As pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre os tratamentos de reprodução assistida, desde a preparação e a execução das técnicas até o desenvolvimento gestacional e o pós-parto, período também chamado de puerpério.
A reprodução assistida é a área da medicina voltada para a investigação diagnóstica e a superação dos variados fatores de infertilidade de um indivíduo ou casal. As técnicas empregadas podem ser de baixa ou alta complexidade, de acordo com a disfunção reprodutiva a ser contornada.
Há intervenção somente nos processos que antecedem a gestação, como ovulação, fertilização do óvulo e preparo do útero para receber o embrião, de forma que a reprodução assistida é apenas uma facilitadora da gravidez, mas não altera nada do que ocorre no desenvolvimento fetal e após o nascimento da criança.
Neste artigo, vamos esclarecer como é o puerpério na reprodução assistida. Leia e entenda!
O que é puerpério?
O puerpério é o período que a mulher vivencia logo após o nascimento do bebê. É uma fase que envolve várias transformações biológicas para que o corpo feminino retorne ao seu estado não gravídico.
Fisiologicamente, o puerpério tem início com a saída da placenta e é caracterizado por processos involutivos que ocorrem principalmente nos órgãos do aparelho reprodutor feminino, para restauração anatômica e funcional.
Há também modificações em outros sistemas do organismo que se alteram durante a gestação para garantir todas as condições necessárias para o desenvolvimento fetal, incluindo os sistemas: endócrino, urinário, cardiovascular e outros.
O puerpério é dividido em imediato, tardio e remoto. Considera-se um tempo aproximado de 40 dias, mas não há uma cronologia exata, pois o corpo de cada mulher pode passar pelas involuções de forma mais rápida ou mais lenta. Além disso, se houver lactação, determinados processos fisiológicos do pós-parto podem se prolongar por um tempo ainda maior.
Nesse período de puerpério, a mulher enfrenta mudanças físicas e emocionais, influenciadas pelas alterações nos níveis hormonais e pelas próprias modificações na rotina, que exigem um cuidado constante com o recém-nascido. Cansaço, irritabilidade e ansiedade são alguns dos impactos, além de possíveis dores no períneo ou na cicatriz da cesárea e dos desafios da amamentação.
Há também o lado positivo dessa nova fase. É um momento de aprendizados e de ressignificação. A conexão com o bebê dá um novo sentido à vida da mulher e à dinâmica da família.
Como funcionam os tratamentos de reprodução assistida?
A reprodução assistida tem técnicas de baixa e alta complexidade para facilitar os processos que levam à gravidez, contornando fatores específicos de infertilidade feminina e masculina. Os tratamentos menos complexos são o coito programado e a inseminação intrauterina, enquanto a fertilização in vitro (FIV) é considerada de alta complexidade.
O coito programado ou relação sexual programada envolve apenas os procedimentos de indução da ovulação e acompanhamento do processo ovulatório com exames de ultrassonografia pélvica e dosagens hormonais. Dessa forma, é possível saber o dia em que a mulher vai ovular, e o casal deve programar suas relações sexuais para o período fértil, que abrange os dias em torno da ovulação.
Para a inseminação artificial ou intrauterina, realiza-se a indução da ovulação, bem como o preparo seminal, que permite a seleção dos melhores espermatozoides de uma amostra de sêmen, com base nos parâmetros de morfologia e motilidade. No dia previsto para a paciente ovular, essa amostra selecionada é introduzida em seu útero.
A FIV requer mais etapas e intervenções clínicas e laboratoriais. Também começa com estimulação ovariana e indução da ovulação, porém utilizando doses mais altas de medicação para permitir a coleta de múltiplos óvulos.
Antes de a mulher ovular, é feita a aspiração dos folículos ovarianos e a coleta dos óvulos, os quais são fertilizados em laboratório. Em seguida, os embriões ficam em incubadora durante seus primeiros dias de desenvolvimento, sendo constantemente monitorados. A última etapa do tratamento é a transferência de um ou mais embriões para o útero.
Dependendo dos fatores de infertilidade, várias outras técnicas podem complementar a FIV, aumentando as chances de sucesso no tratamento.
Como é o puerpério na reprodução assistida?
O puerpério na reprodução assistida ocorre da mesma forma que nas gestações naturais. Não há nenhuma diferença, nesse sentido. A mulher deverá passar pelos mesmos processos biológicos involutivos e vivenciará transformações físicas e emocionais, independentemente de como a gravidez foi obtida.
Assim que concluído o tratamento de reprodução assistida, o médico assistente orienta o casal quanto ao dia apropriado para realizar o teste de gravidez. Diante de um resultado positivo, o acompanhamento obstétrico tem início.
Todo o desenvolvimento gestacional ocorre da mesma forma, em gestações naturais ou obtidas com o auxílio da reprodução assistida. É preciso realizar as consultas pré-natais e fazer todos os exames que o médico obstetra solicitar.
A via de parto é escolhida pela paciente, sendo devidamente orientada por seu médico. Recomenda-se, principalmente, o parto normal, mas algumas condições obstétricas ou da saúde materna podem justificar a escolha pela cesariana.
Após o nascimento do bebê, a mulher passa pelos mesmos desafios e aprendizados no puerpério após a gestação por reprodução assistida. Nessa fase, consultas são realizadas com o ginecologista para examinar a mãe e orientá-la sobre contracepção, amamentação e outros possíveis assuntos. Da mesma forma, começa o acompanhamento pediátrico para que o desenvolvimento da criança seja periodicamente monitorado.
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