Uma das doenças mais comuns entre as mulheres é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Ela atinge cerca de 15% da população feminina em idade reprodutiva e está entre as maiores causas de infertilidade por anovulação.
Porém, o seu diagnóstico não é irreversível. Existem tratamentos para controlar os seus sintomas e tratar a doença.
Neste texto, o nosso objetivo é mostrar as opções de tratamento disponíveis para a SOP. Mas antes, vamos apresentar os seus sintomas e como é feito o diagnóstico da síndrome. Boa leitura!
O que é SOP?
A SOP é caracterizada pela alteração hormonal, dificultando o crescimento folicular e com isso levando à anovulação. Como não há crescimento dos folículos, eles se mantêm nos ovários em tamanho pequeno. Podem ser vistos ao ultrassom e por isso são chamados de cistos. Como a quantidade é grande, os ovários são chamados de policísticos. Como não ocorre a liberação de óvulo, a mulher tem sua chance de gravidez reduzida (infertilidade).
A mudança no padrão hormonal pode levar a outros sinais e sintomas.
Sinais e sintomas de SOP
Os principais sintomas da SOP são:
- Hiperandrogenismo: aumento do nível de hormônios androgênios, como a testosterona (principal hormônio masculino). Os efeitos mais comuns são o aumento da quantidade de pelos no corpo e no rosto (hirsutismo), acne, obesidade, seborreia e queda de cabelo;
- Irregularidade menstrual: a menstruação pode acontecer de forma espaçada ao longo do ano ou ficar ausente durante algum período;
- Infertilidade: a dificuldade em engravidar deve ser investigada após 1 ano de tentativas sem o uso de métodos anticoncepcionais;
Diagnóstico de SOP
A SOP é uma doença multifatorial com influência nos sistemas endócrino, metabólico e reprodutor. Por isso, o seu diagnóstico é complexo, pois outras doenças também causam sintomas similares.
Ela é confirmada com a presença de, pelo menos, 2 dos sintomas abaixo:
- Menstruação irregular (menos de 9 ciclos em um ano ou ausência da menstruação por 3 meses ou mais);
- Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial;
- Presença de pequenos folículos (cistos) nos ovários.
O histórico menstrual, o exame clínico da paciente e a ultrassonografia transvaginal são usados para confirmar o diagnóstico. Confirmada a presença da SOP, o objetivo deve ser tratar os sintomas.
Quais são os tratamentos para a SOP?
O primeiro passo após o diagnóstico da SOP é focar no estilo de vida da paciente. A obesidade intensifica os sintomas da doença. Por isso, é importante que a mulher esteja dentro da sua faixa de peso saudável.
Com relação aos outros sintomas, o tratamento mais indicado depende da situação atual da paciente e do seu desejo de engravidar naquele momento. As pílulas anticoncepcionais são indicadas para os casos em que a gravidez não estiver nos planos. Ela é usada para regular o ciclo menstrual e a produção das glândulas sebáceas e dos hormônios masculinos.
Do contrário, é feito um tratamento com indutores de ovulação para a mulher voltar a ovular. Esse processo é chamado de estimulação ovariana e a relação sexual programada (RSP). O casal também pode optar por técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).
Estimulação ovariana
Durante o ciclo menstrual, os folículos ovarianos — bolsas nas quais os óvulos se desenvolvem — crescem até o momento da ovulação, quando o folículo maduro se rompe para o óvulo encontrar o espermatozoide nas tubas uterinas. Caso contrário, a mulher menstrua e o ciclo é reiniciado. Ou seja, em cada ciclo a mulher libera um óvulo. Porém, às vezes, esse processo falha.
Chamamos de anovulação a ausência de ovulação. Sem esse processo, é impossível engravidar naturalmente, por isso a estimulação ovariana é muito utilizada no tratamento da SOP. A paciente recebe medicamentos ou injeções hormonais durante cerca de uma semana.
Ao longo dessa etapa, são realizadas ultrassonografias transvaginais para acompanhar o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Quando eles atingem o tamanho ideal, a mulher recebe uma dose do hormônio hCG para induzir a ovulação.
O uso de técnicas de reprodução assistida aumenta as chances da gravidez. A escolha da mais indicada deve levar em consideração o histórico e a causa da infertilidade do casal.
Relação sexual programada (RSP)
A relação sexual programada, também conhecida como coito programado, é a primeira alternativa para os casais com infertilidade causada por anovulação, ausência de alterações no sêmen, presença de trompas pérvias e mulheres com até 35 anos. A fecundação ocorre dentro do corpo da mulher.
Para evitar a possibilidade de uma gravidez múltipla, o protocolo utilizado provoca o desenvolvimento de 1 a 3 folículos por meio da estimulação ovariana. O casal é orientado a manter relações sexuais no período fértil, momento mais propício à fecundação.
Fertilização in vitro (FIV)
A FIV é indicada para os casos mais graves de infertilidade. O seu maior diferencial está na fecundação, realizada em um laboratório após a coleta dos óvulos e do sêmen do parceiro.
Como tratamento da SOP, ela é recomendada se forem constatados outros fatores de fertilidade. Os mais comuns são ligados às tubas uterinas, qualidade dos espermatozoides, endometriose e tentativas anteriores frustradas.
O objetivo da estimulação ovariana na FIV é desenvolver o maior número possível de folículos a fim de coletar mais óvulos e, consequentemente, gerar mais embriões para a fecundação.
A SOP é uma doença multifatorial que atinge a qualidade de vida da mulher, podendo afetar até mesmo a sua fertilidade. Porém, ela não impede a gravidez. Os tratamentos mais indicados nesse caso são a estimulação ovariana e as técnicas de reprodução assistida, como a RSP e a FIV.
Para conhecer mais sobre essa condição, acesse o nosso conteúdo sobre a síndrome dos ovários policísticos!