A trombofilia está associada a alguns casos de aborto de repetição, além de poder provocar uma série de complicações durante a gestação. Trata-se de um quadro que favorece o surgimento de coágulos sanguíneos, os quais podem ocasionar a obstrução de veias e artérias.
Quer saber o que é trombofilia, quais os sintomas da doença e por que esse quadro pode levar à infertilidade da mulher? Acompanhe este texto e tenha mais informações sobre o assunto!
O que é trombofilia?
A trombofilia é uma condição caracterizada pela predisposição ao desenvolvimento da trombose que, por sua vez, é definida pela formação de coágulos de sangue ou trombos. Na prática, esse problema pode levar ao entupimento de veias e artérias.
O quadro pode ser hereditário ou adquirido. No primeiro caso, a origem é genética, isto é, a pessoa nasce com propensão para o surgimento de eventos trombóticos. A trombofilia hereditária pode estar associada, entre outras causas, à deficiência dos inibidores da coagulação, como proteína C, proteína S e antitrombina. O risco de manifestar o problema aumenta conforme o avanço da idade e a interação com outros fatores predisponentes.
Já a trombofilia adquirida pode se desenvolver a partir de diferentes condições clínicas, como:
- câncer;
- uso prolongado de medicamentos com alta concentração hormonal — como os fármacos utilizados em terapias de reposição, assim como algumas composições de anticoncepcionais;
- imobilização após cirurgias, por longos períodos;
- obesidade;
- gravidez e puerpério.
Outra causa da trombofilia adquirida é a síndrome antifosfolipídica (SAF). Segundo estudos, trata-se de uma desordem sistêmica e autoimune que apresenta altos níveis de anticorpos antifosfolípides. A SAF foi, inicialmente, identificada em pacientes com lúpus eritematoso e tem sido, desde então, associada a condições tromboembólicas que afetam diversos órgãos.
Quais os sintomas da trombofilia?
A principal manifestação da trombofilia é a ocorrência de trombose venosa profunda. O problema é mais comum nos membros inferiores do corpo e pode apresentar os seguintes sintomas:
- inchaço — que pode acometer somente uma das pernas;
- dores locais, independentemente do esforço físico — seja para se movimentar, seja para ficar em pé sem caminhar ou ainda estando em repouso;
- temperatura elevada do membro afetado;
- dilatação das veias;
- tom azulado na pele, na área em que estão os coágulos.
Outros sintomas importantes da trombofilia estão relacionados às complicações obstétricas. Mulheres com esse problema devem acompanhar o quadro e tomar os devidos cuidados, uma vez que as consequências incluem:
- abortamentos de repetição;
- retardo no crescimento do feto, em razão da obstrução venal que dificulta o transporte de nutrientes;
- descolamento prévio da placenta;
- pré-eclâmpsia;
- partos prematuros;
- óbitos fetais.
Além da trombose venosa profunda e das complicações na gestação, a trombofilia pode levar a outras intercorrências graves, como: embolia pulmonar — marcada por dificuldades na respiração e falta de ar intensa; e acidente vascular cerebral (AVC), que pode ocasionar a perda brusca de movimentos, assim como alterações na visão e na fala. Ambos os quadros podem ser fatais.
Quais as consequências da trombofilia para a fertilidade feminina?
Como vimos nos sintomas da trombofilia, o quadro pode provocar uma série de complicações na gravidez. Uma das principais consequências para a fertilidade feminina são os abortos de repetição, ocasiões que geram frustração às tentantes, além do doloroso sentimento de perda.
A trombofilia pode provocar os abortamentos recorrentes devido à oclusão de vasos do endométrio, que dificulta a fixação embrionária. A formação de coágulos também pode obstruir a passagem do sangue e privar o embrião de nutrientes e de oxigênio, elementos vitais para o seu desenvolvimento.
Alguns fatores podem agravar o risco do surgimento de trombose e merecem atenção, especialmente no caso das mulheres que estão na tentativa de engravidar, como: obesidade, tabagismo e outras drogas.
Como a reprodução assistida atua nos casos de trombofilia?
Na ausência de sintomas da trombose venosa, mulheres portadoras de trombofilia podem não ter conhecimento de sua condição. Dessa forma, a suspeita de que existe algum problema surge somente diante da dificuldade para engravidar ou dos abortos recorrentes.
A avaliação do histórico da paciente e dos fatores de risco associados à trombofilia ajudam a identificar a doença. Para confirmar o quadro, é necessário realizar exames de sangue.
Vários estudos tentaram demonstrar uma associação entre a presença de trombofilias e falha de implantação em ciclos de tratamentos como FIV (fertilização in vitro), entretanto não existe ainda uma confirmação científica dessa associação. Em alguns casos, anticoagulantes são administrados após a transferência embrionária.
Outros cuidados devem ser tomados pela paciente com trombofilia, como: controle de peso, por meio de alimentação saudável e prática de atividades físicas; uso de meias de compressão; abstinência de cigarro; controle de outras condições crônicas, como diabetes e pressão arterial.
Você já tinha conhecimento sobre o que é a trombofilia? Leve informação a outras pessoas que ainda desconhecem a gravidade do problema. Faça isso compartilhando este post em suas redes sociais!