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O que são embriões excedentes?

Por Equipe Origen

Publicado em 25/05/2021

O encontro do espermatozoide com o óvulo, processo chamado fecundação, resulta na formação do embrião, estágio inicial de desenvolvimento do futuro ser humano. No entanto, nem todas mulheres conseguem engravidar naturalmente e muitas vezes é necessário recorrer à reprodução assistida, tratamento padrão quando há problemas de fertilidade.

O termo embriões excedentes é específico da fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida. Nela, a fecundação é realizada em laboratório. Para podermos aumentar a chance de gravidez e, principalmente, a taxa de gravidez acumulada, um número maior de óvulos é fecundado, resultando, consequentemente, na formação de muitos embriões.

Para entender o que são embriões excedentes no contexto da FIV, é só continuar a leitura até o final.

Como a FIV funciona?

A FIV foi desenvolvida na década de 1970 para solucionar problemas de obstruções nas tubas uterinas. É um tratamento complexo, realizado em cinco diferentes etapas.

Para que seja possível a fecundação de forma artificial, por exemplo, óvulos e espermatozoides são previamente coletados e os embriões formados posteriormente transferidos para o útero materno. Conheça abaixo o funcionamento de cada uma delas.

  • 1ª etapa – estimulação ovariana e indução da ovulação: a estimulação ovariana é um procedimento que tem como objetivo estimular o desenvolvimento e amadurecimento de diversos folículos (bolsas que contém o óvulo primário), obtendo, dessa forma, mais óvulos para a fecundação. Para isso, utiliza medicamentos hormonais sintéticos, semelhantes aos naturais envolvidos no processo reprodutivo. Eles são administrados no início do ciclo menstrual. Quando os folículos já estão do tamanho ideal, novos medicamentos os induzem ao amadurecimento final e rompimento;
  • 2ª etapa – punção folicular e preparo seminal: após a administração dos medicamentos indutores, a maturação dos óvulos ocorre em 36 horas. Nesse período os folículos são aspirados por punção folicular e os óvulos posteriormente extraídos em laboratório. Simultaneamente à punção folicular o sêmen do parceiro também é coletado e os espermatozoides capacitados por técnicas de preparo seminal, que possibilitam a seleção dos mais saudáveis para a fecundação;
  • 3ª etapa – fecundação: a fecundação acontece em laboratório. Atualmente, o método mais utilizado para realizar esse processo é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que que cada espermatozoide é injetado diretamente no óvulo por um micromanipulador de gametas, aparelho de alto precisão. Esse método, possibilita que mais óvulos sejam fecundados e, dessa forma, mais embriões sejam formados;
  • 4ª etapa – cultivo embrionário: os embriões que resultam da fecundação são cultivados por até seis dias em laboratório, processo acompanhado diariamente por um embriologista;
  • 5ª etapa – transferência do embrião: a transferência dos embriões, como o nome indica, é o procedimento em que os embriões são transferidos ao útero materno. O que pode ser feito em duas fases do desenvolvimento embrionário: clivagem, entre o segundo e terceiro dia, e blastocisto, no quinto dia.

Aproximadamente 15 dias após a punção já é possível confirmar a gravidez. Se não houver sucesso, o procedimento é novamente repetido em um próximo ciclo de tratamento.

O que são embriões excedentes?

Para garantir mais chances de sucesso gestacional geralmente é transferido mais de um embrião. No entanto, essa quantidade é determinada pela regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão responsável por orientar a reprodução assistida no Brasil, de acordo com a idade da mulher.

Mulheres com até 35 anos podem receber até 2 embriões, dos 36 anos aos 39 anos, 3 embriões e acima dos 40 anos, 4 embriões.

Assim, os embriões que não forem transferidos são chamados excedentes. Eles são congelados e podem ser utilizados em um próximo ciclo de tratamento, ou para obter uma nova gravidez no futuro.

As técnicas de congelamento utilizadas atualmente proporcionam o armazenamento durante muitos anos, com danos praticamente inexpressivos às células, mantendo chances semelhantes à obtidas a fresco.

As taxas de sucesso gestacional registradas pela FIV são as mais expressivas da reprodução assistida, independentemente de o tratamento ser realizado com embriões frescos ou congelados.

Além da doação de embriões, mulheres que não podem engravidar com óvulos próprios podem contar, ainda, com a doação de óvulos. Toque aqui para saber mais.