Entre as etapas da reprodução assistida, a estimulação ovariana é uma das mais importantes. Ela aumenta a taxa de sucesso das técnicas, ajudando milhares de casais a terem filhos mesmo em casos de infertilidade por fatores graves.
Atualmente, os riscos associados ao procedimento são bem raros devido aos avanços da medicina. Por isso, a estimulação ovariana é eficaz e segura para ser realizada em todas as técnicas de reprodução assistida.
Se você quer saber mais detalhes sobre os processos de reprodução assistida, continue a leitura! Neste artigo, o nosso foco será a estimulação ovariana. Vamos mostrar como ela é realizada e a sua importância para o contexto da reprodução assistida.
Vamos lá?
Como funciona o ciclo menstrual?
Antes de explorarmos a estimulação ovariana, precisamos entender como o corpo feminino funciona. Os ovários são os órgãos responsáveis pela produção dos hormônios sexuais e pelo armazenamento dos folículos, que contém os óvulos.
No início do ciclo menstrual, vários folículos ovarianos começam a se desenvolver. Porém, apenas um se desenvolve por completo. Na ovulação, ele se rompe e libera o óvulo em direção a uma das tubas uterinas para ser fecundado. Se a gravidez não ocorrer, a mulher menstrua e o ciclo é reiniciado. Ou seja, a cada mês a mulher libera apenas um óvulo.
O que é e como é feita a estimulação ovariana na reprodução assistida?
A estimulação ovariana é realizada em todas as técnicas de reprodução assistida. O seu objetivo é provocar a liberação de um número maior de óvulos por meio do uso de medicamentos hormonais orais ou injetáveis.
Todo o processo é individualizado, dessa forma, cada paciente possui o seu próprio protocolo de estimulação ovariana, assim como ele é específico em cada técnica. A fase dura cerca de 8 a 12 dias e começa no início do ciclo menstrual da paciente.
Durante esse período, o acompanhamento é feito com ultrassonografias seriadas e exames de dosagem hormonal. O objetivo é avaliar o crescimento dos folículos até eles chegarem no tamanho ideal para serem induzidos ao amadurecimento final e ovulação.
Na FIV Eles são coletados por punção folicular e os óvulos preparados para a fecundação, que acontece em laboratório.
A quantidade de óvulos gerada com a estimulação ovariana varia se a técnica utilizada for de alta ou baixa complexidade devido aos riscos envolvidos. A seguir, saiba como ela funciona em cada uma delas.
Estimulação ovariana nas técnicas de baixa complexidade
A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) são classificadas como técnicas de baixa complexidade porque a fecundação ocorre nas tubas uterinas da mulher. Desse modo, o objetivo da estimulação ovariana é obter entre 1 a 3 folículos maduros.
Um número maior aumenta o risco de gravidez múltipla (gestação de gêmeos ou mais) ou de uma hiperestimulação ovariana (quando os ovários produzem uma quantidade maior de hormônios do que o necessário).
Ambos os casos, apesar de serem raros, colocam a saúde da mulher e do bebê em risco. Por isso, a principal indicação é que a paciente receba uma medicação hormonal mais leve nos casos de IA e RSP.
Estimulação ovariana na FIV
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de alta complexidade, pois a fecundação acontece em laboratório, o que também possibilita a inclusão de técnicas complementares, caso sejam necessárias.
Na FIV, o objetivo da estimulação ovariana é gerar o maior número possível de folículos maduros. Desse modo, mais folículos significam mais óvulos disponíveis para serem utilizados na fecundação. Em geral, cerca de 8 a 10 óvulos são considerados o ideal. Por isso, a estimulação ovariana é mais intensa na FIV do que nas demais técnicas.
A fecundação atualmente é realizada por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo.
Os gametas masculinos também são previamente selecionados pelo preparo seminal e, na ICSI, são novamente avaliados, individualmente e em movimento, por um microscópio potente antes de serem injetados no óvulo com o auxílio de um micromanipulador de gametas.
Após alguns dias, os embriões formados são transferidos para o útero, de acordo com a quantidade permitida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM): mulheres até 37 anos, até dois embriões, acima dessa idade, até 3 embriões.
Qual a importância da estimulação ovariana para o sucesso da reprodução assistida?
A estimulação ovariana é uma técnica fundamental para o bom resultado da reprodução assistida, solucionando os distúrbios de ovulação, como dificuldades no desenvolvimento e amadurecimento do folículo, que levam à anovulação, ou ausência de ovulação, causa comum de infertilidade feminina, provocada por doenças como a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Além dos distúrbios ovulatórios, outras doenças também podem afetar a reserva ovariana, ao mesmo tempo que há uma diminuição natural com o envelhecimento. Situações em que a estimulação ovariana é, da mesma forma, fundamental.
Para que a gravidez aconteça são necessários óvulos de boa qualidade e em quantidade suficiente. A estimulação ovariana aumenta o número de óvulos disponíveis para as técnicas de reprodução assistida, expandindo a chance de pelo menos um deles ser fecundado.
A estimulação ovariana é a primeira etapa de todas as técnicas de reprodução assistida. O seu objetivo é aumentar o número de folículos maduros para termos mais óvulos disponíveis para a FIV, a RSP e a IA. Nas técnicas de baixa complexidade, a estimulação ovariana é mais leve, enquanto na FIV é mais intensa.
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