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Classificação dos miomas: conheça melhor a doença

Por Equipe Origen

Publicado em 05/02/2024

Miomas são alterações ginecológicas muito comuns entre mulheres em idade reprodutiva, chegando a afetar até 80% dessa população. Contudo, não se sabe a prevalência exata, pois muitos casos são assintomáticos.

Quando há sintomas, os principais estão relacionados ao sangramento uterino anormal. Mulheres assintomáticas podem ser diagnosticadas com mioma acidentalmente, na ultrassonografia pélvica de rotina, durante a avaliação de outras condições ginecológicas ou mesmo no processo de investigação da infertilidade.

Os miomas são tumores benignos que se originam a partir da mutação de células do miométrio, que é a camada medial do útero, formada por musculatura lisa. Embora tenham origem no tecido intermediário da parede uterina, muitos desses tumores se desenvolvem na direção da camada interna do órgão (endométrio) ou da parte externa (camada serosa). Assim, de acordo com a variação da localização, é feita a classificação da doença, conforme será explicado neste post.

Os leiomiomas, como também são chamados, podem ser uma condição desafiadora, inclusive para a fertilidade. Por isso, é importante conhecer melhor essa doença para buscar o tratamento, quando necessário.

Continue a leitura e entenda mais!

Como é a classificação dos miomas?

Vamos, primeiramente, retomar a explicação sobre a divisão histológica da parede uterina para que fique mais fácil entender a classificação dos miomas.

O útero é um órgão oco, sua cavidade é circundada por uma parede constituída por três camadas de tecido: o endométrio, o miométrio e a camada serosa ou perimétrio.

O endométrio é o tecido que reveste a parte interna do útero, e tem a importante função de receber o embrião. Em todo ciclo reprodutivo feminino, os hormônios estrogênio e progesterona preparam o tecido endometrial para uma possível implantação embrionária. Se isso não acontecer, parte desse tecido descama e é eliminada como menstruação. No ciclo seguinte, o endométrio se renova.

O miométrio é a camada mais espessa da parede uterina. Formado por feixes de musculatura lisa, esse tecido tem papel fundamental na contratilidade do útero e em sua capacidade de se expandir durante a gestação.

A camada serosa é a parte mais externa do útero, que se avizinha com a membrana peritoneal. Suas funções são recobrir o órgão com tecido epitelial e delimitá-lo na cavidade pélvica. O perimétrio também é importante para a fixação dos órgãos anexos, isto é, as tubas uterinas e os ovários.

Com base nessas três camadas do útero, temos uma classificação geral, que inclui os miomas:

  • submucosos, os quais nascem no miométrio e invadem o endométrio;
  • intramurais, que se desenvolvem dentro da camada miometrial;
  • subserosos, quando se projetam para a parte externa do útero.

Há uma classificação mais detalhada, proposta pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), que lista nove tipos de miomas:

  • intracavitário, pediculado (ligado a base do endométrio por uma haste);
  • submucoso, com menos de 50% de parte intramural;
  • submucoso, com 50% ou mais de componente intramural;
  • intramural, mas em contato com o endométrio;
  • intramural;
  • subseroso, com 50% ou mais de parte intramural;
  • subseroso, com menos de 50% de componente intramural;
  • subseroso, pediculado (ligado a camada serosa por uma haste);
  • outros tipos (cervical, parasita).

Como diagnosticar um mioma?

Nem sempre é possível identificar os miomas a partir da sintomatologia, visto que grande parte dos casos é assintomática. Contudo, a mulher pode ficar atenta às seguintes manifestações:

  • sangramento uterino anormal (fluxo abundante ou menstruação por período prolongado);
  • distensão abdominal;
  • dor pélvica;
  • cólicas menstruais intensas;
  • dor na relação sexual.

Mudanças nos hábitos intestinais e urinários também podem ocorrer quando há miomas volumosos pressionando o intestino e a bexiga, que são órgãos adjacentes ao útero. Além disso, pode-se considerar as alterações reprodutivas e obstétricas, como infertilidade e abortamento de repetição.

O diagnóstico dos miomas é feito com base na história clínica, no exame físico e em técnicas de imagem. A ultrassonografia pélvica é o método mais utilizado, mas outros exames podem complementar a avaliação, incluindo ressonância magnética, tomografia, histerossalpingografia, histerossonografia e histeroscopia.

Quais são as formas de tratamento?

O tratamento depende da sintomatologia, da idade da paciente e da intenção reprodutiva. Mulheres com miomas pequenos e assintomáticos podem fazer o acompanhamento expectante, realizando exames anuais para monitorar os tumores.

Pacientes com sintomas leves e sem intenção de gravidez podem seguir com o tratamento clínico medicamentoso, feito com medicamentos hormonais. Se não houver melhora com a intervenção farmacológica, deve-se considerar o tratamento cirúrgico, que pode ser conservador ou radical.

A miomectomia por histeroscopia (para miomas submucosos) ou videolaparoscopia (para intramurais e subserosos) é a alternativa apropriada para mulheres que querem preservar o útero para engravidar. Já as pacientes com idade mais avançada e que não querem mais filhos podem fazer a histerectomia em casos mais graves (cirurgia de remoção do útero).

As técnicas de reprodução assistida também estão entre as opções para mulheres que ainda desejam gestar. Diante de alterações uterinas, a fertilização in vitro (FIV) pode ser um caminho promissor.

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