Você já se perguntou até que idade a mulher pode engravidar? Essa é uma dúvida recorrente entre os casais que chegam às clínicas de medicina reprodutiva. Afinal, é de conhecimento geral que a fertilidade feminina diminui com o passar do tempo.
Além de a idade ser um fator determinante para as chances de gravidez, outras condições podem interferir na fecundidade da mulher, como disfunções ovulatórias, endometriose, doenças uterinas, infecções genitais, obstrução tubária e menopausa precoce.
Neste texto, vamos abordar dois aspectos importantes a respeito da idade em que a mulher pode engravidar: até quando há chances de gravidez espontânea e com os tratamentos de reprodução assistida.
Acompanhe!
O que acontece com a fertilidade ao longo da vida da mulher?
A fertilidade da mulher reduz progressivamente, uma vez que a quantidade de óvulos armazenados diminui a cada ciclo menstrual. Isso ocorre porque os gametas femininos não são produzidos ao longo da vida, a reserva ovariana está completa quando a menina nasce.
A partir do primeiro ciclo menstrual, vários folículos ovarianos começam a se desenvolver, mas apenas um deles chega a liberar um óvulo maduro em cada ciclo para ser fecundado, enquanto os demais não podem ser recuperados. Assim ocorre, mês após mês, até que a reserva ovariana se esgote completamente na menopausa.
Vale acrescentar que a fertilidade do homem evolui de forma diferente. Suas células reprodutivas, os espermatozoides, começam a ser produzidas na puberdade. O processo de produção, armazenamento, maturação e liberação dessas células se renova de forma contínua. Assim, o homem ainda consegue engravidar sua parceira quase em qualquer faixa etária, se não houver nenhum outro fator de infertilidade masculina.
Afinal, até que idade a mulher pode engravidar?
Agora, vamos apresentar duas perspectivas para que você entenda até que idade a mulher pode engravidar. Também é importante esclarecer que utilizamos parâmetros com base em estudos na área e experiências clínicas. Entretanto, há exceções, isto é, existem casos incomuns de mulheres que engravidam com idade bastante avançada.
Gravidez espontânea
Na teoria, poderíamos dizer que a mulher pode engravidar enquanto tiver óvulos disponíveis para a ovulação e a fecundação, ou seja, até a fase da perimenopausa — em marco cronológico, isso seria até cerca de 45 anos. Contudo, não é assim que funciona na realidade.
Para ovular regularmente e ter chances de uma concepção espontânea, é preciso que vários folículos comecem a se desenvolver, mas a baixa reserva ovariana — que está fortemente associada à idade avançada — dificulta esse processo, sendo um importante marcador da infertilidade feminina.
Sendo assim, consideramos que até os 32 anos (para quem deseja dois filhos e 35 para quem quer apenas um) é uma boa idade para a mulher engravidar naturalmente e com baixo risco de complicações. Acima disso, a infertilidade é provocada tanto pela quantidade reduzida quanto pela baixa qualidade dos óvulos.
O envelhecimento natural do organismo afeta todas as células, inclusive os ovócitos primários que estão armazenados nos ovários desde antes do nascimento da mulher. A qualidade oocitária é apontada como fator determinante para formar embriões saudáveis e com potencial para se implantar no útero. Sendo assim, o risco de alterações cromossômicas, falhas de implantação embrionária e abortamento espontâneo é maior após os 35 anos.
Reprodução assistida
Na reprodução assistida, existem técnicas importantes que ajudam a prolongar a fertilidade da mulher, permitindo que a gravidez aconteça mais tarde — o que tem sido cada vez mais frequente.
As múltiplas oportunidades nos campos profissional e acadêmico, ou mesmo as questões pessoais, têm levado as mulheres a adiarem a maternidade para depois dos 35 ou até dos 40 anos. Nesse cenário, podemos dar destaque a duas técnicas que ampliam as possibilidades para quem decide engravidar mais tarde: estimulação ovariana (avaliando criteriosamente vantagens e desvantagens) e congelamento dos óvulos.
A estimulação ovariana consiste em administrar medicamentos hormonais que estimulam o desenvolvimento dos folículos e a maturação de vários óvulos em um mesmo ciclo. Em casos de baixa reserva ovariana, podemos indicar a fertilização in vitro (FIV) com o protocolo de estimulação TetraStim, que realiza quatro estímulos consecutivos para formar uma reserva de óvulos.
O congelamento ou criopreservação de óvulos ou embriões também é uma alternativa para mulheres que querem ou precisam adiar seus planos de gravidez. Assim, é realizada a estimulação ovariana e o material biológico permanece congelado até que a paciente decida prosseguir com a FIV.
Ainda, outras técnicas são relevantes no tratamento de reprodução de mulheres com idade avançada, como o teste genético pré-implantacional (PGT), que faz o rastreio de alterações cromossômicas nos embriões, e a doação de óvulos para aquelas que não conseguem mais reproduzir com seus próprios gametas.
Entretanto, apesar dos avanços da medicina reprodutiva, o envelhecimento biológico não pode ser interrompido. Sendo assim, devemos alertar as pacientes quanto às taxas de sucesso da FIV, que são influenciadas pelo fator da idade materna.
Mulheres com menos de 35 anos, que são inférteis por outras causas, têm mais de 50% de chance de engravidar com a FIV. Entre 35 e 40 anos, as taxas de êxito desse tratamento ficam entre 25% e 40%. Já após os 42 anos, as chances de confirmar uma gestação são de apenas 4%.
O que pode causar infertilidade antes do tempo?
Como apresentamos até aqui, existem parâmetros que revelam até que idade a mulher pode engravidar, seja de forma espontânea seja com a reprodução assistida. Há condições, no entanto, que podem provocar infertilidade em mulheres mais jovens.
Dentre as doenças femininas que interferem na capacidade reprodutiva, as principais são a endometriose e a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Há ainda várias outras condições que requerem atenção, uma delas é a menopausa precoce, caracterizada pela parada da ovulação e da menstruação antes dos 40 anos.
Diante dessas ou de outras situações de infertilidade, a reprodução assistida pode auxiliar. A partir da avaliação de todos os aspectos envolvidos, o especialista pode inferir o prognóstico reprodutivo do casal, além de estimar até que idade a mulher pode engravidar e quais técnicas podem ser empregadas para aumentar suas chances.
Quer conhecer outros fatores que dificultam a gravidez? Visite nosso texto sobre infertilidade feminina!