Agende a sua consulta

Hormônio antimülleriano e fertilidade: existe relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 14/11/2022

Vários hormônios participam da fertilidade feminina. A glândula hipófise, situada no cérebro, secreta FSH e LH que induzem o processo ovariano que leva à ovulação. Por sua vez, os ovários (glândulas sexuais) produzem estrógenos e progesterona, os quais deixam o útero em condições apropriadas para uma gravidez.

O hormônio antimülleriano (HAM) também é produzido nos ovários, pelos folículos, pequenas estruturas funcionais que armazenam os óvulos. Sendo assim, é um importante biomarcador da fertilidade, sua dosagem é útil para chegar ao prognóstico reprodutivo da mulher.

Acompanhe, neste post, mais informações sobre hormônio antimülleriano e fertilidade e sobre os temas relacionados, como dosagem hormonal, reserva ovariana e possibilidades de tratamento para quem não consegue engravidar.

Afinal, qual é a relação entre hormônio antimülleriano e fertilidade?

O hormônio antimülleriano é um marcador da reserva ovariana, o que justifica sua relação direta com a fertilidade feminina. O que chamamos de reserva ovariana é o agrupamento de folículos e óvulos que está armazenado nos ovários.

Ao nascer, a menina já guarda milhões de folículos ovarianos, o que significa que eles não são produzidos durante a vida fértil. Ocorre uma redução natural dessas células até a puberdade. Assim, quando os ciclos menstruais se iniciam, existem cerca de 400 mil folículos nos ovários.

Ciclo após ciclo, os hormônios liberados pela hipófise estimulam o desenvolvimento de um pequeno grupo de folículos. Um deles cresce até alcançar o estágio certo para amadurecer e ovular, os demais não ovulam nem voltam para a reserva ovariana, são reabsorvidos pelo organismo.

Com esse processo cíclico, o número de folículos diminui continuamente. Quando a mulher chega aos 35 anos, sua reserva ovariana já está reduzida, sendo esse um dos fatores de infertilidade feminina.

Assim como a quantidade, a qualidade dos óvulos já não é a mesma quando a mulher se aproxima dos 40 anos. O envelhecimento celular que ocorre em todo o organismo também afeta os gametas.

Embriões formados com óvulos de baixa qualidade podem ter alterações cromossômicas, aumentando o risco de problemas como falhas de implantação no útero, aborto espontâneo ou desenvolvimento de síndromes na criança.

Por que o exame de hormônio antimülleriano pode ser solicitado?

Como vimos, o hormônio antimülleriano é produzido nos ovários, pelas células granulosas dos folículos. Sendo assim, um exame pode ser feito para avaliar os níveis de HAM e estimar a situação atual da reserva ovariana. Com base nos valores verificados, podemos dizer se há prejuízos na fertilidade ou não.

É importante esclarecer que o estado da reserva ovariana é um dos fatores determinantes da fertilidade espontânea, mas não é o único. A mulher pode ter boa reserva, mas não engravidar por diversos outros motivos, como falhas no processo ovulatório, obstrução das tubas uterinas, doenças no útero e endometriose. Além disso, a dificuldade de reprodução do casal pode estar relacionada à infertilidade masculina.

Em resumo, o exame do hormônio antimülleriano é solicitado durante a investigação da infertilidade, assim como outras dosagens hormonais. É um exame simples, feito com coleta de amostra de sangue e análise laboratorial.

Exames de imagem também são necessários para verificar os órgãos reprodutores. Inclusive, a ultrassonografia pélvica ajuda na avaliação da reserva ovariana, sendo utilizada para contagem dos folículos antrais.

Baixa reserva ovariana e reprodução assistida: quais técnicas podem ajudar?

Baixos níveis do hormônio antimülleriano indicam baixa reserva ovariana e infertilidade. Isso pode estar relacionado, entre outras causas, à idade da mulher ou à falência ovariana prematura (FOP), condição mais conhecida como menopausa precoce.

A redução precoce da reserva ovariana tem diversas causas, as principais são:

  • alterações genéticas, como a síndrome do X frágil e a síndrome de Turner;
  • realização de cirurgia para retirada dos ovários, devido à presença de tumores ou outras doenças graves;
  • realização de tratamentos oncológicos;
  • fatores epigenéticos;
  • hábitos de vida.

Como há uma tendência na sociedade atual de postergar a maternidade para próximo dos 40 anos, a maior parte dos casos de infertilidade por baixa reserva ovariana tem relação com a idade materna. É grande o número de mulheres que procuram os serviços de reprodução assistida para tentar engravidar após os 35 anos. Nessa condição, a fertilização in vitro (FIV) é indicada.

A FIV é uma técnica de alta complexidade, iniciada com protocolos personalizados de estimulação ovariana para que seja possível coletar o maior número possível de óvulos. Depois, esses óvulos são fertilizados em laboratório, mantidos em incubadora por 2 a 7 dias e, por último, transferidos para o útero da paciente.

Mulheres com baixa reserva ovariana podem apresentar baixa resposta à estimulação ovariana convencional, sendo necessário ajustar a dose de medicação hormonal ou utilizar um protocolo de estímulo mais sofisticado, como o TetraStim.

Assim, para chegar à definição das técnicas mais adequadas para cada caso, a investigação minuciosa da fertilidade é necessária. A dosagem do hormônio antimülleriano, portanto, tem importante papel na avaliação da reserva ovariana e na escolha do protocolo de estimulação.

Aproveite para ler agora o texto que explica quais são as causas e as formas de avaliação da infertilidade feminina!