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Prolactina e infertilidade: conheça a relação

Por Equipe Origen

Publicado em 06/07/2022

Para entender a relação entre prolactina e infertilidade, precisamos falar sobre os hormônios que têm papel fundamental na fertilidade. Várias dessas substâncias regulam as funções do sistema reprodutor, portanto, devem estar em níveis equilibrados no organismo para que o casal consiga chegar à uma gravidez.

Na fertilidade feminina, agem principalmente os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), secretados pela hipófise, e estrogênio e progesterona, produzidos nos ovários. Já as funções reprodutivas do homem também são estimuladas por FSH e LH e, em grande quantidade, pela testosterona.

Agora, vamos detalhar o que é prolactina, quando esse hormônio é produzido e qual sua relação com a infertilidade.

Continue a leitura para ter mais informações!

O que é prolactina?

A prolactina é um hormônio principalmente produzido pelo corpo feminino durante a gravidez e após o parto, com a função de estimular a produção de leite materno. No entanto, sua importância não se limita à lactação. O hormônio também é naturalmente sintetizado no corpo de mulheres e homens.

A prolactina tem maior concentração durante a gravidez e o puerpério. No homem e na mulher em período não gravídico, os níveis desse hormônio são baixos, mas suficientes para ajudar na regulação do eixo hipotálamo-hipófise, que secreta FSH e LH para estimular o desenvolvimento dos gametas.

Os níveis de prolactina podem ser avaliados por meio de um exame de sangue. Os valores adequados são de aproximadamente 25-29 ng/ml (nanogramas por mililitro de sangue) para mulheres e 17-20 ng/ml para homens. Valores acima de 100 ng/ml sugerem alterações hipofisárias, como eventualmente  a presença de um tumor secretor de prolactina.

Níveis elevados desse hormônio também podem ter relação com excesso de estrogênio, hipotireoidismo, lesões no hipotálamo, prática extenuante de exercícios físicos e uso de determinados medicamentos, como alguns tipos de anti-hipertensivos e antidepressivos tricíclicos. Ainda, a gravidez, o pós-parto e a lactação, como dissemos, são condições fisiológicas que aumentam naturalmente a concentração de prolactina.

É difícil identificar as alterações de prolactina apenas com a observação dos sintomas, mas as possíveis manifestações na mulher incluem redução da libido e da lubrificação vaginal, irregularidades menstruais e infertilidade. Já o homem pode apresentar disfunção erétil, ginecomastia (aumento anormal das mamas), aumento da gordura abdominal e perda de volume muscular.

Como os níveis de prolactina influenciam a fertilidade?

A infertilidade é causada por uma série de fatores e requer vários exames para chegar ao diagnóstico correto. Nesse contexto, as dosagens hormonais têm importante papel, pois revelam se há alterações nos níveis dos hormônios que regulam as funções do aparelho reprodutor.

A elevação na concentração de prolactina é chamada de hiperprolactinemia. É considerada uma alteração neuroendocrinológica que tem impactos na ovulação espontânea e provoca distúrbios menstruais. No homem, como vimos, também há prejuízos na função sexual. Todas essas repercussões reduzem as chances de gravidez.

A disfunção de prolactina é responsável por uma fração significativa dos casos de infertilidade feminina. Isso ocorre porque a elevação desse hormônio interfere na secreção dos níveis adequados de FSH e LH pela hipófise, substâncias responsáveis por estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a ovulação. Se não houver a liberação do óvulo, é certo dizer que não há possibilidade de fecundação e gravidez.

A alteração de prolactina também está, em 25%, associada à síndrome dos ovários policísticos (SOP), que é a principal causa de infertilidade feminina por anovulação.

Como tratar as alterações hormonais e a infertilidade?

A prolactina alta, assim como outras alterações hormonais, é tratada de acordo com sua causa. Normalmente, medicamentos são prescritos para equilibrar os níveis do hormônio. Em casos de tumor hipofisário, as indicações ainda podem incluir cirurgia e radioterapia.

O tratamento clínico pode ajudar a superar disfunções sexuais e irregularidades ovulatórias e menstruais. Além disso, existem as técnicas de reprodução assistida, indicadas para problemas de ovulação e vários outros fatores de infertilidade.

Quando somente a alteração de prolactina é diagnosticada como causa da infertilidade conjugal, o casal pode tentar a gravidez primeiramente com estimulação ovariana associada às técnicas de baixa complexidade — relação sexual programada e inseminação artificial.

A estimulação ovariana é feita com medicamentos hormonais que promovem o crescimento de vários folículos ovarianos para que a mulher tenha mais óvulos maduros, o que aumenta as chances de fecundação. Nas técnicas de baixa complexidade, o objetivo é promover a liberação de aproximadamente 3 óvulos para que um deles seja fertilizado nas tubas uterinas — assim como acontece na reprodução natural.

Quando a investigação da infertilidade revela disfunção de prolactina e anovulação somadas a outros fatores mais complexos, a técnica indicada é a fertilização in vitro (FIV). Essa é uma técnica de alta complexidade, também iniciada com a estimulação ovariana. Nesse caso, o objetivo é desenvolver o maior número possível de óvulos, os quais são coletados antes da ovulação para serem fecundados em laboratório.

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