Mulheres que recebem o diagnóstico dessa condição podem ter dúvidas sobre a relação entre mioma subseroso e infertilidade feminina. É importante, então, abordarmos esse assunto para esclarecer qualquer informação duvidosa.
O mioma é um dos principais achados na clínica ginecológica, com mais frequência após os 40 anos, embora possa ser diagnosticado em qualquer idade durante a vida fértil — período que abrange os anos em que a mulher tem ovulação e menstruação, também chamado de menacme.
É mais comum em mulheres com idade fértil, justamente, porque é uma doença quase sempre estrogênio-dependente, ou seja, se desenvolve e se mantém, entre outros fatores, devido à ação do hormônio estrogênio, que é produzido pelos ovários nos ciclos ovulatórios e menstruais.
O mioma subseroso é um tipo de mioma, mas há outros. Cada tipo pode ter diferente impacto na fertilidade feminina, pois variam em sua localização no útero — quanto mais direcionado à cavidade uterina, maior é o risco de infertilidade.
Vamos esclarecer, neste post, se há relação entre mioma subseroso e infertilidade. Continue a leitura e descubra!
O que são miomas e como são classificados?
Miomas são tumores formados por tecido da musculatura uterina. Apesar de serem formações tumorais, são de natureza benigna, isto é, o risco de transformação em algum tipo de câncer é praticamente inexistente.
O útero é um órgão oco. Em sua cavidade, o feto se desenvolve. A parede do órgão é composta por 3 tecidos:
- o endométrio é a camada tecidual interna;
- o miométrio é o tecido intermediário, de maior espessura;
- a camada serosa é a parte mais externa da parede uterina.
Os feixes de musculatura lisa do útero estão no miométrio. É nessa camada que os miomas se originam, mas eles podem crescer para dentro do órgão ou se projetar para a camada externa. Sendo assim, conforme sua localização, o mioma é classificado como:
- submucoso, quando invade a cavidade endometrial;
- intramural, quando cresce dentro da parede uterina, na camada miometrial;
- subseroso, quando se desenvolve na direção da superfície serosa.
Outras características podem variar entre os casos de mioma, por exemplo, a quantidade. É possível que um tumor seja identificado sozinho ou que a paciente tenha vários. Podem ser rentes ao tecido uterino (sésseis) ou sustentados por uma haste (pediculados). Também diferem muito em termos de tamanho, visto que alguns têm poucos centímetros, enquanto outros, em casos raros, chegam a atingir vários quilos.
O mioma subseroso é um tipo que pode crescer de modo anormal, pois se projeta para a cavidade pélvica, não sendo limitado pela parede uterina. Na maioria das vezes, esse tumor não apresenta sintomas, enquanto os submucosos e intramurais podem causar sangramento uterino abundante e cólicas menstruais.
Entretanto, como pode atingir maiores dimensões, o mioma subseroso tende a provocar sintomas compressivos e distorção anatômica de outros órgãos pélvicos, principalmente a bexiga e o intestino. Nesses casos, a mulher pode ter disfunções intestinais, retenção urinária ou micção frequente, entre outras alterações. Os demais sintomas comuns de miomatose uterina são dor pélvica e distensão abdominal.
O mioma subseroso pode causar infertilidade?
A dificuldade de engravidar é motivo de preocupação para mulheres que recebem o diagnóstico de mioma, mas ainda querem ter filhos. Contudo, é importante conscientizar as portadoras dessa doença que são raros os casos que resultam em infertilidade.
Quando a mulher lida com problemas reprodutivos devido a um mioma, pode ocorrer pelos seguintes mecanismos:
- o tumor se forma próximo à tuba uterina, causando distorção ou obstrução do órgão;
- a cavidade do útero fica distorcida, dificultando a implantação do embrião;
- a gravidez pode ter complicações, como abortamento espontâneo, parto prematuro, apresentação fetal anômala e distocias no parto.
Vale ressaltar, no entanto, que boa parte das portadoras de mioma consegue engravidar e ter uma gestação saudável. O mioma subseroso, em específico, não afeta a cavidade uterina, visto que se desenvolve na direção externa do órgão, portanto, o risco de infertilidade é baixo. Diferentemente do mioma submucoso, que modifica o endométrio e pode deixar a mulher infértil, pois se trata da camada onde o embrião deve se implantar.
Sendo assim, a relação entre mioma subseroso e infertilidade é incomum, sobretudo comparando com os tumores intramurais e submucosos. De qualquer forma, alterações uterinas precisam ser avaliadas antes da gravidez, para ter um prognóstico reprodutivo e realizar intervenções, quando necessário.
Mioma e infertilidade: quando procurar a reprodução assistida?
A reprodução assistida é uma área da medicina de grande importância para pessoas que lidam com dificuldades para ter filhos. Nesse contexto, mulheres com problemas uterinos podem melhorar suas chances de gravidez com a fertilização in vitro (FIV).
Antes de receber a indicação para o tratamento de reprodução, tanto a mulher quanto seu parceiro precisam passar por vários exames a fim de identificar todos os possíveis fatores de infertilidade envolvidos. Dessa forma, pode-se delinear melhor a intervenção médica, acrescentando técnicas específicas, se for preciso.
Ainda que o mioma subseroso não seja uma causa comum de infertilidade, é possível que a mulher tenha outros tipos de mioma que precisam ser retirados antes de tentar engravidar. O tratamento cirúrgico e as técnicas de reprodução assistida ajudam a preparar o ambiente uterino, aumentando as chances do casal infértil.
Em nosso texto sobre mioma, constam mais informações sobre os diferentes tipos. Aproveite que está aqui e leia também!
