Para falar da relação entre sêmen e fertilidade, precisamos abordar vários aspectos, o pH é apenas um deles. O sêmen ou esperma é o fluído liberado pelo homem no momento da ejaculação, é composto por vários elementos que ajudam a nutrir e proteger os espermatozoides durante seu trajeto dentro do corpo feminino.
Há muitas características importantes do sêmen para a fertilidade masculina. Além do pH, outros aspectos físicos que precisam estar dentro dos parâmetros de normalidade para que o homem seja fértil são: volume, coloração, viscosidade e tempo de liquefação. Esses aspectos são avaliados com a análise macroscópica do espermograma, enquanto a análise microscópica investiga alterações na concentração, na morfologia e na motilidade dos espermatozoides.
Continue a leitura deste post e entenda qual é a importância do pH do sêmen na fertilidade masculina!
O que é pH?
A sigla pH é referente a Potencial Hidrogeniônico, que tem relação com a concentração de íons de hidrogênio. No organismo humano, os valores do pH podem se alterar de acordo com a concentração de sais, ácidos e outras substâncias.
O equilíbrio do pH no corpo humano é muito importante, visto que está associado às características de acidez, alcalinidade e neutralidade, os quais influenciam o funcionamento orgânico. O índice do pH deve ser próximo a 7 para que o organismo não apresente problemas relacionados a esse aspecto.
O pH tem importante papel em atividades metabólicas e enzimáticas. Quando os níveis estão próximos ao pH ótimo, significa que há boa atividade enzimática. Quando há alterações (seja aumentado, seja reduzido), a ação das enzimas é menor, o que pode causar desnaturação.
Quais são os parâmetros de normalidade do pH do sêmen?
O pH do sêmen é levemente alcalino, praticamente neutro. Seu valor dentro dos parâmetros de normalidade fica entre 7,2 e 7,8. Um resultado fora desse intervalo no exame de espermograma pode indicar alterações seminais.
A importância do pH do sêmen na fertilidade masculina tem relação com o trajeto que os espermatozoides percorrem no corpo da mulher para chegar ao local da fertilização.
Os gametas masculinos entram no trato reprodutivo feminino a partir da ejaculação do homem. Nesse momento, eles são lançados no fundo da vagina, próximo ao colo do útero. Dali, os espermatozoides migram para os órgãos do trato superior, passando pelo corpo do útero e entrando nas tubas uterinas, onde a fecundação acontece.
O pH do sêmen precisa ser mais alcalino para neutralizar a acidez da vagina, que pode ser prejudicial aos espermatozoides e impedir que eles cumpram sua migração em direção ao local da fertilização.
Valores elevados do pH do sêmen podem sugerir um quadro de infecção em curso. Já os níveis abaixo do normal podem decorrer de alterações nas glândulas acessórias, como oclusão das vesículas seminais.
O pH baixo pode, ainda, estar acompanhado de outras alterações seminais, como deficiência de determinados compostos, redução do volume ejaculado, problemas na motilidade dos espermatozoides, entre outros. Todos esses fatores podem interferir na fertilidade do homem.
Entre as condições associadas ao sêmen ácido (pH baixo), estão: obstrução dos ductos ejaculatórios; ausência dos canais deferentes; disfunções das vesículas seminais. Infecções e doenças inflamatórias, como prostatite e vesiculite, por outro lado, podem aumentar o pH.
Como a reprodução assistida trata a infertilidade masculina?
As várias técnicas de reprodução assistida podem contornar uma série de fatores de infertilidade feminina e masculina. Quando há diagnóstico de alterações seminais, o tratamento pode ser feito com inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).
A inseminação artificial é uma técnica de baixa complexidade, que consiste na introdução de uma amostra processada de esperma no útero da paciente. Na infertilidade masculina, é indicada quando o exame de espermograma revela problemas leves na motilidade ou na morfologia dos espermatozoides.
Com o procedimento de preparo seminal na inseminação artificial, é possível retirar da amostra os gametas que não atendem aos padrões de normalidade. Assim, somente os espermatozoides móveis e com morfologia adequada, os quais têm condições de fertilizar o óvulo, são colocados no útero.
A FIV também requer a etapa de preparo seminal, mas inclui ainda vários outros procedimentos, sendo considerada uma técnica de alta complexidade. É indicada para os fatores mais graves de infertilidade masculina, definidos como: oligozoospermia (baixa quantidade de espermatozoides), astenozoospermia (baixa motilidade), teratozoospermia (baixa morfologia) ou azoospermia (ausência de gametas no ejaculado).
Nesses casos, como os gametas masculinos não são coletados em quantidade suficiente por meio da masturbação, podem ser necessários procedimentos de recuperação espermática para retirá-los diretamente dos órgãos reprodutores (testículos ou epidídimos). Além disso, os óvulos são fertilizados com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (FIV ICSI).
De modo geral, há uma importante relação entre a qualidade do sêmen e a fertilidade masculina, o que inclui o pH dentro dos níveis normais, além de outros aspectos determinantes para que os espermatozoides possam cumprir seu trajeto no trato reprodutivo feminino e, assim, chegar ao local da fertilização do óvulo.
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