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5 mitos e verdades sobre o aborto

5 mitos e verdades sobre o aborto

O abortamento é ainda um assunto bastante delicado, especialmente para as mulheres e casais que passaram por perdas gestacionais durante as tentativas para engravidar, além de deixar marcas dolorosas de frustração e perda.

Além dos cuidados médicos sobre o sistema reprodutivo das mulheres e a investigação para os motivos pelos quais a gestação não seguiu até o momento do parto, o ideal é que o casal passe também por um acompanhamento psicológico, com objetivo de minimizar os danos emocionais que a perda possa ter provocado.

Oficialmente, considera-se um abortamento a gravidez que é interrompida, voluntária ou involuntariamente, até a 20ª semana de gestação, para as mulheres que tinham um conhecimento prévio da gestação antes da perda.

Especialmente por ser um assunto delicado e relativamente pouco debatido, muitos mitos ainda são disseminados sobre o aborto, por isso este texto aborda 5 temas relacionados ao aborto, com o objetivo sanar alguns desses equívocos.

Continue a leitura para saber mais!

“O aborto provocado é uma prática legal em qualquer situação?”

Este é provavelmente um dos pontos mais complexos sobre abortamentos, especialmente pela atualização da legislação em relação ao aborto legal, que tem sido debatida e alterada nos últimos anos, podendo deixar as pessoas confusas sobre o que é e o que não é permitido legalmente, hoje no Brasil.

Apesar de diversos países no mundo permitirem o aborto legal como uma decisão da mulher, no Brasil o procedimento é majoritariamente proibido, sendo permitido apenas em três situações:

A maior parte dos países da América Latina permite a interrupção da gestação apenas em casos específicos, como acontece no Brasil. Em 5 países latino-americanos – Chile, Costa Rica, El Salvador, Honduras e Nicarágua – a mulher não pode interromper a gestação em hipótese alguma.

Em apenas 2 países a prática é permitida em qualquer situação – Cuba e Uruguai –, uma situação que contrasta com a realidade das mulheres na Europa, EUA e Canadá, em que o aborto é permitido por lei em qualquer situação.

“Após o primeiro abortamento espontâneo, a mulher obrigatoriamente passará por outros?”

Este é um mito também bastante difundido, cujo fundamento pode estar assentado mais no receio e no medo que mulheres e casais sentem após um processo de perda gestacional, do que em fatos científicos propriamente ditos.

Muitos são os motivos que levam à uma perda gestacional, que pode ser aleatória e constituir-se em um evento único, na maior parte das vezes. Estima-se que cerca de 15% das gestações possam resultar em abortos espontâneos (até os 35 anos de idade), se considerarmos as perdas gestacionais até a 22ª semana de gestação, como configura a definição de aborto.

Ou seja, é mais comum do que se imagina, que a mulher passe pelo aborto espontâneo, muitas vezes idiopático– sem causas definidas. Somente quando este evento se repete duas ou mais vezes, especialmente quando as perdas são sequenciais, podemos pensar que as próximas gestações têm um risco maior de resultar em abortamento.

“Curetagem pode causar infertilidade feminina?”

A curetagem é um procedimento para retirada de material biológico do útero, após um processo de abortamento, espontâneo ou voluntário, com objetivo de evitar o aparecimento de infecções, que podem inclusive resultar em sepse e morte da mulher.

Embora seja ainda muito praticado, suas indicações vêm sendo desaconselhadas pelos altos índices de danos à fertilidade das mulheres, especialmente por fator uterino.

A raspagem do endométrio, realizada pela curetagem, pode lesionar este tecido e provocar reações inflamatórias locais. Tanto as lesões, como os processos inflamatórios alteram a composição do endométrio e podem resultar em problemas para que o embrião se fixe no útero.

Outro efeito adverso pode acontecer devido à curetagem: a formação de aderências intrauterinas, também chamadas de sinequias, ou, quando extensas, de síndrome de Asherman.

Quando uma mulher passa por um evento de aborto espontâneo hoje, recomenda-se que a retirada do material biológico para prevenção para infecções seja feita por AMIU (aspiração manual intrauterina), um procedimento mais simples e seguro, em que o esvaziamento uterino é feito por sucção, com anestesia local e/ou sedação.

“O tabagismo pode provocar abortamento espontâneo?”

É largamente conhecido que um estilo de vida com hábitos pouco saudáveis, como má alimentação, rotina de sono inadequada, excesso ou a ausência de atividades físicas, eventos estressantes, além de costumes como etilismo e tabagismo prejudicam a saúde global de homens e mulheres, incluindo seu potencial de fertilidade.

Especialmente o tabagismo materno exerce grande influência no aumento das chances de abortamentos espontâneos, embora não seja um fator direto para desencadear este quadro.

A mulher tabagista que engravida tem mais chances de sofrer um abortamento pois o hábito pode levar à calcificação e insuficiência placentária, diminuindo a concentração de oxigênio disponível para o bebê, por privação de fluxo sanguíneo, e também o deslocamento prematuro de placenta, colocando a gestação em risco.

Mesmo quando não resulta em perda gestacional, o tabagismo ainda pode prejudicar o desenvolvimento fetal, pois as substâncias do cigarro conseguem atravessar a barreira transplacentária, causando problemas como restrição do crescimento fetal e distúrbios respiratórios bebê, ao nascer.

“Abortamento de repetição não tem tratamento?”

Este é outro mito cujo fundamento pode estar assentado no trauma que o aborto de repetição pode provocar, pois existe tratamento para esta condição, inclusive com auxílio da reprodução assistida.

Embora a maior parte dos abortamentos seja idiopática, em alguns casos a repetição deste evento pode ser resultado de problemas genéticos, trombofilias e alterações uterinas de nascimento ou adquiridas, incluindo sequelas de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).

Quando o quadro de aborto de repetição é resultado de problemas genéticos, a indicação pode ser a técnica de reprodução assistida, FIV associada ao diagnóstico genético pré-implantacional. Nesta técnica, é possível identificar os embriões livres da alteração genética que causa as perdas gestacionais.

Quer ler mais sobre a FIV? Acesse nosso conteúdo especial sobre a técnica.

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