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Adenomiose: saiba mais sobre o diagnóstico

Por Equipe Origen

Publicado em 10/05/2022

Adenomiose é uma doença benigna que se desenvolve no útero. Sua principal característica é a presença de células endometriais no miométrio, mas para entender o que isso significa, precisamos relembrar a estrutura uterina. Histologicamente, a parede do útero é dividida em três camadas:

  • a mucosa que reveste o órgão internamente é chamada de endométrio;
  • a camada intermediária, constituída por tecido muscular, é o miométrio;
  • a parte mais externa é a superfície serosa.

Visto assim, fica mais fácil compreender que na adenomiose ocorre uma inflamação local devido ao crescimento de endométrio na camada miometrial — isto é, esse tecido não deveria estar ali, então sua presença ativa as células de defesa do organismo que liberam substâncias inflamatórias e, por consequência, sintomas muitas vezes dolorosos.

A adenomiose é uma patologia muito estudada atualmente. Existem indícios de que ela possa causar infertilidade feminina por modificar as características uterinas e deixar o ambiente desfavorável para o embrião, no entanto não existe prova definitiva desse fato.

Em razão dos riscos que a doença pode oferecer à saúde e à fertilidade da mulher, achamos importante falar mais sobre o diagnóstico de adenomiose. Acompanhe este post e obtenha informações!

Quais são os sintomas de adenomiose?

Identificar a adenomiose apenas a partir dos sintomas é um desafio, pois as doenças ginecológicas normalmente têm manifestações similares, como dor pélvica e cólicas menstruais (dismenorreia).

Na adenomiose, como há o espessamento do miométrio decorrente do crescimento das células endometriais, outros sintomas são o aumento no tamanho do útero e a sensação de pressão no baixo ventre. Essa também é uma das doenças que provocam sangramento uterino anormal, normalmente caracterizado por fluxo abundante e prolongado.

Outra consequência em comum das doenças uterinas é a dificuldade de engravidar. Quando a gravidez acontece sem tratamento prévio da patologia, há ainda o risco de intercorrências obstétricas, como abortamento e parto prematuro.

Diante dos sinais e sintomas de adenomiose, é importante que a mulher busque avaliação diagnóstica para restaurar seu bem-estar. O tratamento dessa patologia com o objetivo de engravidar ainda é bastante polêmico.

Quais exames são solicitados para o diagnóstico de adenomiose?

A investigação da adenomiose começa com a avaliação clínica e o exame físico. Mediante o toque, o médico pode perceber o útero dilatado e sensível à palpação. O relato dos sintomas pode ajudar a formular a hipótese diagnóstica, mas os exames de imagem e a análise histológica são necessários para confirmar a doença.

A ultrassonografia pélvica é o primeiro exame indicado para avaliar os órgãos do aparelho sexual feminino. A técnica é indolor, não invasiva, de custo acessível e de fácil aplicação. Além disso, apresenta boa acurácia na detecção de alterações ovarianas, uterinas e tubárias.

A ressonância magnética também auxilia na avaliação da adenomiose, sendo útil para identificar subtipos da patologia, como adenomiose focal (com lesões em uma parte específica do útero) ou difusa (quando o tecido doente se espalha por toda a parede uterina).

A histeroscopia é outra ferramenta de importante papel para avaliar adenomiose e outras doenças intrauterinas. Seu diferencial é a visualização direta da cavidade do órgão, utilizando um aparelho com microcâmera que é introduzido pelo canal vaginal.

Com a histeroscopia, é possível detectar hipervascularização e cistos hemorrágicos submucosos que são indícios de adenomiose. A técnica também permite a realização de biópsia dirigida. A coleta de tecido para análise histopatológica ajuda a fechar o diagnóstico.

Como é feito o tratamento?

Alguns fatores observados para definir o tratamento da adenomiose são intensidade dos sintomas, idade da mulher e intenção de gravidez. As opções, de modo geral, incluem medicação hormonal, uso de anti-inflamatórios, cirurgia e reprodução assistida.

Quando a paciente não pretende engravidar, a intervenção farmacológica pode ser eficaz. Anticoncepcionais combinados (estrogênio + progesterona) e dispositivo intrauterino à base de progestágenos são alternativas que auxiliam no controle do fluxo menstrual e na redução dos sintomas. Anti-inflamatórios também fornecem alívio para as dores durante o período menstrual.

Casos mais graves, que não respondem bem ao tratamento medicamentoso, podem necessitar de cirurgia. A ressecção do tecido lesionado é feita por videolaparoscopia ou histeroscopia. Também existe a opção de fazer ablação endometrial e embolização da artéria uterina. Já em situações ainda mais severas, e quando a mulher já tem prole definida e não quer mais filhos, a histerectomia (cirurgia para remoção do útero) é uma possibilidade de tratamento definitivo.

No tratamento das mulheres diagnosticadas com adenomiose e portadoras de infertilidade, as técnicas de reprodução assistida são indicadas para aumentar as chances de concepção.

A fertilização in vitro (FIV) é a técnica com maiores taxas de êxito quando se trata de infertilidade por fatores uterinos — incluindo adenomiose e outras doenças que alteram as características do órgão. Cada caso é avaliado de forma individualizada para chegar à melhor definição de tratamento.

Para mais informações, toque aqui e leia nosso texto principal sobre adenomiose!