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Onde ocorre a fecundação?

Por Equipe Origen

Publicado em 03/01/2023

Para quem ainda tem dúvidas sobre onde ocorre a fecundação, é preciso, antes, saber que esse fenômeno depende da união dos gametas. Então, vamos começar este post retomando o que são os gametas.

Os óvulos são os gametas ou células reprodutivas da mulher, desenvolvem-se e amadurecem nos ovários, a partir do estímulo dos hormônios da hipófise, FSH e LH. Geralmente, apenas um óvulo maduro é liberado em cada ciclo feminino, no momento conhecido como ovulação.

Os gametas masculinos são os espermatozoides. São produzidos nos testículos, sob estímulo de FSH, LH e testosterona, e amadurecem nos epidídimos, onde também ficam armazenados. Essas células são liberadas do corpo do homem por meio da ejaculação.

Agora que já recordamos o que são os gametas, vamos seguir com o texto para explicar onde ocorre a fecundação. Acompanhe!

O que é fecundação?

Fecundação ou fertilização é o momento em que um espermatozoide penetra no óvulo para formar a primeira célula de um novo organismo, o zigoto. Vários gametas masculinos podem se ligar ao feminino, mas apenas um atravessa a zona pelúcida, membrana que circunda o óvulo, e consegue finalizar o processo de fertilização.

Após penetrar a zona pelúcida, os núcleos do espermatozoide e do óvulo se fundem e seus cromossomos se misturam, formando um zigoto com DNA único. A partir da fecundação, inicia-se o processo de desenvolvimento pré-embrionário, no qual a célula-mãe ou célula-ovo (o óvulo fecundado) passa por sucessivas divisões celulares, formando um embrião em condições fisiológicas ideais para se implantar no útero.

Afinal, onde ocorre a fecundação?

Na gestação espontânea, é nas tubas uterinas que os gametas se encontram e onde ocorre a fecundação. Para contextualizar melhor esse evento biológico, vamos novamente retomar alguns pontos, agora sobre as funções do sistema reprodutor feminino.

O trato genital superior da mulher é formado por 3 órgãos fundamentais para a reprodução:

  • os ovários, que armazenam, desenvolvem e liberam os óvulos, além de produzirem os hormônios que preparam o útero para a gravidez (estrogênio e progesterona);
  • as tubas uterinas, que captam o óvulo na ovulação, oferecem o local para a fertilização e ainda transportam o zigoto para a cavidade uterina;
  • o útero, que recebe o embrião, nutre e protege o feto durante a gravidez.

Se esses 3 órgãos estiverem funcionando corretamente, isto é, sem doenças e alterações, o casal tem chances de engravidar, caso tenha relações sexuais nos dias próximos à ovulação, o que chamamos de período fértil.

Assim, os espermatozoides são depositados no corpo da mulher com a ejaculação masculina. Os gametas passam pela cérvice ou colo do útero e ascendem para o trato superior, em direção às tubas uterinas. Na porção tubária mais dilatada, chamada de ampola, é onde ocorre a fecundação.

Na reprodução assistida, a fecundação também acontece nas tubas uterinas quando o tratamento é feito com relação sexual programada ou inseminação artificial. Se a indicação for para fertilização in vitro (FIV), os óvulos são fecundados em ambiente laboratorial, portanto, fora da tuba.

O que fazer diante de alteração nas tubas uterinas?

Existem doenças que provocam dilatação, obstrução ou distorção das tubas uterinas. Essas alterações interferem nas funções tubárias, dificultando: a captação e o transporte do óvulo, a passagem dos espermatozoides e o deslocamento do embrião para o útero.

As principais patologias associadas à infertilidade por fator tubário são:

Endometriose

Em mulheres com endometriose, são encontrados fragmentos de tecido endometrial, semelhante ao que reveste o útero por dentro, alojados em outros órgãos pélvicos. As tubas uterinas são lesionadas quando o diagnóstico é de endometriose infiltrativa profunda. Nesses casos, as aderências cicatriciais obstruem ou distorcem as tubas.

Hidrossalpinge

Hidrossalpinge é o acúmulo de fluído seroso dentro das tubas uterinas, ocorre como complicação da inflamação tubária (salpingite). A principal causa é a ação de microrganismos infecciosos, como o agente etiológico de clamídia, que levam ao estabelecimento da doença inflamatória pélvica (DIP).

Além das doenças mencionadas, as tubas uterinas perdem suas funções quando a mulher realiza alguma cirurgia nesses órgãos, como a laqueadura (procedimento de esterilização eletiva) e a salpingectomia (operação para retirada das trompas).

Fator tubário e reprodução assistida: qual é a indicação?

Mulheres com infertilidade por fator tubário nem sempre conseguem recuperar a capacidade reprodutiva com o tratamento cirúrgico para correção das tubas. Muitas vezes, a reprodução assistida é procurada por essas pacientes.

A técnica indicada é a fertilização in vitro, que não depende das funções tubárias para promover a gravidez. Para isso, os gametas femininos e masculinos são coletados dos órgãos e preparados em laboratório.

Portanto, com a FIV, em ambiente laboratorial é onde a fecundação ocorre, e não na tuba uterina. Apesar de acontecer em ambiente controlado, o processo de fusão dos gametas e de desenvolvimento pré-embrionário é o mesmo. Assim, depois de poucos dias de cultivo em incubadora, realiza-se a transferência dos embriões para o útero.

Visite nosso texto sobre fertilização in vitro e conheça todos os detalhes dessa técnica, incluindo indicações, etapas de realização e técnicas complementares!