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Blastocisto: por quantos dias podemos fazer o cultivo embrionário

Por Equipe Origen

Publicado em 17/09/2024

O cultivo embrionário até o estágio de blastocisto é uma prática importante nos tratamentos de reprodução assistida com fertilização in vitro (FIV). Entretanto, nem sempre é esse o protocolo, pois, em alguns casos, o período de cultivo dura apenas 2 ou 3 dias.

Tanto na concepção natural quanto na reprodução assistida, o blastocisto tem papel fundamental no processo de implantação embrionária, que dá início à gravidez. Para o casal que está tentando engravidar, portanto, é relevante ter acesso a essas informações sobre embriologia e medicina reprodutiva.

Neste post, vamos falar sobre cultivo embrionário e blastocisto na FIV. Leia com atenção e compreenda os temas relacionados!

O que é blastocisto?

Blastocisto é o estágio mais avançado do embrião antes da implantação no útero, é nesse estágio de desenvolvimento que ele consegue estabelecer sincronização fisiológica com o endométrio, camada uterina interna.

Antes de se formar o blastocisto, há outras etapas no desenvolvimento embrionário. Tudo começa com o encontro entre os gametas masculino e feminino — espermatozoide e óvulo — e o evento da fertilização.

Ao ser fecundado, o óvulo começa a passar por um processo contínuo de divisão celular, evoluindo, em poucos dias, de uma célula única (o zigoto) para um organismo pluricelular. As dezenas ou centenas de células presentes no embrião em fase de blastocisto darão origem a todos os órgãos e tecidos do corpo humano, além das estruturas extraembrionárias, como a placenta.

A capacidade do embrião para se desenvolver corretamente até o estágio de blastocisto e, depois disso, ter condições de se implantar no útero depende muito da qualidade dos gametas que deram origem a ele. Doenças, idade avançada e até fatores do estilo de vida podem reduzir essa qualidade.

Em que momento da FIV é feito o cultivo embrionário?

O cultivo embrionário é uma das etapas da reta final da FIV. Antes disso, o casal deve passar por uma sequência de técnicas e procedimentos, que incluem:

  • estimulação ovariana — realizada com medicações hormonais que aumentam a função dos ovários e levam ao desenvolvimento de um conjunto de óvulos, enquanto na ovulação natural somente um óvulo é liberado por ciclo;
  • coleta dos óvulos — o líquido dos folículos ovarianos é aspirado com uma agulha fina por via vaginal, sendo o procedimento guiado por ultrassonografia pélvica. Então, os óvulos são identificados no líquido folicular, selecionados e preparados para a fertilização;
  • preparo seminal — o sêmen é coletado, normalmente por masturbação, mas também podem ser utilizadas as técnicas de aspiração de epidídimo ou biópsia testicular, e o material é submetido a métodos de preparo seminal para obter uma amostra que contenha somente espermatozoides de qualidade (com morfologia normal e motilidade progressiva);
  • fertilização — na etapa central da FIV, é feita a fertilização dos óvulos com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), de forma que os gametas masculinos são micromanipulados e injetados, de um em um, dentro de cada óvulo disponível.

Depois de todas as etapas descritas, chega o momento do cultivo embrionário, que tem duração variável. Por último, realiza-se a transferência dos embriões para o útero ou eles são congelados para serem transferidos em outro ciclo reprodutivo.

Como o embrião se desenvolve durante o período de cultivo?

Seja na reprodução natural, seja no período de cultivo embrionário da FIV, o embrião de desenvolve da mesma forma. Isso significa que não há interferência nessa etapa da reprodução assistida, é feito apenas o acompanhamento dos embriões para avaliar como eles estão evoluindo e se houve alguma falha no processo de desenvolvimento.

O ponto de partida é a fecundação do óvulo. Quando as células feminina e masculina se unem, origina-se o zigoto. Começa, então, uma sequência de divisões celulares, que chamamos de clivagem. Assim, a cada 24 horas aproximadamente, o número de células embrionárias é duplicado.

Mesmo que aumentem em quantidade, as células-filhas ou blastômeros continuam compactadas dentro da célula-mãe. Por volta de 4 dias após a fertilização, o embrião se apresenta em fase de mórula. Na maioria dos casos, no 5º dia após a formação do zigoto, temos o blastocisto.

Isso tudo precisa ser muito bem avaliado durante o cultivo embrionário para definir o protocolo mais adequado de transferência para o útero. Os embriões podem ser transferidos com 2 ou 3 dias de desenvolvimento ou somente depois de se tornarem blastocistos.

Para se desenvolverem conforme o esperado fora do corpo materno, os embriões precisam de condições apropriadas. Eles ficam em incubadora com sistema time-lapse, que oferece um microambiente controlado, com características semelhantes às que seriam encontradas no útero — por exemplo, temperatura, umidade e nutrientes.

Além disso, não há interferência do meio externo, pois as imagens são capturadas de dentro da incubadora em intervalos programados, permitindo uma monitoração ininterrupta do desenvolvimento embrionário.

Afinal, por quantos dias podemos fazer o cultivo embrionário na FIV?

Podemos fazer o cultivo embrionário por até 7 dias. Os embriões que atingem o estágio de blastocisto com 5 dias podem ser transferidos a fresco (no mesmo ciclo em que foram gerados). Já os embriões que se tornam blastocisto com 6 ou 7 dias de desenvolvimento são congelados para transferência em um ciclo posterior.

O cultivo embrionário também é um período importante para viabilizar a realização do teste genético pré-implantacional (PGT), quando há indicação. Trata-se de um conjunto de análises genéticas para o rastreio de alterações nos genes e cromossomos dos embriões.

A situação de cada casal recebe um olhar individualizado na reprodução assistida. Assim, podemos personalizar cada etapa do tratamento, desde a dosagem da estimulação ovariana até o protocolo da transferência embrionária.

Não vá ainda: leia o texto completo sobre FIV-fertilização in vitro para conhecer os detalhes da técnica!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.