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O que é e como é feita a laqueadura?

Por Equipe Origen

Publicado em 11/07/2022

A laqueadura é um dos métodos de contracepção feminina. Para isso as tubas uterinas são manipuladas, de forma que os espermatozoides não consigam mais passar para encontrar o óvulo. Assim, não há chances de fecundação.

A gravidez espontânea acontece quando a mulher e o homem têm seus sistemas reprodutores funcionando corretamente. A fertilidade feminina, em específico, depende de equilíbrio hormonal, ovulação regular e órgãos — útero, tubas uterinas e ovários — livres de doenças e sem alterações anatômicas.

Afunilando ainda mais os aspectos da fertilidade feminina, podemos destacar que as tubas uterinas têm importância ímpar na reprodução natural. A função desses órgãos é captar o óvulo que sai do ovário e levá-lo para o local da fecundação. O óvulo é fertilizado no interior da tuba e depois transportado para a cavidade uterina com a ajuda da motilidade tubária.

Após a cirurgia de laqueadura, as tubas uterinas já não cumprem mais suas funções na fertilidade da mulher, interrompendo as chances de gravidez — é sobre isso que vamos falar neste post.

Leia com atenção!

O que é laqueadura e quando ela pode ser feita?

A laqueadura é uma cirurgia de contracepção definitiva feminina que consiste em provocar a obstrução das tubas uterinas para impedir o encontro dos gametas e a fertilização do óvulo. Apesar de sua alta eficácia anticonceptiva, a indicação para esse método é criteriosa, em razão do risco de arrependimento da mulher no futuro. Sendo assim, os ginecologistas costumam orientar a paciente quanto às opções de contraceptivos reversíveis.

Para realizar a laqueadura, o casal passa primeiramente por um planejamento familiar, que pode envolver orientação multidisciplinar — médica e psicológica. Isso é importante porque a mulher precisa ser plenamente conscientizada de que se trata de uma intervenção definitiva.

Os critérios para a indicação da laqueadura incluem idade mínima de 25 anos e dois filhos vivos. Quanto mais jovem a paciente é quando realiza a cirurgia, maiores são as chances de mudanças de planos após alguns anos, chegando até a 75% de arrependimento.

Como a laqueadura é realizada?

A laqueadura pode ser feita com diferentes métodos, os quais incluem excisão das tubas uterinas e cauterização das extremidades cortadas ou obstrução com clipes, anéis e outros materiais.

Também é possível remover completamente as tubas, procedimento chamado de salpingectomia. Esse método, no entanto, não é indicado exclusivamente como laqueadura tubária, mas também para tratar doenças graves, como infecção em estágio avançado ou câncer uterino/ovariano que se espalhou.

A abordagem cirúrgica principal para a realização da laqueadura é a videolaparoscopia — técnica minimamente invasiva que permite o acesso aos órgãos da cavidade abdominopélvica por meio de pequenos furos próximos ao umbigo. Outras modalidades são ainda a laparotomia (operação abdominal aberta) e a histeroscopia (por via vaginal).

O risco de complicações pós-cirúrgicas, como infecções e hemorragia, existe, mas é raro — embora, um sangramento moderado seja comum nos dias subsequentes ao procedimento. Possivelmente, os riscos mais significativos após a laqueadura são de gravidez ectópica e de arrependimento por não poder mais engravidar.

A gravidez ectópica pode acontecer nesses casos, mas vale frisar que as chances também são muito baixas. Isso ocorre quando um espermatozoide consegue, de alguma forma, passar pelo ponto de obstrução e alcançar o óvulo, mas, após a fertilização, o embrião não pode ser transportado para o útero e se implanta na tuba uterina. Esse tipo de gestação não tem condições de evoluir, além de colocar em risco a vida da mulher, se houver ruptura e hemorragia.

Quanto ao possível arrependimento, é importante reforçar esse ponto, uma vez que os sentimentos e decisões mudam ao longo da vida, especialmente se a mulher perder um filho ou decidir formar nova família com outro parceiro. Felizmente, existem possibilidades de uma nova gravidez com reversão de laqueadura ou fertilização in vitro (FIV).

É possível reverter a laqueadura para engravidar novamente?

Existem, sim, possibilidades de reversão da laqueadura, mas isso depende de vários critérios. Não são todas as pacientes que conseguem recuperar a fertilidade espontânea após o procedimento de reversão. Por isso, é necessário ter uma avaliação apurada para que a cirurgia seja bem indicada.

A reversão de laqueadura é uma cirurgia bastante complexa. Também não é possível em todos os casos, depende do método que foi utilizado para obstruir as tubas uterinas.

A cirurgia de reversão é chamada de reanastomose ou recanalização tubária. É uma técnica microcirúrgica que consiste em religar ou desobstruir as tubas uterinas. Entretanto, existem alguns fatores que implicam nos resultados desse procedimento. A restauração da fertilidade da mulher depende de:

  • idade da paciente;
  • situação da reserva ovariana;
  • fertilidade do parceiro;
  • método empregado para obstruir as tubas;
  • tempo decorrido desde a cirurgia de esterilização;
  • o quanto as tubas uterinas foram agredidas e lesionadas;
  • integridade das fímbrias, estruturas situadas na extremidade das tubas, próximas aos ovários, responsáveis pela captação do óvulo.

Quando a reprodução assistida é uma opção?

A reprodução assistida é uma opção importante quando a mulher que fez laqueadura decide ter filhos, mas não é elegível à cirurgia de reversão — seja pela idade, seja por outros fatores de infertilidade masculina ou feminina existentes.

Nas situações em que não é possível recuperar as funções tubárias com a cirurgia de reversão de laqueadura, a FIV é indicada. As chances de sucesso são boas porque os óvulos são fertilizados em laboratório e colocados diretamente no útero, ou seja, não precisam passar pelas tubas uterinas.

Leia agora o texto sobre reversão de laqueadura para conhecer os detalhes dessa técnica cirúrgica!