Agende a sua consulta

Endometrioma é grave?

Por Equipe Origen

Publicado em 03/11/2022

Endometrioma, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e algumas outras condições podem afetar as funções ovarianas. Para evitar isso, é importante realizar o diagnóstico de tais alterações o quanto antes, especialmente, se a mulher pretende engravidar.

Os ovários têm funções fundamentais no ciclo reprodutivo feminino e na saúde da mulher, de modo geral. São órgãos situados na cavidade pélvica, um de cada lado do útero, que fazem a comunicação com a cavidade uterina por meio das tubas.

É nos ovários que os gametas femininos, os óvulos, ficam armazenados, crescem e amadurecem. A cada ciclo, uma dessas células reprodutivas é liberada com a ovulação, abrindo chances para que a fecundação e a gravidez aconteçam.

Também é função ovariana produzir os hormônios estrogênio e progesterona, que preparam o útero para a implantação embrionária e a gestação, além de serem necessários para a manutenção da gravidez e para o desenvolvimento e manutenção das características sexuais secundárias femininas.

Estando clara a importância dos ovários, entenda agora o que é endometrioma, qual é sua relação com a infertilidade feminina e descubra se essa condição é grave!

O que é endometrioma?

Endometrioma é uma das formas de endometriose, que se estabelece quando as lesões acometem um ou ambos os ovários. Primeiramente, então, temos que falar sobre essa doença complexa que se manifesta de várias maneiras, trazendo prejuízos à fertilidade e à qualidade de vida da mulher.

A endometriose é uma doença inflamatória, crônica e que depende da ação do hormônio estrogênio. Essa patologia ocorre quando fragmentos de um tecido semelhante ao endométrio, que reveste o útero por dentro, se implantam fora da cavidade uterina.

As lesões endometrióticas podem ser encontradas em várias partes da região pélvica, como: ovários, tubas uterinas, peritônio, ligamentos que sustentam o útero, intestino e bexiga.

Além do endometrioma, outros dois tipos de endometriose são a superficial peritoneal e a infiltrativa profunda. De todas as formas, a doença pode causar sintomas dolorosos e dificuldade para engravidar espontaneamente.

O endometrioma é um tipo de cisto que se forma no ovário, sendo preenchido por uma substância escura, resultante do acúmulo de sangue envelhecido. Isso ocorre porque as lesões endometrióticas provocam sangramento local de forma cíclica. Assim, para restaurar as condições ovarianas, a conduta terapêutica normalmente inclui cirurgia.

Por que o endometrioma causa infertilidade?

O endometrioma tende a se formar próximo ao córtex do ovário, porção do órgão onde está localizada a reserva ovariana — termo referente ao conjunto de óvulos primários armazenados dentro de folículos, os quais ainda vão se desenvolver e, alguns deles, serão liberados nos ciclos de ovulação.

A formação do endometrioma, portanto, pode prejudicar a reserva ovariana e acarretar perda folicular. Dessa forma, o número de óvulos disponíveis diminui, reduzindo também a capacidade de ovulação e as chances de concepção.

O endometrioma dificilmente é uma forma isolada de endometriose. Em boa parte dos casos, a portadora também apresenta lesões da doença profunda ou superficial. Sendo assim, outros mecanismos fisiopatológicos estão envolvidos na infertilidade, como aderências cicatriciais que obstruem as tubas uterinas e ambiente pélvico inflamatório que interfere na migração dos espermatozoides, na fertilização e no desenvolvimento do embrião.

Afinal, endometrioma é uma condição grave?

A resposta para essa dúvida é: depende, ou melhor, sim e não. Sim, o endometrioma é grave em relação à fertilidade, pois, como vimos, é capaz de impactar a reserva ovariana. Por outro lado, não, essa condição não oferece risco de vida, portanto, não é de uma gravidade extrema e preocupante para a saúde do organismo em geral.

Para a portadora que pretende engravidar, o endometrioma é um desafio. Tanto a doença em si quanto a cirurgia para remoção do cisto colocam em risco a integridade do córtex do ovário, podendo resultar em perda de tecido ovariano saudável e redução da reserva folicular.

Por outro lado, é preciso deixar bem esclarecido que o endometrioma é uma condição benigna, não apresenta nenhum potencial para se transformar em um câncer, por exemplo, e não está associado a outras complicações de saúde.

Como a reprodução assistida pode ajudar no tratamento de endometrioma?

Muitas das mulheres com endometriose e infertilidade procuram os serviços de reprodução assistida para conseguir engravidar. Em caso de endometrioma, a preservação da fertilidade e a fertilização in vitro (FIV) são opções apresentadas para o tratamento.

A preservação da fertilidade consiste na criopreservação (congelamento) dos óvulos antes do procedimento cirúrgico. Assim, mesmo que ocorram danos acidentais e redução folicular, a mulher pode utilizar seus próprios gametas em um tratamento posterior com FIV.

Para criopreservar seus óvulos, a mulher passa pela estimulação ovariana, técnica que utiliza medicações hormonais para o desenvolvimento de mais óvulos. Após a cirurgia de endometrioma, quando a paciente estiver pronta para engravidar, seu útero é preparado, os óvulos são descongelados, fertilizados em laboratório e transferidos para a cavidade uterina após alguns dias de cultivo embrionário.

Faça também a leitura do nosso texto exclusivo sobre endometriose e conheça a doença de forma mais detalhada!