Um cisto é definido como uma bolha de líquido envolta por uma membrana fina. Podem se formar em diversas partes do corpo. Quando presentes nos ovários, os mais frequentes são os cistos funcionais, que ocorrem durante o ciclo menstrual normal. Eles podem ser divididos, ainda, em dois grupos, de acordo com a fase do ciclo: os foliculares e os de corpo-lúteo.
São benignos na grande maioria dos casos, mas, em raras ocasiões, tumores malignos podem se apresentar como cistos. Por isso a importância de se realizar uma boa investigação em caso de suspeita.
Você conhece quais são os tipos de cistos ovarianos e quais são os seus sintomas? Quer saber mais sobre a causa e o tratamento dos cistos de ovário? Então acompanhe o texto a seguir e tire todas as suas dúvidas agora mesmo!
Quais são os tipos de cistos benignos de ovário?
Os cistos mais frequentes que aparecem nos ovários são os chamados funcionais, que são fisiológicos, benignos e não trazem problemas à saúde da mulher. Eles ainda podem ser subdivididos em 2 grupos: funcional folicular e funcional de corpo lúteo, de acordo com a fase do ciclo menstrual. Geralmente, esse tipo de cisto (funcional) desaparece espontaneamente após dois ou três meses.
Ainda existem outros tipos menos comuns, como o endometrioma, o cisto dermoide e o cisto adenoma. Vamos falar melhor sobre cada um deles a seguir. Acompanhe!
Cisto funcional folicular
São aqueles folículos que não se rompem durante o ciclo e não expelem o óvulo do seu interior, gerando o cisto funcional folicular. Em geral, trata-se de um cisto assintomático, que é diagnosticado durante um ultrassom de rotina. Em geral desaparece espontaneamente, não sendo motivo de preocupação.
Cisto funcional de corpo-lúteo
Quando o folículo se rompe e libera o óvulo, ele se torna o corpo lúteo, que é responsável por produzir os hormônios cuja função é preparar o endométrio para a gravidez. Se isso não acontecer, o corpo lúteo regride de tamanho até desaparecer. Nas situações que ele não involui, são formados os cistos funcionais de corpo lúteo. Ele tem diagnóstico e prognóstico semelhantes ao cisto folicular e também desparecem espontaneamente. Muito raramente podem provocar dor pré-menstrual devido à presença do sangue na cavidade peritoneal.
Endometrioma
Algumas pacientes podem ter endometriose na superfície dos ovários de volume aumentado. O líquido dentro destes é escuro e contém tecido endometrial denso.
Os endometriomas provocam dor e, caso se rompam, podem causar dor aguda e intensa.
Cisto dermoide
Também chamado de teratoma, trata-se de uma neoplasia benigna de células germinativas. Esse tecido germinativo que forma o tumor dá origem a diversas partes do corpo, como pele, dentes ou cabelo, por exemplo.
Tem crescimento lento e, na maioria das vezes, mede entre 5 e 10 cm de diâmetro. O tratamento recomendado é o cirúrgico.
Cistoadenoma
Esse é um tipo de tumor benigno que se forma a partir do tecido que reveste os ovários. Ao contrário dos outros tipos, ele não regride sozinho, sendo necessário uma aspiração com agulha ou tratamento cirúrgico.
Quais são as causas do cisto de ovário?
Alguns fatores de risco já são conhecidos para predispor a formação de cistos no ovário. Entre eles está o histórico familiar e o uso de medicamentos para estimular a ovulação. O tipo mais comum é o funcional, que está relacionado ao ciclo menstrual da mulher.
Em um ciclo em que houve o crescimento do folículo, porém não sua rotura (anovulação), ele continua a crescer até atingir um tamanho maior do que o habitual e pode ficar dessa forma por alguns ciclos. Esse fenômeno pode ocorrer naturalmente até 3 vezes ao ano.
Como nesses ciclos não ocorre ovulação, não existe chance de gravidez. Entretanto, algo muito importante é que a presença de cistos foliculares não impede o crescimento de um novo folículo no ciclo seguinte e nem a ovulação.
Isso pode acontecer com maior frequência em ciclos estimulados. Eles são fisiológicos, ou seja, não representam uma doença e devem ser acompanhados pelo ginecologista até seu desaparecimento.
Quais são os sintomas do cisto no ovário?
Em geral, os cistos ovarianos são assintomáticos. Ou seja, não apresentam nenhuma manifestação. Nesse caso, não é necessário um tratamento específico, uma vez que tendem a desaparecer espontaneamente.
Contudo, em alguns casos, sintomas podem aparecer, especialmente nos cistos que não são fisiológicos (patológicos). Vamos listá-los a seguir. Confira:
- crescimento e compressão de órgãos abdominais e pélvicos: pode haver dor, devido à compressão de estruturas próximas que têm inervação, sensação de peso na pelve e/ou abdominal, causando desconforto, aumento do volume abdominal, enjoos e até mesmo vômitos;
- ruptura do cisto: causa uma dor súbita e intensa em apenas um dos lados da pelve da mulher — a ruptura geralmente ocorre durante um esforço físico ou ato sexual — e raramente causa hemorragias graves, uma situação que merece atendimento de urgência, levando a palidez, queda da pressão, tonturas e mal-estar súbito;
- torção do cisto: ocorre quando o cisto, ovário ou tuba giram em torno de seu próprio eixo, torcendo a irrigação sanguínea para essas estruturas, com isso, ocorre um quadro de isquemia, ou seja, falta de fluxo sanguíneo — os sintomas são bem semelhantes aos de ruptura do cisto, e deve ser feita uma investigação de urgência para um tratamento imediato.
Além desses sintomas, a mulher ainda pode apresentar:
- atrasos menstruais;
- sangramentos vaginais fora do período menstrual (escapes);
- sensibilidade nas mamas;
- dores pélvicas do lado onde o cisto se encontra;
- dores pélvicas moderadas a fortes durante a ovulação;
- dores durante as relações sexuais;
- inchaço abdominal;
- dor ao evacuar;
- dificuldade para engravidar naturalmente.
Embora trate-se de uma situação muito rara em ginecologia, tanto o rompimento quanto a torção do cisto devem ser consideradas e acompanhadas, principalmente se a mulher apresenta cistos maiores de 8 cm, pois eles têm mais chances de se romperem ou torcerem.
É possível engravidar com cisto no ovário?
O cisto ovariano funcional não provoca infertilidade, mas pode haver alguma dificuldade em engravidar devido às alterações hormonais associadas ao seu aparecimento.
Como ele tende a regredir até desaparecer, reestabelece-se o ciclo hormonal normal e a fertilização se torna mais fácil. É fundamental procurar um médico especialista em caso de suspeita de infertilidade para realizar uma investigação completa do casal.
Como é feito o diagnóstico dos cistos no ovário?
Normalmente, cistos de maiores dimensões podem ser identificados durante o exame ginecológico de rotina. Contudo, para que o diagnóstico seja mais preciso e detalhado, podem ser solicitados alguns exames complementares, como:
- ultrassonografia pélvica transvaginal: exame endovaginal que permite a avaliação da estrutura dos órgãos reprodutores, inclusive útero e ovários, sendo capaz de identificar o tamanho dos cistos, bem como sua posição — nos casos em que a mulher ainda não tenha iniciado sua vida sexual, o exame pode ser feito por via abdominal;
- ressonância magnética da pelve: em casos de suspeita de tumores malignos ou quando a ultrassonografia transvaginal não determina com exatidão a natureza do cisto, pode-se solicitar este exame mais completo que consegue determinar com mais precisão o tamanho, localização e características do cisto.
- Laparoscopia: é o exame definitivo, pois permite a visão direta do cisto e o seu tratamento. É indicada quando não se consegue um diagnóstico com os métodos não invasivos ou quando se deseja realizar o tratamento cirúrgico.
O diagnóstico preciso é fundamental para que seja defino o melhor tratamento para cada caso, além de manter o acompanhamento para checagem da evolução ou regressão do caso.
Qual o tratamento para o cisto ovariano?
Muitas das vezes, o cisto tem involução espontânea, ou seja, regride com o tempo e não necessita de tratamento específico, principalmente em mulheres na idade fértil. Porém, isso não significa que você deve deixar de acompanhar o crescimento em consultas periódicas.
Tratamento hormonal
Em alguns casos, para o cisto que não regride espontaneamente, pode-se utilizar hormônios como as pílulas anticoncepcionais para tentar induzir sua regressão. Este é o tratamento mais simples.
Tratamento cirúrgico
Se não houver sucesso, pode-se aspirar o cisto com uma agulha fina, por via vaginal, guiada por ultrassonografia. É um tratamento tranquilo, que pode ser feito com anestesia local ou sedação. Cistos mais complexos e suspeitos devem ser retirados cirurgicamente por videolaparoscopia.
Portanto, apesar de serem benignos na maioria dos casos, em algumas raras situações tumores malignos podem se apresentar como cistos no ovário. Por isso, além do checkup anual, é indispensável realizar uma boa investigação em caso de suspeita.
Os cistos no ovário normalmente regridem sozinhos e não apresentam maiores complicações. Contudo, o diagnóstico preciso e acompanhamento do quadro são indispensáveis para determinar o melhor tratamento e evitar possíveis complicações. Por isso, ao observar quaisquer sintomas na região pélvica ou distúrbios menstruais, não deixe de procurar ajuda ginecológica o mais rápido possível.
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