Muitos casais ficam confusos e inseguros quando recebem do médico a informação de que eles têm infertilidade sem causa aparente (ISCA). Essa condição é determinada quando, após uma série de exames, não é possível identificar a causa da dificuldade para engravidar. Nesse cenário, como não há um fator específico para superar, é natural que surjam dúvidas sobre as chances de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida.
Embora seja frustrante, ter ISCA não significa que a gravidez é impossível, mas indica que a causa da infertilidade pode estar relacionada a fatores mais sutis ou complexos, que não são facilmente detectados nos exames convencionais. Portanto, pode ser necessário aprofundar a investigação diagnóstica.
Para muitos casais com ISCA, a reprodução assistida pode oferecer uma solução, seja com tratamentos simples ou de maior complexidade. No momento da indicação, também é preciso considerar os aspectos gerais do casal, incluindo a idade materna como um dos principais fatores que direcionam a escolha das técnicas.
Vá em frente com a leitura deste post e descubra quais são as chances de sucesso na reprodução assistida para casais com ISCA!
Quais fatores afetam as chances de sucesso na reprodução assistida?
A reprodução assistida é a área da medicina que utiliza um conjunto de técnicas para superar diversos fatores de infertilidade feminina e masculina.
Entre as técnicas de reprodução assistida, estão: FIV- fertilização in vitro (de alta complexidade), inseminação intrauterina e coito programado (as duas de baixa complexidade).
Antes de abordar as possibilidades para casais com ISCA, é importante compreender que diversos fatores influenciam os resultados. Entre os principais estão:
- idade materna — mulheres mais jovens, especialmente aquelas com menos de 35 anos, têm maiores taxas de sucesso, já que a qualidade e a quantidade de óvulos diminuem com o avanço da idade;
- tempo de infertilidade;
- quantidade de óvulos coletados — na FIV, especificamente, o número de óvulos obtidos com a estimulação ovariana é um dos principais fatores para garantir as chances de chegar ao final do tratamento com embriões viáveis para transferir para o útero;
- qualidade dos óvulos — além da quantidade de gametas, a qualidade oocitária influencia as taxas de fertilização e o desenvolvimento embrionário;
- condições espermáticas — a qualidade dos espermatozoides também é um fator determinante para que o processo de fertilização seja bem-sucedido e o embrião tenha qualidade para se desenvolver e se implantar no endométrio uterino;
- receptividade endometrial — ao serem transferidos para o útero, os embriões precisam encontrar um endométrio receptivo, em condições adequadas para possibilitar a implantação embrionária.
Quais são as taxas de sucesso na reprodução assistida?
As taxas de sucesso dos tratamentos de reprodução assistida variam de acordo com a técnica escolhida e os fatores individuais de cada casal. Veja:
Coito programado
O coito programado é geralmente recomendado para casais mais jovens com infertilidade por disfunção ovulatória ou ISCA. O processo que antecede a ovulação é monitorado, medicações hormonais são administradas para estimular a liberação do óvulo e o casal deve ter relações sexuais durante o período fértil.
As taxas de sucesso dessa técnica variam entre 15% e 20% por ciclo, principalmente para mulheres com menos de 35 anos.
Inseminação Artificial
A inseminação artificial ou intrauterina envolve a introdução de uma amostra preparada de espermatozoides móveis diretamente no útero, em torno do dia da ovulação. As taxas de sucesso dessa técnica também ficam entre 15% e 20% por ciclo, dependendo da idade da mulher e da qualidade do sêmen.
FIV
A FIV é a técnica mais avançada e, frequentemente, a mais recomendada para mulheres com mais de 37 anos ou mesmo mais jovens quando desejam mais de um filho. Nessa técnica, os óvulos são fertilizados em laboratório e, depois, os embriões saudáveis são transferidos para o útero.
As taxas de sucesso da FIV são mais elevadas, podendo ultrapassar os 50% para mulheres com menos de 35 anos, e diminuindo de forma significativa após os 40 anos. Existem hoje técnicas como o PGT-A que podem aumentar a taxa de implantação do embrião, mas é importante discutir com a equipe as vantagens e desvantagens, pois ainda não existe consenso de sua utilização apenas pelo fator idade.
Quais são as possibilidades para casais com ISCA?
Casais com ISCA podem se beneficiar com as 3 técnicas de reprodução assistida, mas a escolha depende de uma avaliação individualizada.
Para mulheres com menos de 37 anos e que desejam apenas um descendente, pode-se iniciar com as técnicas de baixa complexidade, começando com o coito programado. Caso não o tratamento não seja bem-sucedido após 3 ciclos de tentativas, o casal pode considerar a inseminação artificial ou partir para a FIV.
A FIV oferece maiores chances de sucesso e, além disso, pode ser complementada com técnicas específicas como o teste genético pré-implantacional (PGT), que permite selecionar embriões geneticamente saudáveis antes da transferência para o útero.
Para casais com ISCA, especialmente aqueles em que a mulher está próxima dos 40 anos ou que deseja mais de um filho, a FIV é frequentemente a melhor escolha. Embora não haja uma causa aparente para a infertilidade, a FIV permite um maior controle sobre os processos de fertilização e desenvolvimento embrionário.
O suporte médico especializado, associado às tecnologias avançadas de reprodução assistida, é fundamental para ajudar casais com ISCA a alcançarem seu objetivo de ter um filho.
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