A trombofilia é caracterizada por alterações que aumentam a predisposição para o surgimento de trombose. Pessoas com essa condição desenvolvem trombos — coágulos de sangue — com mais facilidade e, além da trombose venosa profunda (TVP), ainda têm o risco aumentado para embolia pulmonar e acidente vascular cerebral (AVC).
As causas da trombofilia podem ser hereditárias ou adquiridas e levam ao funcionamento anormal do sistema hemostático. Entre os efeitos desse problema está a infertilidade feminina, além das possíveis complicações obstétricas. Portanto, é imprescindível que a tentante faça o devido acompanhamento médico antes e durante a gestação.
Acompanhe este post e entenda por que a trombofilia pode provocar infertilidade e como a reprodução assistida atua no tratamento desse quadro!
Qual é a relação entre trombofilia e infertilidade?
Não são todos os tipos de trombofilia que levam à infertilidade, assim como nem todas as portadoras chegam a apresentar intercorrências durante a gravidez. Contudo, pacientes com essa condição necessitam de atenção especial para evitar riscos maternos e fetais.
O sistema de coagulação sanguínea, em seu funcionamento normal, age de forma a evitar hemorragias, caso ocorra alguma lesão ou rompimento nos vasos. Pessoas com trombofilia apresentam um estado de hipercoagulabilidade, o que aumenta o risco de formação de trombos. Consequentemente, os coágulos podem bloquear ou dificultar a passagem do sangue e causar o entupimento de veias e artérias.
O tipo mais comum de trombose á a TVP, condição que afeta os membros inferiores. Quando não é feito o tratamento da doença, os trombos podem se deslocar pelos vasos e afetar órgãos vitais, como pulmões, cérebro e coração.
A embolia pulmonar é outra grave consequência da trombofilia e é caracterizada pela obstrução dos vasos pulmonares, o que causa insuficiência respiratória. Quando os coágulos atingem os vasos do cérebro, há o risco de AVC, que pode ser fatal ou resultar em sequelas neurológicas.
As mulheres ainda podem desenvolver trombose placentária. Entre os efeitos desse quadro está o aumento no risco de interrupção da gravidez, uma vez que os trombos podem bloquear a passagem de nutrientes e oxigênio para o bebê.
As condições fisiológicas gestacionais incluem o aumento dos fatores da coagulação para evitar hemorragias durante a gestação e o parto. Essa alteração no sistema hemostático, somada às anormalidades causadas pela trombofilia, podem provocar a doença tromboembólica e insuficiência placentária. As principais complicações obstétricas são:
- abortamentos de repetição;
- pré-eclâmpsia;
- restrição de crescimento fetal;
- óbito da mãe e do feto.
Como é feito o tratamento da trombofilia?
A avaliação diagnóstica da trombofilia na gravidez começa com a investigação dos fatores de risco, os quais incluem:
- eventos anteriores de trombose;
- histórico familiar da doença;
- obesidade;
- síndrome dos anticorpos antifosfolípides — doença autoimune, caracterizada pela destruição de proteínas saudáveis do sangue.
O tratamento é feito com a administração de medicamentos que regularizam o estado de coagulação do sangue e reduzem o risco aumentado de formação de trombos. A intervenção farmacológica deve começar antes mesmo da concepção, para prevenir abortamentos.
O uso dos medicamentos é mantido durante toda a gestação, com o objetivo de evitar as complicações obstétricas e, sobretudo, o óbito materno e fetal. Após o parto, durante o período de puerpério, a paciente ainda mantém o tratamento, visto que esse é um momento de grande suscetibilidade para o surgimento de fenômenos trombóticos e tromboembólicos.
Também na reprodução assistida, todos esses cuidados são observados. A atenção especial aos casos de trombofilia é uma preocupação da medicina reprodutiva, considerando a possibilidade de aumento do risco de aborto após tratamento pela técnica de fertilização in vitro (FIV).
Quando a reprodução assistida é indicada?
As técnicas de reprodução assistida são indicadas para vários quadros de infertilidade, feminina ou masculina. Dentre os tratamentos possíveis, a FIV se destaca por sua abrangência e eficácia.
A FIV é um processo de alta complexidade, realizado em várias etapas e que ainda conta com diversas técnicas complementares, que podem ser aplicadas conforme as necessidades dos pacientes.
Como a FIV é um processo dividido em etapas, a paciente recebe os medicamentos anticoagulantes em momentos estratégicos para garantir mais efetividade no tratamento. Assim, a administração dos fármacos pode ser feita logo depois da ovulação ou antes da transferência embrionária.
A trombofilia, portanto, não impede a gravidez, mas requer acompanhamento especializado durante toda a gestação para preservar a saúde e a vida da mãe e do bebê — inclusive antes da concepção e depois do parto.
Agora que você entendeu o que é trombofilia, leia mais um texto para compreender de forma detalhada como a FIV funciona!