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Citrato de clomifeno na reprodução assistida

Por Equipe Origen

Publicado em 26/05/2023

O uso de citrato de clomifeno na reprodução assistida começou na década de 1960. Foi o primeiro fármaco utilizado para estimulação ovariana controlada e, por muito tempo, foi considerado o medicamento de escolha para o tratamento de pacientes com distúrbios de ovulação.

O citrato de clomifeno é um composto não esteroide com estrutura semelhante à do estrogênio — hormônio feminino com importantes funções no ciclo menstrual. Devido à sua estrutura, o fármaco se liga aos receptores estrogênicos, inibindo o feedback negativo no eixo-hipotálamo-hipófise. Isso permite maior liberação dos hormônios que agem nos ovários, estimulando o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a ovulação.

Continue a leitura e compreenda a importância do citrato de clomifeno na reprodução assistida!

Reprodução assistida e estimulação ovariana

Na área de reprodução assistida, os casais inférteis encontram diversas técnicas para aumentar suas chances de ter filhos. Os tratamentos que viabilizam a gravidez podem ser de baixa complexidade (relação sexual programada e inseminação artificial) ou alta complexidade (fertilização in vitro – FIV).

A infertilidade acomete uma fração significativa das pessoas em idade reprodutiva. Até 25% dos casais podem ter dificuldades para confirmar uma gestação de forma espontânea.

Enquadram-se no diagnóstico de infertilidade, os casais que não conseguem iniciar ou levar uma gravidez a termo, após 1 ano de relações sexuais frequentes sem uso de contraceptivos. Mulheres com mais de 35 anos são aconselhadas a procurar um especialista depois de 6 meses de tentativas, pois quanto mais a idade materna avança, menores são as chances de concepção.

A primeira etapa dos tratamentos de reprodução é a estimulação ovariana, que consiste na administração de medicamentos hormonais para ajudar os ovários a desenvolverem mais folículos. Os resultados de maturação folicular também são mais precisos, o que favorece o processo de ovulação.

Os protocolos de estimulação ovariana variam de acordo com o tratamento realizado (de baixa ou alta complexidade). Além disso, a dosagem dos fármacos é ajustada conforme a resposta ovariana de cada paciente.

Citrato de clomifeno na estimulação ovariana

O uso do citrato de clomifeno na reprodução assistida tem grande importância para aumentar as possibilidades de concepção, principalmente porque grande parte dos casos de infertilidade se deve a problemas ovulatórios.

Para explicar melhor o mecanismo de ação do citrato de clomifeno e seu papel na estimulação ovariana, precisamos falar, brevemente, sobre como é processo natural de ovulação. Ocorrem as seguintes etapas:

  • o hipotálamo, glândula situada no cérebro, secreta o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) que tem a função de estimular outra glândula endócrina da base do cérebro, a hipófise;
  • os hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) são secretados pela hipófise e estimulam o desenvolvimento dos folículos ovarianos;
  • os folículos guardam ovócitos primários e, em cada ciclo ovulatório, um deles cresce, amadurece, passa por ruptura e libera um óvulo;
  • o folículo roto se converte em corpo-lúteo, após a ovulação, e produz os hormônios estrogênio e progesterona, os quais deixam o útero receptivo para um embrião;
  • enquanto estão em alta concentração, estrogênio e progesterona inibem a atividade do eixo hipotálamo-hipófise, impedindo o desenvolvimento de outros folículos ovarianos, esse efeito é chamado de retroalimentação negativa ou feedback negativo.

Diante de todo esse processo, é mais fácil explicar o mecanismo de ação do citrato de clomifeno na estimulação ovariana. Como o fármaco possui estrutura semelhante à do hormônio estrogênio, liga-se aos receptores estrogênicos, mas com o efeito de deixar o hipotálamo insensível à retroalimentação negativa.

Dessa forma, o corpo sinaliza a necessidade de aumentar a produção do GnRH. Por consequência, os níveis circulantes de FSH e LH se elevam, estimulando o crescimento e a maturação de mais folículos ovarianos.

Estimulação ovariana nas técnicas de baixa complexidade

Na relação sexual programada e na inseminação artificial, a mulher recebe a medicação para estímulo ovariano, a ovulação acontece normalmente e um óvulo pode ser fecundado na tuba uterina, tal como na concepção espontânea.

Sendo assim, para evitar gestação gemelar, o protocolo de estimulação ovariana é mais brando, objetivando o desenvolvimento de cerca de 3 folículos.

O fármaco começa a ser administrado no início do ciclo menstrual e o desenvolvimento dos folículos ovarianos é monitorado por exames de ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Quando os folículos atingem o tamanho adequado, realiza-se a indução da maturação final dos óvulos e da ovulação com o hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana).

Estimulação ovariana na FIV

Na FIV, a mulher não chega a ovular. Os folículos se desenvolvem e amadurecem, mas são coletados no dia previsto para a ovulação. Em laboratório, os óvulos são identificados no líquido folicular e coletados para a fertilização, que também acontece em ambiente laboratorial.

São várias as etapas realizadas na FIV para acompanhar o processo de reprodução de forma controlada e aumentar as chances de que um embrião se implante no endométrio uterino. Quanto mais óvulos são coletados, maiores são as chances de chegar à etapa de transferência para o útero tendo um ou mais embriões com potencial de implantação.

Devido à necessidade de um maior número de óvulos, o protocolo de estimulação ovariana é mais intenso na FIV, o que significa que as doses de citrato de clomifeno e de outros fármacos utilizados pode ser maior.

Um possível inconveniente do citrato de clomifeno na reprodução assistida é o efeito deletério sobre o tecido endometrial, que é a camada interna do útero, local onde o embrião deve se implantar. Sendo assim, utiliza-se medicamentos progestagênios que ajudam a deixar o endométrio mais receptivo para a implantação embrionária. Ainda, em casos mais críticos, pode ser preciso congelar os embriões para transferência no ciclo seguinte.

Para saber mais a respeito das etapas e técnicas complementares da FIV, leia também o texto completo sobre fertilização in vitro!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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