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Espermograma: o que avalia e quais os parâmetros

Por Equipe Origen

Publicado em 20/05/2020

O sêmen ou esperma é o fluido orgânico masculino que tem como objetivo abrigar e transportar os espermatozoides até as tubas uterinas para fecundar o óvulo.

Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos, as glândulas sexuais masculinas. Depois de produzidos, são armazenados nos epidídimos, ductos que os armazenam e nutrem até se tornarem maduros e com maior motilidade, quando são transportados pelos dutos deferentes para serem posteriormente ejaculados.

Durante a jornada são incorporados ao fluido seminal produzido pelas vesículas seminais e pela próstata para formar o sêmen. A vesícula seminal é responsável pela produção de cerca de 70% do plasma seminal, que contém aminoácidos, enzimas e principalmente frutose, importante para nutrição dos espermatozoides. A próstata reponde pelos outros 30% com sustâncias que neutralizam o ambiente ácido do canal vaginal.

O sêmen é uma substância cremosa, espumosa, esbranquiçada e opalina. É bastante espesso na ejaculação, mas dilui ou liquefaz em pouco tempo fora do organismo. Os espermatozoides são compostos por cabeça, pescoço e cauda com flagelo.

A cabeça contém o material genético a ser incorporado no óvulo após a fecundação, enquanto o flagelo é responsável pela motilidade, ou seja, pela capacidade de movimento.

O espermograma é o exame solicitado para avaliar as características do sêmen. Saiba como ele funciona e os parâmetros que ele avalia neste texto, que destaca, ao mesmo tempo, as indicações e resultados diagnósticos.

O que é o espermograma e qual a sua importância para análise da fertilidade masculina?

O espermograma, ou análise seminal como o exame também é conhecido, possibilita a avaliação da qualidade seminal e dos espermatozoides, indicando, assim, possíveis alterações que podem justificar a infertilidade.

A qualidade seminal, assim como o processo de produção e saúde dos gametas masculinos podem ser afetadas por diferentes condições. Entre elas, processos inflamatórios do sistema reprodutor masculino: orquite, epididimite e prostatite, que geralmente surgem como consequência de infecções por bactérias.

Danos secundários ao processo inflamatório podem ainda estimular uma reação autoimune, levando à formação de anticorpos antiespermatozoides: eles combatem erroneamente os espermatozoides, resultando em diminuição da quantidade e qualidade.

O espermograma indica, ao mesmo tempo, a presença de glóbulos brancos, que sinalizam para possibilidade de processos inflamatórios.

Os processos inflamatórios estão entre os fatores que provocam azoospermia, condição em que os espermatozoides não estão presentes no sêmen, considerada a causa mais comum de infertilidade masculina.

Quando o espermograma é indicado?

Os espermograma é particularmente indicado nas seguintes situações:

  • Quando há suspeita de infertilidade masculina, na maioria das vezes percebida diante da dificuldade para engravidar a parceira. Para ser diagnosticado como infértil, no entanto, é preciso pelo menos um ano de relações sexuais desprotegidas sem sucesso, quando a mulher tem até 35 anos;
  • O espermograma também contribui para diagnosticar patologias masculinas causadas por processos inflamatórios;
  • É ainda solicitado para confirmar o sucesso da cirurgia de esterilização masculina (vasectomia) e da reversão do procedimento;

O que o espermograma avalia?

O espermograma avalia parâmetros como volume do sêmen, que indica a quantidade de líquido seminal produzido, pH e viscosidade, por exemplo, concentração dos gametas masculinos, apontando o número de espermatozoides presente nas amostras coletadas, além de demonstrar percentualmente os que possuem motilidade espermática (mostram sinais de movimento), morfologia (que possuem uma estrutura celular normal).

Geralmente são solicitadas duas amostras com intervalo de dois meses, pois a contagem de espermatozoides sofre uma oscilação constante.

Os principais critérios analisados são:

Análise seminal ou macroscópica

  • Volume;
  • Viscosidade (consistência);
  • pH (acidez);
  • Frutose (açúcar presente no sêmen, que fornece energia para os gametas);
  • Capacidade de coagulação e liquefação: velocidade com que passa da consistência mais espessa para a líquida;
  • Presença de glóbulos brancos.

Análise dos espermatozoides ou microscópica

  • Concentração: número de espermatozoides por volume de sêmen e o total de espermatozoides nas amostras;
  • Morfologia (forma): analisa tamanho e forma, determinando o percentual de espermatozoides normais e anormais;
  • Motilidade dos espermatozoides: também determina percentualmente a capacidade de movimento, vigor e direção;
  • Número de espermatozoides imaturos.

Quando há problemas, o espermograma pode indicar os seguintes resultados:

  • Azoospermia: ausência de espermatozoides nas amostras analisadas;
  • Oligozoospermia: baixa concentração de espermatozoides nas amostras analisadas;
  • Astenozoospermia: quando há um percentual baixo de espermatozoides móveis;
  • Teratozoospermia: quando há um percentual baixo de espermatozoides com morfologia normal;
  • Criptozoospermia: se for rara a presença de espermatozoides nas amostras.

Quais os parâmetros considerados adequados?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os parâmetros considerados normais para um homem conseguir engravidar a sua parceira são:

Parâmetros seminais

  • Cor e aspecto: branco opalescente;
  • Tempo de liquefação: 60 minutos;
  • Volume em mililitro (ml): 1,5;
  • Viscosidade: normal;
  • pH: 7,2 de acidez.

Parâmetros dos espermatozoides

  • Concentração total: 39,0 milhões presentes na amostra;
  • Concentração por mililitro: 15,0 milhões/ml;
  • Motilidade progressiva: espermatozoides que se deslocam em uma direção: 32%;
  • Motilidade não progressiva: espermatozoides que movem a cauda, mas não deslocam: 40%;
  • Espermatozoides imóveis: 0;
  • Morfologia: 4% de ovais normais;
  • Vitalidade: 58% de espermatozoides vivos;
  • Concentração de leucócitos: ≤ 1,0×106/ml.

O espermograma normal, apresenta o resultado de ‘normospermia’.

O que fazer quando os parâmetros não são normais?

Se os parâmetros não estiverem normais, o especialista pode solicitar outros exames complementares para indicar a causa que levou ao problema. Em boa parte dos casos, a infertilidade masculina tem tratamento e a capacidade de reprodução é restaurada.

Quando isso não acontece, duas técnicas de reprodução assistida são indicadas para aumentar as chances de gravidez:

A inseminação artificial (IA), também chamada inseminação intrauterina (IIU), que possibilita o tratamento quando há pequenas alterações na morfologia e motilidade dos gametas. E a fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides), indicada quando os problemas são mais graves.

Na IA, os melhores espermatozoides são selecionados por diferentes métodos de preparo seminal, inseridos em um cateter e depositar no útero da parceira durante o período fértil.

A FIV com ICSI, por outro lado, além da seleção pelo preparo seminal, quando o diagnóstico é de azoospermia, eles podem ser recuperados do epidídimo ou dos testículos por diferentes abordagens cirúrgicas.

Durante o processo de injeção (ICSI), que ocorre em laboratório, cada espermatozoide é avaliado por um microscópio potente. Apenas após ter a saúde confirmada, é injetado diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando, dessa forma, as chances de a fecundação ocorrer.

Os percentuais de gravidez proporcionados pela técnica são bastante expressivos: cerca de 50% a cada ciclo de realização do tratamento, para mulheres com até 36 anos.

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