O que é meio de cultura?
O meio de cultura é utilizado em várias áreas, por exemplo: para análise de água e alimentos, no desenvolvimento de cosméticos e na microbiologia clínica. Existe uma grande variedade desses meios nas análises laboratoriais, sendo que cada tipo de cultura é indicado para uma determinada função.
Neste texto, vamos mostrar a importância do meio de cultura na medicina, especificamente, no contexto da reprodução assistida. Essa é a área médica voltada para a investigação e o tratamento do casal infértil.
As técnicas de reprodução assistida contribuem para a superação de problemas femininos e masculinos que impedem um casal de ter filhos de forma espontânea. Cada vez mais, a medicina reprodutiva tem ajudado na formação de novas famílias, graças aos avanços da ciência e da tecnologia.
Continue a leitura para entender o que é meio de cultura e qual é sua função nos tratamentos de reprodução assistida!
Afinal, o que é meio de cultura?
Um meio de cultura é uma preparação química que contém os nutrientes necessários para o crescimento e o desenvolvimento de microrganismos que são analisados fora de seu ambiente natural.
O conjunto de substâncias é formulado de maneira adequada, permitindo que fungos, bactérias e outros organismos sobrevivam ou se multipliquem em condições de laboratório a fim de serem analisados.
Entre as características básicas dos meios de cultura, de modo geral, estão: fatores de crescimento, fonte de energia, fonte de carbono, sais minerais e esterilização. Entretanto, a formulação depende da função. Existem culturas para nutrir e estimular o crescimento, enquanto outras são feitas para inibir o microrganismo.
Por que o meio de cultura é necessário na reprodução assistida?
As técnicas de reprodução assistida envolvem procedimentos laboratoriais que permitem o controle das etapas do processo reprodutivo que ocorrem antes da implantação de um embrião no útero. Em uma dessas etapas, utiliza-se o meio de cultura para o desenvolvimento inicial dos embriões fora do útero materno, mas também há outras formulações para outras finalidades.
A infertilidade pode ter diferentes causas, as quais são reveladas a partir de uma investigação detalhada do casal. Conforme o diagnóstico, o tratamento de reprodução assistida é definido — se necessário, é feito somente após intervenção medicamentosa ou cirúrgica para tratar as condições clínicas subjacentes.
As técnicas de reprodução assistida são classificadas como de baixa ou alta complexidade. A relação sexual programada e a inseminação artificial são as menos complexas, pois utilizam poucos procedimentos e a fertilização do óvulo ocorre naturalmente na tuba uterina da paciente.
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica de alta complexidade, assim considerada por envolver uma série de etapas em laboratório, o que permite um processo reprodutivo altamente controlado. Nesse contexto, o meio de cultura tem papel fundamental.
Meio de cultura na FIV
A FIV é indicada para os casos mais complexos de infertilidade conjugal, incluindo:
- idade materna avançada;
- baixa reserva ovariana;
- doenças uterinas;
- obstrução das tubas uterinas;
- endometriose severa;
- alterações genéticas;
- fatores masculinos moderados e graves;
- infertilidade por tempo prolongado;
- falhas nas técnicas de baixa complexidade e cirurgias.
O objetivo dessa técnica é formar embriões em ambiente laboratorial, após coletar os gametas da mulher e do homem, e transferi-los para o útero depois dos primeiros estágios de desenvolvimento celular.
A primeira parte do tratamento é feita com a administração de medicações hormonais que aumentam a função dos ovários. A estimulação ovariana tem o objetivo de desenvolver mais óvulos que no ciclo ovulatório natural. Na FIV, quanto maior o número de óvulos coletados, mais chances de chegar a uma gravidez.
O desenvolvimento dos folículos ovarianos é acompanhado por ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais, possibilitando a previsão do dia da ovulação. Horas antes que a paciente ovule, realiza-se a aspiração folicular para que os óvulos sejam coletados em laboratório.
Da mesma forma que os óvulos são coletados, o material masculino precisa ser. A coleta do sêmen é mais simples, visto que não requer estímulo hormonal prévio. O material é colhido normalmente por masturbação e submetido ao preparo seminal. Em casos específicos de infertilidade masculina, os gametas são obtidos a partir de recuperação espermática com técnicas microcirúrgicas ou de punção.
Após coleta dos gametas, é feita a fertilização dos óvulos, sucedida do acompanhamento do desenvolvimento embrionário em incubadora. Nessa etapa, o meio de cultura apropriado permite que os embriões possam se desenvolver, por alguns dias, em ambiente extrauterino.
Esse tipo de meio de cultura contém os componentes necessários para todas as fases do desenvolvimento embrionário, desde a captação dos óvulos até que o embrião chegue ao estágio de blastocisto, quando pode ser transferido para o útero — a transferência também pode ser feita antes desse estágio, conforme o protocolo previamente definido em cada caso.
Além de ser fundamental para a etapa do cultivo embrionário, o meio de cultura é necessário em outros procedimentos da reprodução assistida, por exemplo, para refrigeração ou congelamento de sêmen e para vitrificação e desvitrificação de óvulos e embriões.
Aproveite que está aqui e leia o texto sobre fertilização in vitro para conhecer todos os detalhes da técnica!
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