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Endometrioma e preservação da fertilidade: saiba mais sobre o assunto

Por Equipe Origen

Publicado em 09/05/2022

Quando falamos em endometrioma e preservação da fertilidade, o tema pode despertar muitas dúvidas em quem não conhece a doença ou as técnicas de reprodução assistida. É importante ter essas informações, principalmente se você desconfia ou recebeu o diagnóstico de endometriose e tem encontrado dificuldades para engravidar.

Nos tratamentos atuais de medicina reprodutiva, existem técnicas avançadas que permitem a criopreservação de gametas e embriões. Assim, a preservação da fertilidade se tornou uma opção bastante útil para mulheres que decidem adiar seus planos de gravidez — tanto por razões médicas, como a cirurgia de endometrioma ou um tratamento de câncer, quanto por escolhas pessoais, relacionadas a questões como carreira, finanças, relacionamentos etc.

Neste texto, reunimos informações para explicar o que são endometriomas e como tratar, o que é preservação da fertilidade e como a técnica é realizada. Acompanhe e entenda!

O que são endometriomas?

Endometrioma é um tipo de endometriose, caracterizado pela presença de tecido endometrial em um ou em ambos os ovários. O endométrio é a mucosa que reveste a parede uterina por dentro, um tecido que passa por alterações cíclicas a partir do estímulo de estrogênio, aumentando de espessura para que o embrião consiga se implantar, caso a fecundação aconteça.

Nos ciclos em que não há gravidez, os níveis dos hormônios reprodutivos estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio descama, o que provoca a menstruação. Na endometriose, esse sangramento também acontece nos locais extrauterinos, onde há implantes de tecido endometrial, causando inflamação.

O acúmulo de sangue degradado nos ovários forma cistos, os quais chamamos de endometrioma — essa forma da doença também é chamada de endometriose ovariana. Esses cistos podem afetar o número de óvulos que ficam guardados nos ovários (reserva ovariana) e isso compromete o potencial reprodutivo da mulher.

Outras formas da doença são:

  • endometriose peritoneal superficial, que apresenta lesões que se espalham superficialmente pela extensão do peritônio (membrana que cobre a cavidade pélvica);
  • endometriose infiltrativa profunda, com implantes que se aprofundam no tecido peritoneal e atingem os órgãos próximos ao útero, como tubas uterinas, intestino e bexiga.

Embora o endometrioma seja fortemente associado à infertilidade feminina, os outros dois tipos de endometriose também afetam as funções reprodutivas de alguma forma. Interessante ainda colocar que grande parte das portadoras apresenta lesões concomitantes de diferentes tipos da doença.

Nos casos mais graves de endometriose, o tratamento cirúrgico apesar de ser a última escolha pode vir a ser necessário, especialmente quando há lesões profundas que comprometem o funcionamento dos órgãos ou endometrioma e infertilidade.

Qual é o risco da cirurgia de endometrioma?

Como vimos, os endometriomas podem reduzir a reserva ovariana, o que tem impacto direto na fertilidade da portadora. Entretanto, não somente a doença coloca os ovários em risco, mas também o procedimento cirúrgico.

A mulher nasce com a reserva ovariana completa, ou seja, não há produção de novos óvulos ao longo da vida. A partir da puberdade, os folículos ovarianos (unidades que guardam os ovócitos primários) são recrutados para crescer e amadurecer, mas apenas um deles libera um óvulo maduro para a fecundação. Isso acontece em todo ciclo menstrual, com o estímulo dos hormônios reprodutivos.

Com o recrutamento cíclico de vários folículos ovarianos, a reserva ovariana reduz gradualmente. Contudo, essa redução pode ser acelerada pela presença de endometrioma, bem como pela cirurgia. Isso porque, ao remover cirurgicamente os cistos, podem ocorrer lesões acidentais no córtex ovariano, onde os óvulos ficam armazenados.

Como funciona a preservação da fertilidade no caso de endometrioma?

A preservação da fertilidade é feita com o congelamento dos óvulos. Isso é possível somente se a paciente optar por um tratamento de reprodução com fertilização in vitro (FIV). Dessa forma, os óvulos podem ficar em criopreservação pelo tempo que a mulher precisar, e são descongelados para a fecundação somente quando ela decidir engravidar.

As etapas da preservação da fertilidade incluem:

  • estimulação ovariana — técnica que utiliza medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de vários folículos ovarianos;
  • aspiração dos folículos — com uma agulha fina, o líquido folicular é aspirado e os óvulos são identificados em laboratório;
  • criopreservação — após serem coletados e analisados, os óvulos são congelados com a técnica de vitrificação, que garante o congelamento ultrarrápido sem danos celulares.

Feita a preservação da fertilidade, a mulher pode realizar a cirurgia de endometrioma com mais segurança e tranquilidade, ciente de que ainda tem chances de engravidar. O procedimento cirúrgico é realizado com videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva que possibilita a ressecção do tecido endometriótico tanto dos ovários quanto dos demais sítios acometidos pela doença.

Quando a mulher decide prosseguir com o tratamento para engravidar, os óvulos são descongelados e as demais etapas da FIV são realizadas, as quais incluem: preparo seminal, fertilização, cultivo embrionário e transferência para o útero.

Assim, mesmo tendo passado pela cirurgia de endometrioma, a mulher que opta pela preservação da fertilidade ainda pode ter filhos com a FIV. As taxas de sucesso dessa técnica são altas, mas entre os fatores determinantes estão: a idade da mulher no momento da coleta dos óvulos, a qualidade dos gametas femininos e masculinos e a receptividade uterina.

Para mais informações, leia também nosso texto principal sobre endometriose, onde explicamos as causas, sintomas da doença e muito mais.