Epididimite é uma das causas de infertilidade masculina. É uma doença que afeta os epidídimos — órgãos reprodutores, localizados atrás dos testículos e responsáveis por armazenar e transportar os espermatozoides.
Os epidídimos, portanto, ficam na bolsa escrotal e se ligam aos túbulos seminíferos, onde as células sexuais são produzidas. Também estão ligados aos ductos deferentes, que transportam os gametas até a próstata e as vesículas seminais para formar o sêmen.
Então, de forma resumida, é assim que funciona o sistema reprodutor do homem:
- sob estímulo dos hormônios hipofisários LH (luteinizante) e FSH (folículo-estimulante) e da testosterona, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, nos testículos;
- depois, os gametas ficam nos epidídimos, onde amadurecem e adquirem motilidade;
- quando o homem é sexualmente estimulado, os espermatozoides saem dos epidídimos, são transportados pelos canais deferentes e se juntam aos fluídos seminais e prostáticos, formando o esperma;
- por fim, com a ejaculação, o sêmen passa pelo ducto ejaculatório, na uretra, e os espermatozoides são introduzidos no corpo da mulher para uma possível fecundação.
Já sabendo o que são os epidídimos e qual é sua função no sistema reprodutor masculino, continue a leitura para entender o que é epididimite e sua relação com a infertilidade!
O que é infertilidade?
O conceito de infertilidade descreve a dificuldade para obter uma gravidez de forma espontânea. É considerado infértil o casal que pratica relações sexuais regularmente e sem contracepção por pelo menos um ano e não consegue confirmar ou manter a gestação.
As chances de engravidar naturalmente são de aproximadamente 20% por ciclo reprodutivo. Quando existe algum fator que interfere nas funções do sistema reprodutor, feminino ou masculino, essas chances são ainda menores — ou até nulas, conforme a gravidade do caso.
O casal que está tentando a gravidez há mais de um ano, portanto, deve procurar avaliação especializada para investigar a situação. Os exames podem apontar causas de infertilidade feminina, masculina ou problemas de ambos os parceiros, assim como podem não detectar nenhuma alteração, classificando o caso como infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Entre os fatores de infertilidade masculina, estão:
- varicocele;
- infecções genitais que podem afetar diferentes locais do trato reprodutivo, resultando em epididimite, prostatite, uretrite ou orquite;
- defeitos congênitos, como criptorquidia e ausência bilateral dos vasos deferentes;
- deficiência de testosterona;
- alterações genéticas;
- trauma ou torção testicular;
- câncer testicular e tratamentos oncológicos;
- cirurgias nas vias geniturinárias, vasectomia, entre outras.
O que é epididimite?
Epididimite é uma inflamação nos epidídimos. Pode acometer somente esses órgãos ou se espalhar para os testículos, causando um quadro de orquiepididimite ou epidídimo-orquite. É causada principalmente por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente clamídia e gonorreia, mas também pode ter outros agentes etiológicos, como a bactéria E. coli.
Também existem casos de epididimite não infecciosa, embora sejam mais raros. São decorrentes de traumas locais que causam disfunção urinária e irritação química no epidídimo. Outra causa possível é o levantamento excessivo de peso.
Alguns fatores aumentam os riscos de epididimite e de outras infecções genitais, incluindo sexo sem preservativos, defeitos estruturais no trato urinário, cirurgia urogenital recente, uso de sonda vesical, entre outros.
O homem pode suspeitar quando perceber os seguintes sintomas:
- dor, sensibilidade e inchaço na bolsa escrotal;
- dor pélvica;
- presença de gânglios linfáticos aumentados na virilha (ínguas);
- alterações urinárias, como dor para urinar, urgência miccional e micção frequente;
- dor durante o sexo ou para ejacular;
- secreção peniana;
- presença de sangue no sêmen;
- febre e mal-estar.
Por que a epididimite causa infertilidade?
Epididimite e infertilidade estão associadas porque o processo inflamatório pode causar aderências locais — formação de tecido cicatricial — que obstruem a passagem dos espermatozoides, impedindo que eles se juntem ao líquido seminal.
Quando o sêmen não contém espermatozoides — o que é revelado somente com a análise microscópica do espermograma — o quadro é chamado de azoospermia. Se houver produção normal de gametas, mas com obstruções no trato reprodutivo, chamamos de azoospermia obstrutiva. Contudo, a epididimite também pode afetar a produção de espermatozoides quando a infecção se espalha para os testículos.
O risco de infertilidade é a principal preocupação que o homem pode ter ao ser diagnosticado com epididimite, mas é possível ainda que ocorram outras complicações, como a formação de abscesso escrotal (coleção de pus). Nesses casos, a cirurgia é indicada para drenar o líquido e, nas situações mais graves, pode ser preciso remover os epidídimos de forma parcial ou total.
Como tratar a epididimite e a infertilidade?
A epididimite é diagnosticada a partir do exame físico, bem como por análises de sangue para o rastreio de infecções e ultrassom da bolsa testicular para descartar outros tipos de doenças.
O tratamento é feito com medicamentos antibióticos. Anti-inflamatórios e analgésicos também podem ser prescritos para aliviar os sintomas, assim como o uso de compressas e de suporte para elevação da bolsa escrotal.
Quando o exame de espermograma revela azoospermia ou oligozoospermia, o tratamento da epididimite é feito com fármacos e o da infertilidade com técnicas de reprodução assistida. A indicação inclui fertilização in vitro (FIV) com técnicas de recuperação espermática e injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
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