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Alterações seminais: sintomas e diagnóstico

Por Equipe Origen

Publicado em 28/09/2020

Mesmo que o homem ejacule uma quantidade normal de líquido, é possível que existam alterações seminais associadas a um quadro de infertilidade masculina. Dessa forma, somente uma análise microscópica pode identificar se o sêmen contém células reprodutivas em bom número e em qualidade necessária para que o casal chegue à uma gravidez.

O sêmen é constituído por milhões de espermatozoides que se unem aos fluídos das vesículas seminais e da próstata, para obter mais nutrição, melhorar a mobilidade e se proteger contra substâncias ácidas. Em seu caminho pelo canal uretral, durante a ejaculação, o líquido seminal ainda recebe lubrificação secretada pelas glândulas bulbouretrais.

Todos esses componentes garantem a qualidade do líquido espermático e aumentam as possibilidades de concepção. Contudo, diversas alterações seminais dificultam os planos reprodutivos do casal. Entenda o que isso significa, neste post!

O que são alterações seminais?

Alterações seminais referem-se aos valores não correspondentes aos parâmetros normais de um espermograma. Em termos claros, resultados alterados nesse exame indicam que o paciente não contém espermatozoides dentro dos padrões necessários para engravidar sua parceira.

No espermograma, primeiramente são avaliados os aspectos do líquido seminal, incluindo volume de fluído ejaculado, coloração, pH, entre outras características. Na análise microscópica da amostra, as características dos espermatozoides são observadas, objetivando um resultado equiparado aos seguintes parâmetros seminais:

  • concentração – 20 milhões por ml de sêmen e 39 milhões na amostra total;
  • vitalidade – 58% dos espermatozoides de uma amostra devem estar vivos;
  • motilidade – 35% de gametas com algum tipo de movimento e 32% com motilidade progressiva e linear;
  • morfologia – pelo menos 4% dos espermatozoides encontrados em uma amostra devem apresentar morfologia adequada, considerando cabeça oval, peça intermediária e cauda.

Quais são os tipos de alterações seminais?

Alterações seminais podem representar falhas na contagem dos espermatozoides, baixa motilidade dos gametas, morfologia inadequada ou ainda outras condições que interferem na capacidade reprodutiva do homem.

Os principais tipos de alterações seminais são:

  • aspermia – ausência de esperma (o que pode indicar ejaculação retrógrada);
  • astenozoospermia – baixo percentual de espermatozoides que se movem de forma progressiva;
  • azoospermia – ausência de espermatozoides no ejaculado;
  • criptozoospermia – espermatozoides localizados somente após técnicas de centrifugação;
  • hemospermia (ou hematospermia) – presença de sangue no sêmen;
  • hipospermia – volume de líquido ejaculado inferior a 1,5 ml;
  • leucospermia – excesso de leucócitos no esperma;
  • necrozoospermia – baixo percentual de espermatozoides vivos;
  • oligozoospermia – quantidade de gametas abaixo dos valores de referência;
  • teratozoospermia – percentual de gametas com morfologia adequada abaixo do normal.

Não raro, há casos em que o paciente se enquadra em mais de um diagnóstico, obtendo definições múltiplas, como astenoteratozoospermia, oligoastenozoospermia, entre outras. Há, ainda, alterações seminais que necessitam de exames específicos como a fragmentação do DNA espermático, que pode ocasionar baixa qualidade embrionária, falhas de implantação e abortamentos de repetição.

Quando o homem está dentro dos parâmetros normais, isto é, sem alterações seminais, o espermograma é concluído com o termo normozoospermia.

Quais alterações seminais indicam infertilidade masculina?

Todas as alterações mencionadas impactam de alguma forma a fertilidade do homem. Anormalidades na morfologia ou na motilidade dos espermatozoides podem representar problemas leves ou moderados. Outras condições são mais graves, como a azoospermia, e necessitam de intervenções complexas para que o casal consiga obter uma gestação.

Além da interpretação dos resultados do espermograma, também é importante que o paciente passe por um acompanhamento especializado para descobrir quais fatores estão associados ao problema. Importante destacar que as alterações seminais, em si, não provocam sintomas, mas o homem pode notar indícios de condições clínicas que estejam interferindo nas características espermáticas.

A investigação pode apontar para doenças infecciosas, problemas hormonais, neoplasias, condições genéticas, entre várias outras causas. A azoospermia, por exemplo, pode ser desencadeada pelos seguintes quadros:

  • prostatite, uretrite, epididimite e orquite (inflamações nos órgãos do sistema reprodutor);
  • varicocele (doença caracterizada pela formação de varizes nos testículos);
  • tumores e hérnias no trato genital;
  • traumas e cirurgias, como a vasectomia;
  • exposição frequente a toxinas, radiação e temperaturas elevadas.

Como a reprodução assistida intervém nesses casos?

Conforme as descobertas da investigação diagnóstica, o paciente segue para o tratamento das doenças associadas às alterações seminais. Quando o homem tem planos de ter filhos, as técnicas da reprodução assistida podem ajudar.

Em casos de problemas leves ou moderados na morfologia e na motilidade dos espermatozoides, o casal pode tentar a gravidez por meio da inseminação intrauterina (IIU). Nessa técnica, considerada de baixa complexidade, uma amostra processada de esperma é depositada no útero da mulher, encurtando o caminho para que os gametas masculinos cheguem até o óvulo.

Para ter sucesso na IIU, a mulher deve ter menos de 35 anos e sistema reprodutor saudável, principalmente em relação às tubas uterinas, que devem ser permeáveis.

Pacientes com alterações seminais graves, como azoospermia e oligozoospermia, são orientados a utilizar os recursos da fertilização in vitro (FIV). Os espermatozoides, nesses casos, são obtidos por meio de técnicas de recuperação espermática, nas quais os gametas são colhidos nos testículos ou epidídimos com procedimento microcirúrgico ou punção.

Além das técnicas específicas para a coleta dos gametas que não são encontrados no esperma, a FIV conta com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) na etapa da fecundação dos óvulos. Assim, mesmo que o paciente tenha alterações seminais severas, as células reprodutivas masculinas são encontradas, analisadas e injetadas, uma a uma, no interior dos óvulos selecionados, aumentando consideravelmente as chances de gravidez.

Quer mais informações sobre as alterações seminais que provocam infertilidade masculina? Leia também nosso texto sobre azoospermia!