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Aspermia: o que é?

Por Equipe Origen

Publicado em 06/04/2022

Aspermia é uma alteração seminal em que não há saída de sêmen na ejaculação e que deixa o homem infértil. Não se trata de uma doença, mas de um sintoma. O homem que apresenta essa condição deve procurar avaliação médica para investigar a doença associada, principalmente se tem planos de ter filhos.

O sêmen é o fluído orgânico viscoso que o homem expele durante a ejaculação. É formado por espermatozoides e líquidos da próstata e das vesículas seminais, além de secreções das glândulas bulbouretrais. Dentre os componentes do sêmen, estão proteínas, aminoácidos, vitaminas, ácido cítrico, entre outros.

Todas as substâncias que compõem o sêmen são importantes para a qualidade seminal e, consequentemente, para a fertilidade masculina, pois ajudam os espermatozoides a passarem pelas barreiras naturais do trato reprodutivo feminino. No entanto, a capacidade reprodutiva do homem pode ser prejudicada por vários tipos de alterações, incluindo a aspermia.

Leia mais para entender o que é aspermia, quais são as causas e como tratar!

Qual é a função do esperma e do espermatozoide na fertilidade masculina?

O sêmen também é chamado de esperma. A função dessa substância é carregar os espermatozoides e protegê-los durante seu trajeto no sistema reprodutor da mulher, além de evitar a reação acrossômica (alteração na cabeça do espermatozoide que permite sua adesão ao óvulo). Por sua vez, os espermatozoides são as células reprodutivas masculinas, que devem entrar no corpo feminino e migrar até as tubas uterinas, onde poderão encontrar um óvulo para fecundar.

Quando uma amostra de sêmen está dentro dos parâmetros de normalidade, existe uma concentração de cerca de 40 milhões de espermatozoides no ejaculado total. Contudo, um exame de espermograma pode revelar alterações nesse número, bem como na qualidade ou na morfologia dos gametas.

Tanto o esperma quanto o espermatozoide são importantes para que uma gravidez espontânea aconteça. Já no âmbito da reprodução assistida, temos recursos que possibilitam a manipulação direta das células sexuais, mesmo que o homem apresente alterações seminais como a aspermia. Portanto, a fertilidade masculina depende principalmente dos espermatozoides.

Afinal, o que é aspermia?

Aspermia é o termo que define a ausência completa do sêmen durante a ejaculação. Nessa condição, o homem pode ter orgasmos normalmente, mas não tem ejaculação, isto é, nenhum fluído é expelido. Esse quadro é diferente da azoospermia, que consiste na ausência de espermatozoides no ejaculado, mesmo com um volume normal de esperma.

Apesar da ausência do líquido seminal, o homem com aspermia não apresenta alterações na libido, na capacidade de manter uma ereção e na potência sexual. Além disso, o quadro não costuma estar associado a falhas na produção dos espermatozoides.

Não existem sintomas específicos de aspermia, visto que não se trata de uma doença, mas de uma manifestação de condições subjacentes. Contudo, dependendo da causa, o homem pode notar a presença de sangue após as relações sexuais, dor peniana e escrotal, dificuldades para urinar e urina turva após o sexo.

A infertilidade masculina é uma consequência da aspermia. Se não ocorre liberação de sêmen, os espermatozoides também não são introduzidos no corpo feminino. Sem espermatozoides, não há fecundação. Se o óvulo não for fecundado, não há chances de gravidez.

Quais são as causas da aspermia?

As principais causas de aspermia são: ejaculação retrógrada, obstrução do ducto ejaculatório e uso de alguns medicamentos.

A ejaculação retrógrada é caracterizada por uma alteração no trajeto do sêmen, que flui para a bexiga em vez de ser ejetado pela uretra. Quando o homem ejacula normalmente, o esfíncter localizado na entrada da bexiga se fecha para forçar o líquido seminal a sair pelo canal uretral.

Portanto, a ejaculação retrógrada é causada por uma falha na função do esfíncter vesical. O problema também pode estar associado a cirurgias na próstata, lesão da medula espinhal, esclerose múltiplas e diabetes.

A obstrução do ducto ejaculatório, como o termo indica, é caracterizada pela oclusão do canal que permite a saída do líquido seminal durante a ejaculação. O problema pode ter causas congênitas, como a presença de cistos no ducto. Também pode decorrer de prostatite tuberculosa e outros processos inflamatórios genitais associados a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como gonorreia e clamídia.

Como tratar os casos de aspermia?

Primeiramente, é preciso realizar uma avaliação detalhada do paciente para identificar as causas da aspermia. Se possível, a doença de base é tratada e o homem consegue normalizar a ejaculação e recuperar sua fertilidade. Contudo, boa parte dos casos de alterações seminais — sobretudo, as mais graves, como aspermia e azoospermia — precisa das técnicas de reprodução assistida.

Na condição de aspermia por ejaculação retrógrada, é possível coletar os espermatozoides na urina do homem após um processo de redução da acidez da urina (esse processo começa a cair em desuso). Para isso, o líquido passa por técnicas de centrifugação para separar o sêmen. Ainda, outros métodos de preparo seminal são aplicados para selecionar os gametas com melhor morfologia e motilidade.

Quando a aspermia é decorrente de obstrução do ducto ejaculatório, os espermatozoides são coletados diretamente dos epidídimos — órgãos que armazenam as células reprodutivas e se localizam atrás dos testículos. Isso é feito por meios das técnicas de recuperação espermática PESA, TESA e MESA. Depois de coletados, os gametas são usados na fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).

Leia nosso texto sobre infertilidade masculina e veja quais são as causas, fatores de risco e exames diagnósticos.