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Epididimite e infertilidade: conheça os riscos

Por Equipe Origen

Publicado em 16/05/2022

Epididimite é uma das causas de infertilidade masculina. É uma doença que afeta os epidídimos — órgãos reprodutores, localizados atrás dos testículos e responsáveis por armazenar e transportar os espermatozoides.

Os epidídimos, portanto, ficam na bolsa escrotal e se ligam aos túbulos seminíferos, onde as células sexuais são produzidas. Também estão ligados aos ductos deferentes, que transportam os gametas até a próstata e as vesículas seminais para formar o sêmen.

Então, de forma resumida, é assim que funciona o sistema reprodutor do homem:

  • sob estímulo dos hormônios hipofisários LH (luteinizante) e FSH (folículo-estimulante) e da testosterona, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, nos testículos;
  • depois, os gametas ficam nos epidídimos, onde amadurecem e adquirem motilidade;
  • quando o homem é sexualmente estimulado, os espermatozoides saem dos epidídimos, são transportados pelos canais deferentes e se juntam aos fluídos seminais e prostáticos, formando o esperma;
  • por fim, com a ejaculação, o sêmen passa pelo ducto ejaculatório, na uretra, e os espermatozoides são introduzidos no corpo da mulher para uma possível fecundação.

Já sabendo o que são os epidídimos e qual é sua função no sistema reprodutor masculino, continue a leitura para entender o que é epididimite e sua relação com a infertilidade!

O que é infertilidade?

O conceito de infertilidade descreve a dificuldade para obter uma gravidez de forma espontânea. É considerado infértil o casal que pratica relações sexuais regularmente e sem contracepção por pelo menos um ano e não consegue confirmar ou manter a gestação.

As chances de engravidar naturalmente são de aproximadamente 20% por ciclo reprodutivo. Quando existe algum fator que interfere nas funções do sistema reprodutor, feminino ou masculino, essas chances são ainda menores — ou até nulas, conforme a gravidade do caso.

O casal que está tentando a gravidez há mais de um ano, portanto, deve procurar avaliação especializada para investigar a situação. Os exames podem apontar causas de infertilidade feminina, masculina ou problemas de ambos os parceiros, assim como podem não detectar nenhuma alteração, classificando o caso como infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Entre os fatores de infertilidade masculina, estão:

  • varicocele;
  • infecções genitais que podem afetar diferentes locais do trato reprodutivo, resultando em epididimite, prostatite, uretrite ou orquite;
  • defeitos congênitos, como criptorquidia e ausência bilateral dos vasos deferentes;
  • deficiência de testosterona;
  • alterações genéticas;
  • trauma ou torção testicular;
  • câncer testicular e tratamentos oncológicos;
  • cirurgias nas vias geniturinárias, vasectomia, entre outras.

O que é epididimite?

Epididimite é uma inflamação nos epidídimos. Pode acometer somente esses órgãos ou se espalhar para os testículos, causando um quadro de orquiepididimite ou epidídimo-orquite. É causada principalmente por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente clamídia e gonorreia, mas também pode ter outros agentes etiológicos, como a bactéria E. coli.

Também existem casos de epididimite não infecciosa, embora sejam mais raros. São decorrentes de traumas locais que causam disfunção urinária e irritação química no epidídimo. Outra causa possível é o levantamento excessivo de peso.

Alguns fatores aumentam os riscos de epididimite e de outras infecções genitais, incluindo sexo sem preservativos, defeitos estruturais no trato urinário, cirurgia urogenital recente, uso de sonda vesical, entre outros.

O homem pode suspeitar quando perceber os seguintes sintomas:

  • dor, sensibilidade e inchaço na bolsa escrotal;
  • dor pélvica;
  • presença de gânglios linfáticos aumentados na virilha (ínguas);
  • alterações urinárias, como dor para urinar, urgência miccional e micção frequente;
  • dor durante o sexo ou para ejacular;
  • secreção peniana;
  • presença de sangue no sêmen;
  • febre e mal-estar.

Por que a epididimite causa infertilidade?

Epididimite e infertilidade estão associadas porque o processo inflamatório pode causar aderências locais — formação de tecido cicatricial — que obstruem a passagem dos espermatozoides, impedindo que eles se juntem ao líquido seminal.

Quando o sêmen não contém espermatozoides — o que é revelado somente com a análise microscópica do espermograma — o quadro é chamado de azoospermia. Se houver produção normal de gametas, mas com obstruções no trato reprodutivo, chamamos de azoospermia obstrutiva. Contudo, a epididimite também pode afetar a produção de espermatozoides quando a infecção se espalha para os testículos.

O risco de infertilidade é a principal preocupação que o homem pode ter ao ser diagnosticado com epididimite, mas é possível ainda que ocorram outras complicações, como a formação de abscesso escrotal (coleção de pus). Nesses casos, a cirurgia é indicada para drenar o líquido e, nas situações mais graves, pode ser preciso remover os epidídimos de forma parcial ou total.

Como tratar a epididimite e a infertilidade?

A epididimite é diagnosticada a partir do exame físico, bem como por análises de sangue para o rastreio de infecções e ultrassom da bolsa testicular para descartar outros tipos de doenças.

O tratamento é feito com medicamentos antibióticos. Anti-inflamatórios e analgésicos também podem ser prescritos para aliviar os sintomas, assim como o uso de compressas e de suporte para elevação da bolsa escrotal.

Quando o exame de espermograma revela azoospermia ou oligozoospermia, o tratamento da epididimite é feito com fármacos e o da infertilidade com técnicas de reprodução assistida. A indicação inclui fertilização in vitro (FIV) com técnicas de recuperação espermática e injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).

Confira mais um texto para obter outras informações sobre epididimite!

Importante Este texto tem apenas caráter informativo e não substitui a avaliação médica individualizada. Atualizamos nosso conteúdo com frequência, mas o conhecimento médico e a ciência evoluem rapidamente, por isso alguns conteúdos podem não refletir as informações mais recentes. Dessa forma, a consulta médica é o melhor momento para se informar e tirar dúvidas. Além disso, podem existir diferenças plausíveis baseadas em evidências científicas nas opiniões e condutas de diferentes profissionais de saúde.

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