O sistema reprodutor da mulher é composto por vários órgãos com funções importantes. Os processos que antecedem a gravidez — ovulação, fertilização e implantação do embrião — acontecem nos ovários, tubas uterinas e útero. Sendo assim, a saúde desses órgãos é determinante para a fertilidade feminina.
Os fenômenos conceptivos começam nos ovários, com a gametogênese. Esses órgãos são fundamentais para a saúde da mulher, de modo geral, e não somente para a fertilidade. No entanto, existem várias disfunções ovarianas que podem deixar a mulher infértil, além de outras repercussões negativas.
Leia este post com atenção e entenda qual é o papel dos ovários na fertilidade feminina!
O que são ovários?
Os ovários são órgãos de importantes funções no aparelho reprodutor da mulher. São um par de glândulas sexuais que se localizam na região pélvica, um de cada lado do útero. São as tubas uterinas, antes chamadas de trompas de falópio, que efetuam a ligação entre os ovários e a cavidade uterina.
Da mesma forma que os testículos são para o homem, os ovários são as gônadas da mulher. Possuem formato oval e apresentam tamanho variável, medindo cerca de 3 a 5 centímetros de comprimento.
As estruturas ovarianas começam a se formar ainda durante a vida embrionária. A morfologia das gônadas é reconhecível a partir da sétima semana gestacional. Depois disso, ocorre a diferenciação gonadal e a secreção dos hormônios específicos de cada sexo, determinando as características típicas de cada sistema genital.
Após a diferenciação gonadal, as células que formam os ovários começam a se multiplicar e se diferenciar, dando origem aos folículos ovarianos e aos ovócitos primários. Assim, a menina já nasce com todos os óvulos armazenados, o que chamamos de reserva ovariana.
É somente a partir da puberdade que os ovários começam a liberar os óvulos de forma cíclica, sob ação dos hormônios que estimulam a ovulação. O processo ovulatório é controlado por uma complexa interação entre os hormônios do eixo hipotálamo-hipófise e dos próprios ovários.
Quais são as funções dos ovários?
Os ovários são responsáveis por:
- armazenar os ovócitos primários;
- desenvolver os óvulos durante a fase folicular (pré-ovulatória);
- liberar o óvulo maduro na ovulação;
- produzir os hormônios femininos estrogênio e progesterona.
A reserva ovariana contém todos os ovócitos que a mulher poderá desenvolver ao longo de sua vida reprodutiva, ou seja, não há produção de novos óvulos. Quando essa reserva se esgota, ocorre a falência dos ovários e a interrupção dos ciclos ovulatórios e das menstruações, caracterizando a menopausa.
Durante a vida reprodutiva, em cada ciclo menstrual, um grupo de folículos ovarianos é recrutado para o desenvolvimento. O estímulo folicular vem dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), resultantes da atividade do eixo hipotálamo-hipófise.
Um dos folículos se desenvolve mais que os outros e, após o amadurecimento completo, rompe-se e desencadeia a ovulação. Logo após, os resíduos celulares desse mesmo folículo formam o corpo-lúteo, estrutura endócrina temporária, responsável pela produção de estrogênio e progesterona.
Os hormônios ovarianos também são essenciais na fertilidade, pois agem na preparação do útero para receber o embrião. O estrogênio torna a camada uterina interna (endométrio) mais espessa, enquanto a progesterona tem ação secretória, controla a atividade estrogênica e proporciona a receptividade endometrial.
Além de serem fundamentais para preparar o útero e regular o ciclo menstrual, os hormônios produzidos nos ovários participam de várias funções, como:
- desenvolvimento e manutenção das características sexuais femininas;
- alterações cíclicas no muco cervical;
- manutenção da gravidez;
- preparação das mamas para a lactação;
- regulação da distribuição da gordura corporal;
- metabolismo do cálcio e manutenção da massa óssea;
- estímulo do comportamento sexual, como aumento da libido e da lubrificação vaginal.
Quais problemas ovarianos podem causar infertilidade?
Os ovários podem ser afetados por uma série de doenças. A mais prevalente é a síndrome dos ovários policísticos (SOP), uma disfunção endócrina que leva ao aumento dos hormônios andrógenos e prejudica o desenvolvimento dos folículos ovarianos.
Além da SOP, há outras condições que acometem os ovários, como:
- cistos ovarianos;
- endometrioma (cistos de endometriose ovariana);
- ooforite (inflamação por ação de bactérias);
- falência ovariana prematura (FOP);
- distúrbios do eixo hipotálamo-hipófise, que alteram a secreção de FSH e LH e, por consequência, prejudicam o funcionamento ovariano;
- câncer de ovário.
O diagnóstico precoce dessas alterações é fundamental para um tratamento efetivo e para a preservação da fertilidade. As disfunções ovarianas são tratadas de acordo com suas causas específicas, podendo envolver o uso de medicação ou cirurgia.
A reprodução assistida também é importante para mulheres que não conseguem engravidar naturalmente em razão de problemas nos ovários. Pacientes jovens com condições de simples manejo, como as falhas ovulatórias decorrentes da SOP, podem tentar, inicialmente, a estimulação ovariana empregada em técnicas de baixa complexidade, as quais incluem a relação sexual programada e a inseminação artificial.
Diante de fatores mais complexos — por exemplo, baixa reserva ovariana por idade avançada, risco de menopausa precoce e indicação para cirurgia de remoção de endometrioma do ovário —, a fertilização in vitro (FIV) é a indicação principal.
Continue sua leitura com o texto sobre fertilização in vitro (FIV) e conheça essa técnica!