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Reprodução assistida em idade avançada: é possível?

Por Equipe Origen

Publicado em 19/11/2024

Diante das grandes mudanças sociais das últimas décadas, tem sido cada vez mais comum que as mulheres decidam adiar a maternidade para construir uma carreira mais sólida, viajar e estruturar melhor sua vida financeira antes de se tornarem mães.

Considerando que o corpo e a fertilidade feminina, no entanto, não caminham nesse mesmo ritmo (as taxas de gravidez espontânea são de 20% até os 35 anos e de 5% aos 40 anos), engravidar naturalmente em idade avançada continua sendo um processo difícil e, às vezes, não muito seguro. A medicina reprodutiva vem trabalhando em técnicas e procedimentos para viabilizar gestações tardias com mais segurança, como o congelamento dos óvulos.

No Brasil, o órgão que regula todos os procedimentos em reprodução assistida – inclusive o congelamento de óvulos – é o CFM (Conselho Federal de Medicina) com base nas demandas da realidade da mulher brasileira e para garantir a segurança dos procedimentos, tanto para a mulher como para o futuro bebê.

Neste artigo, vamos mostrar como é possível engravidar em idade avançada com a ajuda da reprodução assistida e como isso pode ser feito pela preservação social da fertilidade.

Até que idade é possível engravidar com ajuda da reprodução assistida?

De acordo com as diretrizes do CFM, a idade máxima sugerida para candidatas à gestação por meio de técnicas de reprodução assistida é de 50 anos. Este limite é estabelecido com base em considerações médicas e científicas que avaliam os riscos associados à gravidez em idades mais avançadas.

Para mulheres que desejam coletar e congelar seus óvulos, não existe idade-limite. Tudo depende da reserva ovariana. Isso se deve à qualidade dos óvulos, que tende a diminuir significativamente após essa idade, sendo necessária uma quantidade maior de células germinativas armazenadas.

Embora haja um limite claro de 50 anos para a idade máxima, podem existir exceções baseadas em critérios técnicos e científicos fundamentados pelo médico responsável. Essas exceções, porém, são raras e devem ser analisadas caso a caso.

Por que existe um limite de idade para engravidar com ajuda da reprodução assistida?

Os limites estabelecidos pelo CFM têm como objetivo garantir a segurança dos procedimentos de reprodução assistida tanto para a mulher, como para o futuro bebê, e levam em consideração principalmente o esgotamento natural da reserva ovariana e as consequências, também naturais, do envelhecimento para a qualidade dos óvulos. Vamos entender melhor.

Chamamos reserva ovariana o número de folículos primordiais presentes nos ovários desde o nascimento até a menopausa. Essa reserva diminui progressivamente principalmente porque, a partir da puberdade, a cada ciclo menstrual uma quantidade grande de óvulos é utilizada nos processos da ovulação, seja para disponibilizar um óvulo por ciclo, para fecundação, seja para a produção de hormônios a cada ciclo.

As meninas nascem com cerca de 1 a 2 milhões de folículos primordiais e, ao chegar à puberdade, aproximadamente 1.000 folículos passam a ser recrutados a cada ciclo, embora geralmente apenas um se desenvolva totalmente e participe de fato da ovulação.

Isso significa que a maioria dos folículos recrutados a cada ciclo é utilizada na interação entre o ovário e a hipófise, respondendo à atividade do FSH (hormônio folículo-estimulante) para a produção de estrogênios – que atuam tanto na ovulação, como na preparação do endométrio para a chegada de um possível embrião.

Nesse contexto, temos que durante a década dos 20 anos, a mulher tem sua reserva ovariana mais robusta, com uma boa quantidade de folículos disponíveis para engravidar. Já por volta dos 30 anos, a diminuição da reserva ovariana começa a acelerar e a partir dos 40 anos, a quantidade de folículos restantes é frequentemente significativamente menor.

Na perimenopausa, que geralmente começa entre os 40 e 50 anos e é marcada por ciclos menstruais irregulares, essa diminuição é ainda mais acentuada, até que, na menopausa – definida como a ausência de menstruação por 12 meses consecutivos – praticamente todos os folículos foram esgotados.

Além da quantidade de óvulos, a qualidade dessas células também diminui em função do envelhecimento e isso pode afetar não somente as chances de fertilização, mas também aumentar o risco de anomalias cromossômicas para o futuro bebê e até mesmo inviabilizar a gestação.

Com o congelamento de óvulos é possível engravidar em idade avançada

Uma das alternativas oferecidas pela medicina reprodutiva hoje para mulheres que planejam engravidar com mais idade é a preservação social da fertilidade, que tem como procedimento central o congelamento dos óvulos em uma idade na qual a reserva ovariana ainda é bastante robusta.

No entanto, é importante destacar que utilizar os óvulos congelados só é possível em tratamentos com a FIV (fertilização in vitro).

O processo de congelamento de óvulos envolve várias etapas:

  1. Avaliação inicial: a mulher passa por uma avaliação médica completa para verificar suas condições de saúde e a reserva ovariana, incluindo a realização de exames hormonais e ultrassonografias para planejar o ciclo de estimulação ovariana;
  2. Estimulação ovariana: nesta etapa, a mulher recebe medicamentos hormonais para estimular os ovários a produzirem múltiplos óvulos em um único ciclo menstrual, durante aproximadamente 10 a 14 dias e com acompanhamento ultrassonográfico que indica o momento ideal para a coleta – este procedimento pode ser repetido várias vezes até que um número adequado de óvulos seja obtido;
  3. Coleta dos óvulos: quando os folículos atingem o tamanho adequado, a mulher recebe uma medicação específica para induzir a ovulação e após aproximadamente 36 horas, os óvulos são coletados por aspiração folicular;
  4. Congelamento dos óvulos: os óvulos coletados são então selecionados e imediatamente congelados por vitrificação, uma técnica de congelamento que evita a formação de cristais de gelo e aumenta a taxa de sobrevivência após o descongelamento.

Os óvulos podem ser armazenados por tempo indeterminado, permitindo que a mulher decida quando deseja utilizá-los. No momento em que a decisão de engravidar é tomada, os óvulos são descongelados, fertilizados com o esperma do parceiro ou de um doador, e os embriões resultantes são transferidos para o útero da mulher.

Dessa forma, a preservação social da fertilidade oferece uma possibilidade segura de planejar a maternidade em idade avançada, proporcionando mais tempo para alcançar objetivos pessoais e profissionais sem sacrificar o desejo de ter filhos no futuro.

Para entender melhor o que é a FIV e como ela pode ajudar casais com as mais diversas dificuldades reprodutivas a ter filhos, toque neste link.

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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Anúncios em redes sociais e sites têm veiculado notícias falsas relacionadas ao recebimento de doações de gametas masculinos e femininos pela Origen. A clínica jamais recebeu doações de espermatozoides ou óvulos.