra patologia tem aspectos semelhantes: é provocada pelo estímulo estrogênico e caracterizada pela presença de endométrio fora de seu local habitual, mas em outras partes da região pélvica, como tubas uterinas, ovários, intestino e bexiga.

Por muito tempo, a adenomiose foi considerada um subtipo da endometriose, mas pesquisas recentes mostram que são duas entidades clínicas distintas, com vias patogênicas específicas. Contudo, ambas prejudicam a saúde feminina e precisam de diagnóstico e tratamento.

A adenomiose provoca dor?

Sim, há diferentes padrões de dor descritos para a adenomiose. Uma parcela menor das mulheres com essa doença pode ser assintomática, mas muitas portadoras apresentam sintomas dolorosos.

Uma das manifestações de dor na adenomiose é a dismenorreia, termo clínico para as conhecidas cólicas menstruais. Os níveis variam caso a caso, de moderado a severo. As cólicas são frequentes, nesse caso, porque as lesões podem modificar o padrão normal da contratilidade uterina.

Outra possível dor é a dispareunia de profundidade, relacionada à atividade sexual. Com a penetração e a movimentação peniana e a consequente mobilização do útero, as dores podem aumentar, impondo limitações à vida íntima da portadora de adenomiose.

Há, também, queixas de dor pélvica e sensação de peso no baixo ventre. Esses incômodos se intensificam nos períodos pré-menstrual e menstrual, por vezes, necessitando de medicação anti-inflamatória e analgésica.

Além da dor, a adenomiose provoca sintomas associados ao fluxo menstrual. A doença está entre as causas de sangramento uterino anormal (SUA), podendo causar fluxo abundante (inclusive, com coágulos) ou por período prolongado. Além disso, no exame físico, é possível observar o aumento do volume uterino.

A infertilidade também é um sintoma de adenomiose?

Mulheres com adenomiose também podem enfrentar dificuldades para engravidar, embora ainda existam controvérsias sobre isso. Não há provas definitivas dessa relação, mas alguns mecanismos parecem desfavorecer as condições uterinas para o desenvolvimento de uma gravidez, por exemplo:

Por todos esses fatores, a infertilidade também pode ser um dos sintomas de adenomiose e que requer atenção, principalmente se o casal estiver tentando engravidar.

Como tratar essa doença?

O tratamento da adenomiose depende das características da paciente, como idade e sintomas apresentados, e de sua expectativa reprodutiva. Embora seja uma doença mais frequente em mulheres com mais de 40 anos e que já tiveram filhos, também pode acometer as mais jovens que ainda querem engravidar.

O alívio dos sintomas é possível com o uso de medicação hormonal (anticoncepcionais com progesterona e fármacos de ação antiestrogênica), anti-inflamatórios não esteroidais e outros. A cirurgia pode ser indicada em casos mais graves, com muitas lesões e ausência de resposta aos medicamentos.

O tratamento da adenomiose com o objetivo de engravidar ainda é discutido. A fertilização in vitro (FIV) (com medicações que diminuem o nível de estrógeno sanguíneo) associada ou ao tratamento cirúrgico é uma possibilidade. A FIV é indicada para inúmeras condições de infertilidade, inclusive alterações uterinas.

A paciente com adenomiose que ainda tem planos de gravidez precisa consultar um especialista para conhecer suas alternativas, com base em uma avaliação individualizada e que considere aspectos como idade da mulher e condições gerais da fertilidade do casal.Aproveite sua visita e confira mais informações em nosso texto institucional sobre adenomiose!

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