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Endometriose: conheça a classificação morfológica da doença

Por Equipe Origen

Publicado em 18/01/2024

A endometriose é uma doença ginecológica que pode se tornar muito grave e afetar severamente a qualidade de vida da mulher. É também uma das principais causas de infertilidade feminina, portanto, é uma condição que requer muita análise.

O diagnóstico da endometriose é um grande desafio. Pode demorar vários anos para que a doença seja confirmada. Somente depois da confirmação diagnóstica é que a portadora recebe a indicação para um tratamento efetivo.

Uma das razões para a demora na identificação da endometriose é que, nos estágios iniciais, a doença pode causar dores toleráveis. Como os sintomas se manifestam mais no período menstrual, a portadora pode pensar que a dor é algo comum durante esses dias.

Com o passar dos anos e o agravamento das lesões, as manifestações podem se tornar mais intensas, chegando a incapacitar a mulher de desempenhar suas atividades habituais durante o período menstrual. Além disso, a dificuldade para engravidar pode levar a portadora à avaliação médica e à descoberta da endometriose.

A informação é o melhor caminho para chegar ao diagnóstico e ao tratamento o quanto antes. Então, continue a leitura e conheça os subtipos dessa patologia, com base em sua classificação morfológica!

O que é endometriose?

A endometriose é uma afecção crônica e inflamatória, que se apresenta em uma variedade de subtipos. As lesões são caracterizadas por implantes de tecido semelhante ao endométrio fora de seu local habitual.

O endométrio é o tecido que reveste o útero internamente. Essa camada uterina é estimulada pelos hormônios reprodutivos de forma cíclica: torna-se mais espesso para iniciar uma possível gravidez e, na ausência de um embrião para se implantar, passa por descamação, causando o sangramento menstrual.

Na endometriose, fragmentos de endométrio são encontrados fora da cavidade uterina. Os locais mais atingidos são os órgãos próximos, como: tubas uterinas, ovários, intestino, bexiga, entre outras estruturas circundantes.

Assim como ocorre dentro do útero, os implantes de células endometriais que se encontram em outros órgãos — que podemos chamar de endométrio ectópico ou tecido endometriótico —, respondem à ação hormonal, crescem e, no período da menstruação, sangram. Isso desencadeia uma resposta inflamatória local com sintomas dolorosos.

Mesmo podendo ser assintomática, a maioria das mulheres apresenta sinais e sintomas de endometriose, que são: cólicas menstruais intensas, dor pélvica, dor na relação sexual e infertilidade. Quando há lesões na bexiga e no intestino, a mulher também pode ter alterações urinárias e intestinais durante a menstruação, como micção e defecação dolorosas.

Como é a classificação morfológica da endometriose?

A endometriose tem três subtipos: peritoneal, endometrioma e endometriose profunda. Há também outras formas menos frequentes da doença, como a extra-abdominal. De modo geral, é uma condição complexa e de variadas apresentações.

Conheça as diferentes formas de endometriose, classificadas de acordo com seus aspectos morfológicos:

Endometriose peritoneal/superficial

O peritônio é a membrana que recobre os órgãos da cavidade pélvica e abdominal. A endometriose peritoneal é assim classificada quando as lesões teciduais se localizam somente na superfície do peritônio, e não chegam a se infiltrar nos órgãos. Ainda que seja uma forma menos agressiva da doença, também pode causar sintomas dolorosos e infertilidade. 

Cisto endometriótico ovariano/endometrioma

Nesse tipo de endometriose, os fragmentos endometriais se implantam nos ovários, formando cistos contendo um líquido escuro (sangue envelhecido). Essa forma da doença é potencialmente causadora de infertilidade, pois pode afetar a reserva ovariana (estoque de óvulos). 

Endometriose profunda

A endometriose profunda pode se manifestar como o tipo mais agressivo da doença. As lesões são nodulares e se estendem sobre ou sob a superfície peritoneal, invadindo as estruturas adjacentes. Essas lesões podem desencadear fibroses (aderências de tecido cicatricial) e distorcer a anatomia dos órgãos. 

Outras formas de endometriose

Embora não sejam subtipos, também devemos destacar a endometriose de bexiga e a intestinal. Geralmente, fazem parte da doença profunda e podem se tornar severas, visto que afetam órgãos responsáveis por funções básicas do organismo.

Outras formas pouco comuns de endometriose são: a extra-abdominal, que se estende para órgãos distantes da pelve; e a iatrogênica, resultante da disseminação direta ou indireta de tecido endometriótico durante procedimentos cirúrgicos, como cesariana ou laparoscopia.

Como diagnosticar e tratar essa doença?

O levantamento dos sintomas e o exame físico são os primeiros passos para o diagnóstico de endometriose. O principal exame de imagem para detectar e mapear as lesões é a ultrassonografia pélvica com preparo intestinal. A ressonância magnética também pode ser indicada.

O tratamento é individualizado. Pacientes com sintomas leves e sem comprometimento anatômico e funcional dos órgãos podem controlar a doença com medicamentos hormonais, anti-inflamatórios e analgésicos.

A cirurgia é indicada quando não há resposta ao tratamento medicamentoso, distorção dos órgãos, presença de muitas aderências pélvicas e infertilidade. As portadoras que querem engravidar também podem contar com as técnicas de reprodução assistida.

A técnica escolhida para engravidar depende da gravidade da endometriose. Quando há danos nos ovários e nas tubas uterinas, a opção mais adequada é a fertilização in vitro (FIV). Inclusive, se houver indicação para cirurgia de retirada de endometrioma, a paciente pode primeiramente congelar seus óvulos como forma de preservação da fertilidade.

Aproveite para saber mais com a leitura do texto principal sobre endometriose!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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