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O que é clivagem?

Por Equipe Origen

Publicado em 05/10/2022

O embrião passa por vários estágios de desenvolvimento até estar pronto para se implantar no útero. A implantação embrionária no endométrio uterino, também chamada de nidação, é o fenômeno que marca o início da gestação. Antes disso, no entanto, vários processos acontecem, incluindo a fecundação, a fase de clivagem e a formação do blastocisto.

Os eventos biológicos que antecedem a gravidez não são claramente compreendidos pela maioria das pessoas. A dúvida é ainda maior quando falamos em reprodução medicamente assistida. Será que o embrião passa pelas mesmas etapas antes de se fixar no útero? Como isso acontece, especialmente, na fertilização in vitro (FIV), que requer os primeiros dias de desenvolvimento embrionário em laboratório?

Para compreender melhor esses temas — sobretudo, o que é clivagem — acompanhe o post até o final!

O que é fecundação?

Fecundação é o momento em que o espermatozoide se funde com o óvulo, gerando o zigoto, que é a primeira célula do embrião. Para isso acontecer, a mulher e o homem precisam ter suas gônadas funcionando corretamente.

As gônadas masculinas são os testículos e as femininas são os ovários. Esses órgãos são responsáveis por produzir, armazenar e liberar as células reprodutivas ou gametas. Também é função das gônadas secretar os hormônios reprodutivos — testosterona (no homem), estrogênio e progesterona (na mulher).

Com os ovários funcionando regularmente, a ovulação ocorre mês após mês. No período em que o óvulo é liberado, há chances de fecundação se o casal tiver relações sexuais sem contracepção.

Assim, os espermatozoides entram no corpo da mulher e migram até as tubas uterinas. Em um desses órgãos, haverá um óvulo maduro à espera. Quando o gameta masculino penetra na zona pelúcida (membrana que protege o óvulo) e os núcleos dos dois gametas se fundem, a fecundação se completa.

Um dia após ser fecundado, o óvulo entra na fase de divisão celular. É um processe acelerado e ininterrupto, no qual as células embrionárias se dividem sucessivamente até chegar no estágio de blastocisto.

Afinal, o que é clivagem?

É chamado de clivagem o processo de divisões celulares que transforma o zigoto (célula única) em blastocisto (embrião pluricelular).

As divisões mitóticas consecutivas que ocorrem na clivagem resultam em células-filhas chamadas de blastômeros, as quais carregam o mesmo número de cromossomos da célula-mãe (o óvulo fecundado).

Aproximadamente, a cada 24 horas, os blastômeros se dividem, de forma que as células embrionárias dobram de quantidade, dia após dia. Quando chega à cavidade do útero, no 4º dia de clivagem, o embrião está em fase de mórula e já tem mais que 16 células.

O óvulo fertilizado se torna blastocisto entre o 5º e 7º dia de desenvolvimento. Nesse estágio, o embrião tem condições fisiológicas compatíveis com o útero materno e pode se implantar no endométrio (camada uterina interna).

Apesar do significativo aumento no número de blastômeros, o óvulo fecundado não aumenta de tamanho durante a clivagem, pois as células se aglomeram e ficam compactadas no interior da célula-mãe. Esse aglomerado continua protegido pela zona pelúcida que circundava o óvulo na fecundação, permitindo que o embrião seja transportado pela tuba uterina e levado para o útero.

O processo de clivagem é diferente na reprodução assistida?

Existem tratamentos de baixa e alta complexidade na reprodução assistida. Em todos eles, os eventos biológicos que tornam o óvulo um blastocisto — inclusive, a fase de clivagem — são os mesmos que na reprodução natural.

As técnicas da medicina reprodutiva são importantes para pessoas que não conseguem engravidar naturalmente, o que pode acontecer por inúmeras causas de infertilidade feminina e masculina.

Uma das dúvidas que os casais inférteis podem ter em relação aos tratamentos de reprodução assistida é sobre a forma como o embrião se desenvolve, inicialmente, fora do útero. Isso acontece, especificamente, na FIV, que é uma técnica de alta complexidade.

Nos tratamentos considerados de baixa complexidade — relação sexual programada e inseminação artificial —, a fecundação e o desenvolvimento pré-embrionário acontecem naturalmente, como na gravidez espontânea. O que muda são os processos que ocorrem antes da ovulação, como o estímulo ao desenvolvimento dos óvulos e, no caso da inseminação, a forma como os espermatozoides chegam ao trato reprodutivo feminino.

Na FIV, todos as etapas que antecedem a implantação do embrião no útero ocorrem na clínica de reprodução assistida. Os gametas femininos e masculinos são coletados para que a fecundação seja feita em laboratório. Depois disso, os óvulos que são fertilizados ficam em cultivo, em incubadora, onde podem ser monitorados diariamente por um embriologista.

O profissional observa se os embriões estão se desenvolvendo como o esperado, sendo possível avaliar a qualidade embrionária e identificar quantos deles podem chegar ao estágio de blastocisto e quais apresentam maior potencial de implantação.

Apesar de estarem em um ambiente extrauterino, os embriões se desenvolvem naturalmente, sem manipulação médica ou interferência externa. Portanto, passam pela etapa de clivagem e pela mesma sequência de divisão celular que ocorre na reprodução natural. Após o período de cultivo, realiza-se a transferência dos embriões para o útero, e um deles pode se implantar para dar início à gravidez.

Quer entender, em detalhes, como é realizada a técnica de alta complexidade da reprodução assistida? Leia nosso texto completo sobre fertilização in vitro!