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Genética, gravidez e reprodução assistida: saiba mais sobre a relação

Por Equipe Origen

Publicado em 20/01/2023

Quando o assunto é fertilidade e gravidez, muitos aspectos estão envolvidos, como equilíbrio dos hormônios, ciclos ovulatórios regulares, cálculo do período fértil e condições ideais dos órgãos reprodutores. Somando-se a esses fatores, a genética também é fundamental, tanto para que o casal tenha chances de engravidar quanto para gerar uma criança saudável.

Os avanços da reprodução assistida nos trouxeram a um cenário muito promissor, nesse sentido. Hoje, existem recursos, resultantes da aliança entre ciência e tecnologia, que permitem a análise genética embrionária para evitar a transmissão de alterações gênicas e cromossômicas aos descendentes — mas isso é possível somente nos tratamentos com fertilização in vitro (FIV).

Para abordar esse tema, vamos falar agora sobre formação do embrião, alterações genéticas, possibilidades de reprodução e teste genético pré-implantacional (PGT). Leia o texto até o final e confira essas informações!

Como um embrião se forma?

O embrião se forma a partir da união do espermatozoide com o óvulo. Ambos os gametas carregam seu próprio código genético e, quando se unem, ocorre a fusão cromossômica que garante a formação de um DNA exclusivo do novo ser humano.

Vale lembrar que cada indivíduo é geneticamente formado por 23 cromossomos herdados do progenitor masculino e 23 do feminino. Portanto, o cariótipo normal da espécie humana é de 46, XY para o homem e 46, XX para a mulher.

Veja mais detalhes sobre como o embrião se forma em gestações espontâneas e na reprodução assistida:

Gestações espontâneas

Uma gestação espontânea pode acontecer quando o casal é fértil, isto é, não apresenta nenhuma condição que interfira nas funções reprodutivas. Entretanto, não é em qualquer momento do mês. 

As chances de gravidez se limitam ao período fértil, que corresponde a cerca de 5 dias em torno da ovulação — aproximadamente, entre 11 e 16 dias após o início da menstruação para mulheres que têm ciclos regulares de 28 dias.

Se, durante o período fértil, o casal tiver relação sexual sem preservativo, os espermatozoides entram no corpo da mulher e sobem para o trato reprodutivo superior. Em uma das tubas uterinas, estará o óvulo para ser fecundado.

Vários espermatozoides podem se ligar ao óvulo, visto que a célula feminina é bem maior. No entanto, somente um gameta masculino transpõe a membrana que circunda o óvulo, chamada de zona pelúcida, e penetra sua região interna, causando a fusão dos núcleos.

Um dia após esse processo de fecundação, já existe o zigoto. Passando por sucessivas clivagens, essa célula se torna um ser pluricelular, com capacidade para dar origem a todos os órgãos e sistemas de um organismo humano.

Durante seu desenvolvimento inicial, o embrião é transportado para o útero com a ajuda da motilidade tubária. Então, entre 5 e 7 dias após ser fertilizado, o óvulo já está em fase de blastocisto e pronto para se implantar no revestimento interno da parede uterina (endométrio), marcando o início da gravidez.

Reprodução assistida

Quem pensa que a formação do embrião é diferente com as técnicas de reprodução assistida está equivocado. O processo de desenvolvimento embrionário é o mesmo que na gestação espontânea, ou seja, também envolve os eventos de: fusão dos pronúcleos, mistura cromossômica, clivagem e evolução para blastocisto para, enfim, um embrião se implantar no endométrio uterino.

A diferença é que a reprodução assistida trabalha com procedimentos que ajudam nas etapas anteriores à formação do embrião, os quais variam conforme a técnica empregada. Veja como isso acontece:

Relação sexual programada

Na relação sexual programada, tratamento de baixa complexidade, o único procedimento utilizado é a estimulação ovariana para ajudar na função ovulatória. No mais, não há intervenções. O casal programa suas relações sexuais para o período fértil, e o restante do processo reprodutivo ocorre naturalmente.

Inseminação intrauterina

Na inseminação artificial ou intrauterina, outra técnica de baixa complexidade, a fecundação também ocorre como na gravidez natural, em uma das tubas uterinas. Além da estimulação ovariana, realiza-se o preparo seminal. Assim, uma amostra de sêmen processada é introduzida no útero da paciente e os espermatozoides devem migrar para as trompas para um deles fecundar o óvulo.

Fertilização in vitro 

Por ser uma técnica de alta complexidade, a FIV é a que mais difere da reprodução natural, pois envolve vários procedimentos. Além da estimulação ovariana e do preparo seminal, os óvulos são puncionados dos ovários e fertilizados em laboratório. Os embriões também ficam em incubadora por cerca de 2 a 7 dias antes de serem transferidos para o útero, sendo que, quando o embrião atinge o estado ideal no sexto ou sétimo dia, deve-se proceder o congelamento com transferência em ciclo posterior. 

Outras técnicas de apoio podem ser acrescentadas ao programa de FIV, conforme as especificidades de cada caso. Uma delas é o PGT, indicado para casais com confirmação de alterações genéticas ou risco de formar embriões com anormalidades nos genes ou cromossomos.

Alteração genética, infertilidade e reprodução assistida: como o PGT pode ajudar?

Alterações genéticas podem ocasionar infertilidade por falha de implantação ou aborto de repetição, além do risco aumentado de gerar uma criança com algum tipo de síndrome. Devido a essas possibilidades, o casal que inicia a investigação da infertilidade, normalmente realiza o exame de cariótipo antes do tratamento de reprodução assistida.

A análise do cariótipo consegue detectar alterações no número ou na estrutura dos cromossomos do homem e da mulher, mas não é capaz de identificar anormalidades nos genes. Quando esse exame confirma que há algo alterado, o casal é indicado a passar por aconselhamento genético e, nesses casos, a FIV com PGT pode ser a solução para ter uma gravidez saudável.

De modo geral, o PGT analisa três anormalidades genéticas

  • PGT-A para aneuploidias (alterações cromossômicas numéricas); 
  • PGT-M para doenças monogênicas, normalmente adquiridas por hereditariedade; 
  • PGT-SR para rearranjos estruturais (alterações na estrutura dos cromossomos).

A indicação para o uso do PGT na FIV é feita nos seguintes casos: 

  • histórico familiar de doenças gênicas; 
  • alteração no exame do cariótipo; 
  • diagnóstico de síndrome cromossômica nos progenitores, como síndrome de Turner ou do X frágil; 
  • idade materna avançada, que impõe maior risco de alterações cromossômicas; 
  • falhas repetidas de implantação ou abortamentos recorrentes em ciclos de FIV.

A análise genética feita pelo PGT é realizada por biópsia embrionária, na fase de cultivo da FIV, preferencialmente quando os embriões estão com 5 a 7 dias de desenvolvimento, devido à maior quantidade de células. Assim, é possível separar os embriões geneticamente saudáveis para a transferência, aumentando as chances de implantação, evolução da gravidez e nascimento de uma criança saudável.

Leia também o texto principal sobre fertilização in vitro e conheça os detalhes da técnica!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

Importante

Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.