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SDHEA e fertilidade: qual a relação?

Por Equipe Origen

Publicado em 13/10/2022

Os hormônios têm importante papel na fertilidade, pois estimulam as funções do sistema reprodutor feminino e masculino, incluindo: o desenvolvimento e o amadurecimento dos óvulos, a ovulação, a produção de espermatozoides e o preparo do útero para receber um embrião — o SDHEA está entre os hormônios que participam direta ou indiretamente desses processos.

Se os hormônios influenciam a fertilidade, logo podemos afirmar que desequilíbrios hormonais podem levar à infertilidade. Níveis deficientes ou exacerbados dessas substâncias afetam o funcionamento correto dos órgãos reprodutores, podendo causar irregularidades menstruais, anovulação e baixa receptividade uterina nas mulheres. Já os homens podem apresentar alterações na libido e na potência sexual, bem como falhas na produção dos espermatozoides.

Continue sua leitura para descobrir o que é SDHEA e como esse hormônio participa da fertilidade!

O que é SDHEA?

SDHEA é um hormônio produzido, principalmente, pelas glândulas suprarrenais ou adrenais. A sigla é referente a sulfato de dehidroepiandrosterona. Trata-se de um esteroide sexual encontrado tanto no organismo do homem quanto da mulher.

As glândulas suprarrenais estão localizadas acima dos rins, na região abdominal. Elas produzem os andrógenos DHEA, SDHEA e androstenediona, que são precursores de testosterona e estrogênio — principais hormônios masculino e feminino, respectivamente. Sendo assim, em outros locais do corpo, essas substâncias adrenais são convertidas em hormônios reprodutivos.

DHEA e SDHEA são os hormônios esteroides que circulam em maior quantidade no corpo entre os 20 e 30 anos de idade. Assim, essas substâncias são utilizadas pelo organismo como matéria-prima para produzir outros hormônios.

A ação dos esteroides é evidente desde a puberdade, quando estimula o desenvolvimento das características sexuais secundárias, incluindo, por exemplo, crescimento das mamas nas meninas e pelos faciais e voz grossa nos meninos.

Com o passar dos anos, os níveis hormonais se alteram. A partir dos 30, a concentração de SDHEA começa a diminuir. Após os 40 anos, a produção cai pela metade do que era durante o pico de concentração (dos 20 aos 30). Consequentemente, os níveis de estrogênio e testosterona também ficam menores conforme a idade avança, impactando, gradativamente, as funções sexuais e reprodutivas.

Os valores de referência de SDHEA variam de acordo com a faixa etária e o gênero dos pacientes. Também podem existir variações de um laboratório para outro, em relação à definição exata dos parâmetros. De qualquer forma, resultados muito alterados demandam acompanhamento médico.

Quais são os sintomas de alterações nos níveis de SDHEA?

Níveis alterados de SDHEA podem revelar alguma disfunção das suprarrenais, como tumores adrenais, hipoplasia ou hiperplasia adrenal congênita. Mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) também podem apresentar alterações na dosagem desse hormônio.

Os sintomas de SDHEA elevado incluem excesso de pelos tipicamente masculinos em mulheres (hirsutismo) e irregularidades menstruais. Nos homens, pode provocar sensibilidade e aumento das mamas (ginecomastia). Essas manifestações se devem à elevação de estrogênio em homens e de testosterona em mulheres, em razão do desequilíbrio do hormônio precursor.

Já o SDHEA baixo pode causar cansaço, fraqueza, sonolência excessiva, redução da libido, diminuição da massa muscular e dor nas articulações.

Quando é necessário fazer exames para avaliar os níveis de SDHEA?

É importante realizar a dosagem de SDHEA nos seguintes casos:

  • avaliação da função das glândulas suprarrenais;
  • hirsutismo e sinais de virilização;
  • acne, pele oleosa e outras alterações cutâneas;
  • amenorreia (ausência de menstruação) ou períodos menstruais irregulares;
  • infertilidade feminina e masculina;
  • crianças com sinais prematuros de puberdade;
  • suspeita de carcinoma adrenal.

A dosagem de SDHEA é feita por meio da análise de uma amostra de sangue. O exame, normalmente, é realizado juntamente com dosagens de hormônios de outras glândulas — da hipófise, da tireoide e das gônadas (ovários e testículos).

Para fazer o exame, o uso de medicamentos nos últimos dias deve ser relatado, pois pode interferir nos resultados. Da mesma forma, o consumo de álcool e outras drogas e o excesso de gordura no sangue (lipemia) tende a alterar os valores da dosagem.

Qual é a relação entre SDHEA e fertilidade?

Como vimos, os hormônios DHEA e SDHEA são precursores de testosterona e estrogênio, hormônios fundamentais para a fertilidade. Diante disso, desequilíbrios nos níveis dessas substâncias podem afetar a ovulação e o preparo do útero para a gravidez. No homem, a baixa concentração de andrógenos prejudica a produção de espermatozoides e a potência sexual.

Resultados alterados nas dosagens hormonais, sugestivos de infertilidade, indicam a necessidade de um acompanhamento mais completo com um especialista em medicina reprodutiva. Assim, outros exames também podem ser solicitados ao casal para avaliar as condições gerais do sistema reprodutor, incluindo técnicas de diagnóstico por imagem.

Dependendo dos problemas detectados com a investigação da infertilidade, é possível restaurar a capacidade reprodutiva com tratamento medicamentoso ou cirúrgico. As técnicas de reprodução assistida também são indicadas para os casais que enfrentam dificuldade para engravidar espontaneamente.

Seja por alterações na concentração de SDHEA, seja por inúmeros outros fatores que afetam a fertilidade, uma avaliação detalhada é necessária para personalizar o tratamento. Na reprodução assistida, as técnicas possíveis são fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial e relação sexual programada com estimulação ovariana.

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