O sêmen desempenha um papel vital na fertilidade conjugal. Ele é composto por espermatozoides e fluidos seminais, criando o ambiente ideal para a sobrevivência e o transporte dos espermatozoides em seu trajeto em busca do óvulo.
Os espermatozoides são as células reprodutivas masculinas responsáveis por fertilizar o óvulo e iniciar o processo de concepção. Eles possuem uma estrutura especializada que lhes permite nadar em direção ao óvulo, passando por diversas barreiras e desafios ao longo do caminho – com auxílio indispensável dos fluidos seminais, presentes no sêmen.
No entanto, certas condições podem afetar a qualidade do sêmen e prejudicar a fertilidade masculina – como a astenozoospermia, que se caracteriza pela redução da mobilidade dos espermatozoides.
Continue lendo para saber mais sobre astenozoospermia, como identificá-la e as opções de tratamento disponíveis. Não perca a oportunidade de entender melhor essa condição e descobrir as possibilidades para alcançar a paternidade.
Entenda a formação do sêmen e seus componentes
O sêmen é uma combinação cuidadosamente equilibrada de fluidos seminais, que trabalham juntos para garantir a sobrevivência e o transporte dos espermatozoides.
Antes da ejaculação, um líquido lubrificante que é liberado pelas glândulas bulbouretrais, para limpar a uretra, neutralizando possíveis resquícios de urina e criando um ambiente mais favorável para os espermatozoides.
As vesículas seminais são responsáveis por produzir a maior parte dos fluidos do sêmen, contendo nutrientes, como açúcares, que fornecem energia aos espermatozoides, e substâncias que ajudam a neutralizar a acidez do ambiente vaginal, prejudicial aos espermatozoides.
A próstata é outra glândula essencial na formação do sêmen. Ela secreta fluidos que contêm enzimas e proteínas que ajudam a liquefazer o sêmen, após a ejaculação, facilitando a motilidade espermática e o deslocamento dos espermatozoides pelo trato reprodutivo feminino.
O líquido espermático evita o consumo excessivo de energia para que os espermatozoides cheguem ao óvulo com o potencial de passar pelo processo de capacitação que permite a penetração na célula germinativa feminina.
Como é a estrutura do espermatozoide?
Considerada uma célula altamente especializada, o espermatozoide tem uma estrutura complexa e adaptada para sua função reprodutiva, que consiste em três partes principais: cabeça, peça intermediária e cauda.
A forma da cabeça é projetada para facilitar a penetração no óvulo, após passar pelo processo de reação acrossômica, durante o processo de fertilização, além de conter o núcleo, que carrega o material genético responsável por transmitir as características hereditárias do pai para o filho.
Já a peça intermediária contém as mitocôndrias, que fornecem energia para o movimento do espermatozoide, enquanto a cauda, também conhecida como flagelo, é a parte mais longa, responsável pela motilidade espermática – movimentos ondulatórios coordenados permitem o nado em direção ao óvulo.
O que são alterações seminais?
Existem várias alterações que podem ocorrer no sêmen, afetando sua qualidade e a capacidade dos espermatozoides de fertilizar um óvulo – além da astenozoospermia, tema deste texto.
Quando o número de espermatozoides está abaixo do limite considerado normal (oligozoospermia) – normalmente por problemas na produção de espermatozoides nos testículos – as chances de fertilização do óvulo podem ser reduzidas.
Em condições normais, os espermatozoides têm uma estrutura bem definida, o que facilita sua mobilidade e capacidade de fertilização, ao contrário do que se observa na teratozoospermia – causada por fatores genéticos ou ambientais –, em que os espermatozoides podem apresentar formas anormais, dificultando sua função reprodutiva.
Considerada uma forma mais grave de infertilidade, a azoospermia é caracterizada pela ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado.
Existem duas formas principais de azoospermia: a azoospermia pré-testicular, em que há uma falha na produção de espermatozoides pelos testículos, e a azoospermia pós-testicular, em que os espermatozoides são produzidos, mas não conseguem ser liberados devido a obstruções nos ductos ejaculatórios.
A astenozoospermia e a motilidade espermática
Como comentamos, a motilidade espermática desempenha um papel crucial na fertilidade masculina e no processo de concepção, já que os espermatozoides precisam ter uma capacidade de movimento adequada para alcançar o óvulo e fertilizá-lo com sucesso.
O diagnóstico de astenozoospermia significa que a maioria ou todos os espermatozoides da amostra de sêmen – que reflete a qualidade do sêmen como um todo – apresentam movimento lento ou não conseguem se mover de forma coordenada.
A redução da motilidade espermática afeta diretamente a capacidade dos espermatozoides de percorrer o trato reprodutivo feminino, já que eles podem não conseguir se mover em direção ao óvulo ou podem ter dificuldade em avançar eficientemente ao longo do trajeto. Isso diminui significativamente as chances de fertilização e, consequentemente, pode afetar a capacidade do casal de conceber naturalmente.
A astenozoospermia pode ser causada por diferentes fatores, como problemas na formação ou no desenvolvimento dos espermatozoides, lesões nos órgãos reprodutivos masculinos, desequilíbrios hormonais, alterações genéticas e inflamações.
Como identificar a astenozoospermia?
A identificação da astenozoospermia é fundamental para um diagnóstico preciso e a busca pelo tratamento mais adequado para cada caso. Nesse sentido, o espermograma é o exame que avalia a fertilidade masculina e pode auxiliar na identificação dessa condição específica.
Também conhecido como análise seminal, o espermograma é um procedimento laboratorial que envolve a coleta de uma amostra de sêmen, utilizada para avaliar várias características, incluindo a motilidade dos espermatozoides.
Com o espermograma é possível observar a movimentação dos espermatozoides e avaliar sua velocidade, progressão e a coordenação de seus movimentos, permitindo determinar se há astenozoospermia.
A análise seminal não se limita apenas à motilidade dos espermatozoides e o espermograma também avalia outras características, como a concentração de espermatozoides (contagem), a morfologia (forma) e a vitalidade. Esses parâmetros fornecem uma visão mais abrangente da saúde e da qualidade dos espermatozoides.
Qual o papel da reprodução assistida?
A astenozoospermia pode ser um desafio para casais que desejam conceber. No entanto, a reprodução assistida pode oferecer opções de tratamento para superar as dificuldades causadas por essa condição e aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida.
A FIV permite superar os desafios da astenozoospermia, uma vez que os espermatozoides podem ser selecionados e injetado diretamente dentro de um óvulo, auxiliando na fertilização mesmo com uma mobilidade espermática comprometida, por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
É interessante lembrar que a ICSI também pode ser feita com espermatozoides obtidos por com recuperação espermática, como nos casos de azoospermia, por exemplo.
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