A doença inflamatória pélvica, também conhecida pela sigla DIP, é uma síndrome clínica provocada pela ascensão de microrganismos da cavidade vaginal e/ou do colo uterino ao útero, tubas uterinas, ovários, peritônio ou outros órgãos da pelve.
A DIP é considerada uma das complicações mais graves e frequentes das doenças sexualmente transmissíveis (DST) em mulheres em idade fértil, sendo responsável por muitos casos de infertilidade, gestação ectópica — aquela que acontece fora da cavidade uterina — e dor pélvica crônica.
Você conhece quais são as causas, o diagnóstico e o tratamento para a DIP? No artigo de hoje, vamos falar sobre tudo isso. Confira!
Quais são as causas da doença inflamatória pélvica?
A DIP é causada por microrganismos transmitidos durante a relação sexual desprotegida, que colonizam a vagina e o colo do útero, podendo subir em direção aos órgãos internos da mulher, provocando inflamação do útero, tubas e até mesmo dos ovários.
Os principais agentes etiológicos envolvidos, em ordem de prevalência, são:
- Neisseria gonorrhoea;
- Chlamidya trachomatis;
- Mycoplasma hominis;
- Ureaplasma urealyticum;
- bactérias presentes na flora vaginal endógena (aeróbicos e anaeróbicos gram positivos e negativos, tais como Streptococcus beta-hemolítico, Escherichia coli e Gardnerella vaginalis).
A gonorreia e a clamídia são as DSTs mais envolvidas na gênese da DIP. Os fatores de risco para a doença são:
- idade;
- relações sexuais desprotegidas (sem uso de preservativo);
- múltiplos parceiros sexuais;
- início precoce da atividade sexual;
- história prévia de DST e/ou DIP;
- uso de DIU.
Como é feito o diagnóstico da doença inflamatória pélvica?
Diferentes apresentações clínicas da doença podem ser observadas, variando de um quadro leve até um quadro grave nas DIPs sintomáticas. Pode também se apresentar como uma DIP assintomática ou silenciosa.
O diagnóstico depende de a paciente procurar um médico ginecologista para que seja investigada a história clínica e realizado o exame físico. Alguns sinais e sintomas levam o médico a suspeitar de DIP, como:
- dor pélvica;
- exame de toque do colo do útero doloroso;
- temperatura > 38 ºC;
- presença de secreção purulenta (corrimento) encontrada no colo uterino;
- sangramento fora do período menstrual;
- menstruação irregular;
- dor ao urinar;
- sangramento após a relação sexual.
O diagnóstico geralmente é firmado por meio da avaliação clínica após consulta e análise laboratorial do sangue e do corrimento coletado, pesquisando os microrganismos mais envolvidos na DIP.
A ultrassonografia pode ajudar no diagnostico, mas o padrão ouro é a laparoscopia, que permite também se proceder ao tratamento.
Qual é o tratamento para a doença inflamatória pélvica?
Nos casos de DIP leve, o tratamento pode ser feito ambulatorialmente, uma vez que responde bem ao uso de antibióticos.
Nos casos graves, é necessária a internação da paciente, especialmente na suspeita de abscesso, febre persistente após uso de antibióticos, peritonite ou sepse, ou dúvidas quanto ao diagnóstico e pacientes imunocomprometidas. A laparoscopia irá fechar o diagnóstico e complementar o tratamento.
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