A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida realizada em 5 principais etapas, as quais envolvem processos de alta complexidade.
Na FIV, é necessário controlar e estimular a ovulação, coletar os gametas femininos e masculinos, fazer a fecundação em laboratório e cultivar os embriões formados por alguns dias para então transferi-los ao útero.
Caso haja embriões excedentes, eles devem ser criopreservados (congelados). Todas essas etapas exigem uma vasta experiência, a utilização de tecnologias e equipamentos avançados, assim como medicamentos específicos.
Neste texto, vamos mostrar por que a FIV é considerada a técnica de reprodução assistida mais complexa e como ela é feita. Continue a leitura!
Como é feita a FIV
A FIV é o tratamento para a infertilidade com as maiores taxas de sucesso, principalmente pelo fato de possibilitar o controle completo sobre o processo reprodutivo.
A FIV começa com a estimulação ovariana, pois é importante um número maior de óvulos para o sucesso da gravidez em FIV. Em ciclos naturais, a mulher produz um óvulo por mês. Na FIV, esse número pode ser superior a 20.
Na etapa seguinte, os óvulos são aspirados dos folículos por punção, com o auxílio de uma agulha, sob analgesia. No homem, a coleta do sêmen é feita por masturbação e, em seguida, o material coletado passa por um processo chamado preparação seminal.
Quando óvulos e espermatozoides estão disponíveis para a equipe de reprodução assistida, é feita a fecundação em laboratório, que pode ser por FIV clássica ou por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ISCI).
Na FIV clássica, os gametas são colocados em uma placa de cultivo em meio de cultura para que fecundem. Na ICSI, um dos espermatozoides é injetado diretamente dentro de cada um dos óvulos coletados.
Os embriões são mantidos por alguns dias em incubadoras, que simulam o ambiente uterino para que o embrião se desenvolva.
Quando atingem o desenvolvimento adequado, são transferidos ao útero para que a gravidez possa acontecer.
Além desses processos obrigatórios, a FIV também pode ser associada a outras técnicas de alta complexidade que são indicadas especificamente para cada casal.
PGT/PGT-A
O teste genético pré-implantacional para aneuploidias (PGT-A) é uma técnica indicada em casos específicos para avaliar os embriões do ponto de vista genético, tanto com relação às doenças hereditárias (PGD), quanto para descartar alterações cromossômicas.
O diagnóstico de alterações genéticas e cromossômicas nos embriões é realizado antes da transferência para o útero.
Hatching assistido
Hatching assistido (HA) ou eclosão assistida é uma técnica que pode ser realizada no embrião durante a FIV. Ele é feito nas raras situações em que existe a possibilidade de o hatching natural não ocorrer.
O óvulo é protegido por uma camada chamada zona pelúcida, que varia em espessura, dependendo de diversos fatores. Essa camada tem uma função principal no processo de fecundação: permitir que apenas um espermatozoide consiga rompê-la e fecundar o óvulo, impedindo a polispermia, ou seja, a fecundação do óvulo por mais de um espermatozoide.
A zona pelúcida permanece envolvendo o embrião e impede que as células (blastômeros) se dispersem no trato reprodutor, mas ela deve se romper aproximadamente cinco dias depois, quando o embrião chega ao útero em estágio de blastocisto para se fixar no endométrio.
Caso isso não aconteça de forma adequada, pode haver falha de implantação e não ocorrer a gravidez.
Congelamento embrionário
O procedimento de congelamento de embriões é realizado pela técnica de vitrificação.
É considerada uma técnica de congelamento de embriões 70 vezes mais rápida do que as demais, visto que no congelamento convencional a velocidade da queda de temperatura é de 0,3ºC por minuto enquanto na vitrificação é de 23ºC/minuto.
Ela proporciona um estado vítreo ao embrião sem ocasionar danos às células. Atualmente apresenta taxas de gravidez iguais às observadas em ciclos a fresco.
Quando o congelamento de embriões é indicado?
- Preservação da fertilidade;
- Preservação da fertilidade em pacientes acometidos por câncer, e
- Quando há embriões excedentes em tratamentos de FIV.
Quais são as principais indicações de FIV?
- Problemas de tubas (obstrução ou falta de motilidade – laqueadura tubária);
- Espermatozoide em quantidade muito pequena (menos que 10 milhões);
- Idade materna avançada;
- Endometriose avançada;
- Falha nos tratamentos de menor complexidade;
- Anovulação sem sucesso em estimulações anteriores;
- Infertilidade sem causa aparente.
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