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Ácido fólico: para que serve?

Por Equipe Origen

Publicado em 20/01/2023

Desde o início da gestação — ou ainda antes de engravidar, para quem realiza o acompanhamento preconcepcional —, a mulher é orientada pelo seu médico a ter hábitos saudáveis e fazer suplementação de algumas vitaminas, principalmente o ácido fólico.

A recomendação para o uso de ácido fólico é realmente importante, pois tem relação com a formação das células que participam do crescimento de vários tecidos humanos. É indicado nos primeiros meses gestacionais, tendo em vista o rápido desenvolvimento do embrião e o risco de malformação no sistema nervoso.

Se você tem intenção de engravidar e gerar uma criança saudável, leia este post e compreenda a importância do ácido fólico!

O que é ácido fólico?

Também chamado de folato, o ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B, precisamente a B9. Muitos derivados de folato são encontrados no sistema biológico, enquanto a forma sintética dessa substância é recebida por meio do consumo de alimentos fortificados e suplementos vitamínicos.

É de conhecimento geral que as mulheres precisam aumentar seus cuidados com a alimentação e o estilo de vida durante a gravidez. Essa atenção redobrada, no entanto, deve começar antes mesmo da concepção para melhorar a saúde materna e preparar o organismo para nutrir corretamente o embrião desde seus primeiros dias.

A nutrição adequada da mulher aliada à abstenção de substâncias químicas, como tabaco e álcool, reduz os riscos de que o feto se forme com alguma alteração. Sendo assim, o acompanhamento pré-natal é indispensável, e uma das recomendações médicas nesse período é o uso de ácido fólico.

O folato natural que temos no corpo é obtido por meio de uma dieta equilibrada. As fontes de ácido fólico são exclusivamente exógenas. O micronutriente é encontrado em alimentos de origem animal e vegetal, incluindo fígado e outras vísceras, ovos, legumes, verduras verde-escuras, amendoim, frutas cítricas, cereais enriquecidos, feijão e outro grãos integrais.

O baixo consumo de folato na dieta é a principal causa de deficiência. Ainda que os alimentos citados sejam consumidos com frequência, a vitamina B9 perde entre 50% e 90% de seu teor nutritivo ao ser exposta aos processos de cozimento e congelamento. Além disso, a concentração reduzida de ácido fólico pode estar associada a tabagismo, uso de medicações anticonvulsivantes, diabetes, distúrbios gênicos e outros fatores.

Qual é a função do ácido fólico?

O ácido fólico tem participação em várias funções do organismo, contribuindo para a saúde cardiovascular e para o bom funcionamento do sistema nervoso. É importante para os processos de divisão e crescimento das células, reparação do DNA, formação de eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos) e produção de proteínas.

Em resumo, o folato faz bem ao cérebro, ao crescimento de unhas e cabelos, à proteção da pele, ao sistema circulatório e à imunidade. Ainda, a vitamina B9 é apontada como aliada no combate à depressão e na prevenção de alguns tipos de câncer.

Durante a gestação, agindo na síntese proteica e na multiplicação celular, o ácido fólico participa do alargamento do útero, do crescimento fetal e do aumento do volume sanguíneo. Nessa fase, é especialmente importante que a mulher se alimente bem e faça a suplementação de vitamina B9 para a prevenção de problemas obstétricos e fetais, como: 

  • síndrome hipertensiva da gravidez; 
  • abortamento espontâneo; 
  • parto prematuro; 
  • neonato com baixo peso; 
  • neonato com doenças respiratórias; 
  • síndrome de Down; 
  • defeitos no fechamento do tubo neural.

O tubo neural — estrutura embrionária que forma a medula espinhal e o cérebro — deve se fechar até o final da 4ª semana de gestação. Se o fechamento for incompleto pode resultar em malformações como anencefalia (cérebro subdesenvolvido e crânio incompleto) e mielomeningocele ou espinha bífida (falha no desenvolvimento dos ossos da coluna vertebral).

Devido a esses riscos, o uso de ácido fólico é preconizado na dosagem mínima de 400 mcg/dia para gestantes e tentantes. O mais adequado seria utilizar a suplementação desde 3 meses antes da gravidez até a 12ª semana gestacional. No entanto, como muitas mulheres engravidam sem planejamento e demoram algumas semanas para confirmar a gestação, deve-se começar a administração de folato assim que possível.

Os valores normais variam conforme as referências de cada laboratório, mas níveis abaixo de 3,9 ng/ml são considerados deficientes. Por outro lado, o excesso de ácido fólico pode desestabilizar a relação com a vitamina B12, provocando descontrole mitótico e quebra cromossômica e, com isso, elevando o risco de alguns tipos de câncer. Portanto, a suplementação vitamínica deve ser feita somente com orientação médica. 

O ácido fólico também é usado na gestação por reprodução assistida? 

A gravidez espontânea difere da gestação obtida por reprodução assistida somente nas etapas que antecedem a implantação do embrião no útero. Por exemplo, a relação sexual programada requer apenas o uso de medicação hormonal para estimulação ovariana e indução da ovulação. Já a inseminação artificial, outra técnica de baixa complexidade, envolve tanto a estimulação hormonal dos ovários quanto o preparo de uma amostra de sêmen.

A fertilização in vitro (FIV), que é uma técnica mais complexa, é feita em várias etapas, incluindo: estimulação ovariana, punção dos óvulos, preparo seminal, fecundação em laboratório, cultivo dos embriões em incubadora e transferência para o útero.

As intervenções médicas realizadas na reprodução assistida acontecem somente no processo conceptivo, aumentando as chances de iniciar uma gravidez, mas não interferem no desenvolvimento gestacional e na saúde fetal. Portanto, mulheres que engravidam com essas técnicas também precisam tomar ácido fólico no período preconcepcional e durante os primeiros meses de gestação para reduzir o risco de malformação no sistema nervoso do bebê.

Aproveitando que está aqui, confira nosso texto sobre fertilização in vitro para entender como essa técnica é realizada!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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