Conhecida por ser uma das técnicas de reprodução assistida mais tradicionais, a IIU (inseminação intrauterina) – antes chamada IA (inseminação artificial) – é um procedimento indicado principalmente para infertilidade masculina leve.
A IIU não possui técnicas complementares, portanto não existem muitos motivos para que o tempo de aplicação desta técnica seja variável, embora quando indicada para casais homoafetivos femininos, o processo para descongelamento da amostra de sêmen possa alterar um pouco a duração deste procedimento.
Conhecer detalhes sobre os procedimentos de reprodução assistida pode ajudar o casal a lidar melhor com a ansiedade pela gestação, por isso este texto traz detalhes sobre a duração de cada etapa do tratamento com IIU, além de informações sobre a própria metodologia empregada na técnica.
Como é feita a inseminação intrauterina?
Em linhas gerais, a IIU (inseminação intrauterina) é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, em que uma amostra de sêmen é depositada no interior da cavidade uterina, durante o período fértil da mulher, com objetivo de facilitar a fecundação e, consequentemente, a gestação.
A técnica é dividida em etapas sequenciais, que começam com a estimulação ovariana, seguida da indução da ovulação, coleta e preparo da amostra de sêmen e, finalmente, a inseminação em si.
Um ciclo de tratamento com a IIU tem uma duração média semelhante a um ciclo reprodutivo natural, ou seja, aproximadamente 1 mês.
Vamos conhecer um pouco melhor cada etapa e seus respectivos tempos de duração, para compreender o processo de forma global.
Estimulação ovariana e controle ultrassonográfico do crescimento dos folículos
A estimulação ovariana é feita com a administração diária de medicamentos hormonais, a partir do início do ciclo reprodutivo, ou seja, quando a menstruação acontece.
A medicação é à base do hormônio FSH (hormônio folículo-estimulante), associado ou não ao LH (hormônio luteinizante), que atuam nos ovários estimulando o crescimento dos folículos.
A duração desta etapa varia de 10 a 12 dias, e deve ser monitorada por exames de ultrassonografia transvaginal repetidos aproximadamente de 3 ou 4 dias. O monitoramento é fundamental para determinar o momento em que a próxima etapa – indução da rotura folicular (ovulação) – deve ter início.
Esta é uma etapa compartilhada também com as demais técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada) e FIV (fertilização in vitro) –, que diferenciam-se pelos protocolos utilizados.
Indução da ovulação
Quando o exame de ultrassonografia mostra que os folículos atingiram o tamanho adequado, administra-se o hormônio para indução da ovulação: hCG (gonadotrofina coriônica humana).
A ovulação é literalmente o rompimento do folículo ovariano dominante, para liberação do oócito contido em seu interior em direção às tubas uterinas, onde pode ser fecundado.
Coleta e preparo do sêmen
A coleta de gametas masculinos na IIU é feita sempre com a obtenção de uma amostra de sêmen por masturbação. O procedimento pode ser feito poucas horas antes da ovulação, na própria clínica ou em um laboratório especializado, em ambiente reservado, com duração de poucos minutos.
Após a coleta, a amostra de sêmen é encaminhada para o preparo seminal, que consiste em centrifugar a amostra original, com objetivo de obter subamostras com espermatozoides móveis.
Inseminação intrauterina
Considerada a última etapa da IIU, a inseminação da amostra de sêmen é também um procedimento simples, com duração de poucos minutos, sem necessidade de anestesia nem repouso posterior.
A melhor subamostra obtida com o preparo seminal é inserida na cavidade uterina, por via transvaginal, com auxílio de um fino cateter acoplado a uma seringa, que empurra o sêmen para o útero.
Teste de gravidez
A confirmação do sucesso de um ciclo de tratamento com a IIU é possível somente com a realização do exame de gravidez, por testagem sanguínea, aproximadamente 15 dias após a inseminação.
Quando o exame estiver positivo, a mulher pode dar início ao pré-natal e aos cuidados com a gestação.
Um pouco mais sobre a IIU
É importante saber que a IIU é mais indicada para mulheres com menos de 35 anos e que se aconselha a repetição do tratamento por no máximo três ciclos, quando é recomendado reavaliar as estratégias de tratamento e eventualmente mudar de técnica de reprodução assistida.
As taxas médias de gestação com a IIU são de até 20% por ciclo de tratamento, uma porcentagem relativamente semelhante à encontrada nas gestações por vias naturais, sem problemas relacionados à infertilidade conjugal.
Casais homoafetivos femininos: um caso especial
A IIU também é recomendada para casais homoafetivos femininos que desejam ter filhos biológicos. Neste caso, os gametas masculinos devem ser obtidos com doação de sêmen, e são descongelados e preparados para a inseminação a ser realizada previamente ao momento da ovulação.
Apesar de utilizar sêmen criopreservado, além da necessidade de descongelamento desse material biológico, o procedimento em si não muda, em relação às IIUs realizadas com amostra de sêmen frescas.
Quer saber mais sobre IIU? Toque o link e acesse todo nosso conteúdo.