A preservação da fertilidade tem se tornado uma escolha cada vez mais comum entre as mulheres que decidem adiar o momento de engravidar. Com os avanços da medicina reprodutiva, o congelamento de óvulos surgiu como uma alternativa para preservar a capacidade reprodutiva e postergar a maternidade de forma segura.
Ao optar pelo congelamento de óvulos, a mulher pode utilizar seus gametas futuramente, quando estiver pronta para engravidar, mantendo a qualidade dessas células mesmo com o passar do tempo. É uma técnica muito relevante, visto que o avanço da idade feminina tem um impacto negativo sobre a reserva ovariana e a qualidade oocitária.
Quer entender como o congelamento de óvulos funciona e o que acontece depois? Descubra neste artigo!
Como é feito o congelamento de óvulos?
Esse é um procedimento que exige planejamento, avaliação cuidadosa da saúde da mulher e acompanhamento médico especializado. Para fazer o congelamento de óvulos, é preciso passar por algumas etapas. Veja quais!
Avaliação da reserva ovariana e da saúde da mulher
Primeiramente, a paciente passa por uma avaliação completa para determinar o estado de sua reserva ovariana e identificar eventuais condições de saúde que possam interferir na coleta dos óvulos, como a falência ovariana prematura ou baixa reserva.
Exames como a ultrassonografia para contagem dos folículos antrais (CFA), a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH) e outros marcadores ajudam a estimar a quantidade de óvulos disponíveis na reserva ovariana.
Sorologias são obrigatórias e testes genéticos também podem ser solicitados para avaliar o risco de transmitir alguma doença ou alteração para os descendentes.
Estimulação ovariana
Com base nos resultados dos exames, o médico elabora um protocolo personalizado de estimulação ovariana. Nesse processo, são administrados medicamentos hormonais para estimular os ovários a desenvolver múltiplos folículos em um mesmo ciclo. Durante esse período, que dura cerca de 10 a 14 dias, a paciente realiza ultrassonografias frequentes e eventualmente exames de sangue para monitorar o desenvolvimento folicular.
Coleta dos óvulos
Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é administrada uma ou duas medicações para induzir a maturação final dos óvulos. A coleta é realizada por meio de aspiração folicular, feito com o auxílio de ultrassom e sedação leve. Os óvulos maduros são identificados no líquido folicular após a punção e preparados para o congelamento.
Criopreservação
O método utilizado para a criopreservação ou congelamento dos óvulos é a vitrificação, uma técnica de congelamento ultrarrápido que impede a formação de cristais de gelo no interior das células, preservando a qualidade celular e garantindo altas taxas de sobrevivência após o descongelamento. Os óvulos são armazenados em tanques de nitrogênio líquido, onde permanecem em temperaturas extremamente baixas até serem utilizados.
Por quanto tempo os óvulos podem ficar congelados?
Não há um tempo específico para manter os óvulos congelados. A técnica garante a qualidade das células mesmo após vários anos de criopreservação. Contudo, é importante considerar que, com o avançar da idade, a mulher pode ter mais riscos obstétricos, como aumento de pressão arterial e diabete gestacional. Por isso, é preciso ter orientação médica e cuidado para não adiar muito a gravidez.
Quando a mulher estiver pronta para engravidar, os óvulos congelados podem ser utilizados. O descongelamento apresenta altas taxas de sucesso, com viabilidade de mais de 90% das células, o que mantém as chances de uma fertilização bem-sucedida e altas taxas de gravidez.
Como os óvulos são utilizados depois do congelamento?
O congelamento de óvulos é feito no contexto da fertilização in vitro (FIV). As primeiras etapas desse programa são feitas quando a mulher decide congelar seus gametas, incluindo, como vimos: avaliação da reserva ovariana, estimulação ovariana e coleta dos óvulos.
Prossegue-se com as demais etapas da FIV quando a mulher decidir que é o momento de tentar a gravidez. Então, os óvulos congelados passam por um processo de descongelamento e são fertilizados em laboratório com os espermatozoides do parceiro ou de um doador.
Após a fertilização, os óvulos — agora, embriões — são monitorados em laboratório por alguns dias, dentro de incubadora com ambiente adequado, permitindo que os embriologistas avaliem o desenvolvimento embrionário.
Os embriões são escolhidos de acordo com sua qualidade e potencial de implantação e são transferidos para o útero em um procedimento simples e indolor. Se houver embriões excedentes, eles podem ser congelados para tentativas futuras de gravidez.
Antes da transferência embrionária, o útero da paciente é preparado para receber o embrião. Isso pode ser realizado com o ciclo natural ou incluir a administração de hormônios, estradiol e progesterona, para garantir que o endométrio fique no estado ideal para a implantação.
O congelamento de óvulos é uma técnica avançada e eficaz que oferece às mulheres a possibilidade de preservar sua fertilidade e planejar a maternidade de forma mais tranquila. Para fazer isso com segurança, é fundamental contar com o apoio de uma equipe médica experiente, que poderá orientar todo o processo, desde a preparação para o congelamento até a utilização dos óvulos congelados em uma FIV.
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