Agende a sua consulta

Congelamento de óvulos e preservação da fertilidade: entenda melhor a relação

Por Equipe Origen

Publicado em 03/06/2024

Congelamento de óvulos e preservação da fertilidade são assuntos que têm chamado a atenção da sociedade e da comunidade médica. Na atualidade, o adiamento da maternidade por escolha pessoal e as chances de cura nos tratamentos oncológicos são exemplos de situações que motivaram a busca das mulheres por estratégias para prolongar suas possibilidades de gravidez.

Com o avanço das técnicas de criopreservação, é possível congelar os óvulos por tempo indeterminado. Assim, existe a possibilidade de engravidar em idade mais tardia ou após a realização de tratamentos médicos que possam comprometer a capacidade reprodutiva.

A procura crescente pelos procedimentos de congelamento de óvulos e preservação da fertilidade é um reflexo das mudanças que têm ocorrido na sociedade. Frente à necessidade de se adaptar a um mundo em constante transformação, vemos os avanços médicos e científicos na área da medicina reprodutiva.

Continue a leitura e entenda melhor!

Quando fazer o congelamento de óvulos e a preservação da fertilidade?

Hoje, as pessoas têm mais longevidade, preocupam-se mais com qualidade de vida e encontram diversas opções de tratamentos para prevenir ou disfarçar os sinais de envelhecimento. Por mais que as mulheres modernas se mantenham socialmente produtivas e com a aparência jovem por muitos anos, a redução da quantidade e da qualidade dos óvulos é inevitável, o que tem implicações diretas na fertilidade feminina.

Quando nascem, as meninas já têm em seus ovários o número total de óvulos que poderão desenvolver e ovular ao longo de sua vida reprodutiva — esse conjunto de células é chamado de reserva ovariana. Com o passar dos anos e dos ciclos menstruais, além dos que são liberados na ovulação, muitos óvulos são perdidos antes de amadurecerem, acarretando a redução progressiva da reserva de folículos ovarianos.

Após os 35 anos, além do menor número de óvulos, essas células apresentam qualidade mais baixa devido ao envelhecimento ovariano, podendo formar embriões frágeis, com alterações cromossômicas e baixo potencial de implantação.

Optar pelo congelamento de óvulos para preservação da fertilidade, muitas vezes antes dos 35 anos, é uma forma de guardar células reprodutivas com a qualidade necessária para formar embriões saudáveis quando a mulher decidir engravidar.

Veja em quais situações essa prática é indicada!

Decisão pelo adiamento da maternidade

Nos últimos anos, temos visto crescer o interesse pela possibilidade de congelar os óvulos como forma de preservar a fertilidade para o futuro. O adiamento da maternidade tem ocorrido devido a uma série de fatores, pois as mudanças sociais permitiram que as mulheres tenham mais controle sobre suas vidas e carreiras.

A idade é o um fator prognóstico determinante quando se trata da fertilidade feminina. Isso é algo mais evidente no cenário atual, pois se no passado a maternidade tinha início aos 20 anos — e até antes disso —, hoje vemos a tendência em ter filhos depois dos 30 e até dos 40.

As razões sociais para o aumento das gestações tardias incluem: facilidade de acesso aos contraceptivos reversíveis; mais espaço da mulher no mercado de trabalho; mudança nos padrões de relacionamento conjugal; entre outros.

Embora a medicina reprodutiva tenha evoluído notoriamente nas últimas décadas, ainda não é possível evitar o envelhecimento e o esgotamento dos óvulos. Sendo assim, é importante conscientizar as mulheres sobre os impactos da idade na fertilidade e apresentar as alternativas, sobretudo o congelamento dos óvulos.

Preservação da fertilidade por razões médicas

Além do avanço da idade, que é um acontecimento natural que afeta a fertilidade, há várias condições médicas que podem modificar o funcionamento do sistema reprodutor, reduzindo as chances de uma gravidez natural no futuro.

Há indicação para congelamento de óvulos e preservação da fertilidade quando a mulher precisa passar por tratamentos oncológicos, como: quimioterapia; cirurgia para retirada de órgãos reprodutores afetados por tumores; radioterapia na região pélvica ou na área cerebral que abrange o eixo hipotálamo-hipófise.

Também é indicada a criopreservação dos óvulos para pacientes que farão o tratamento cirúrgico de condições benignas, por exemplo, endometriomas, que são cistos ovarianos causados por focos de endometriose.

Outra situação a ser considerada é o risco de falência ovariana prematura por causas genéticas. Mulheres com histórico familiar de menopausa precoce ou diagnóstico de alterações cromossômicas, como a síndrome de Turner e a pré-mutação da síndrome do X frágil, podem congelar seus óvulos preventivamente.

Como é o processo para engravidar depois de congelar os óvulos?

Somente é possível recorrer à preservação da fertilidade feminina no contexto da reprodução assistida, uma vez que a mulher que congela seus óvulos, vai precisar de uma fertilização in vitro (FIV), no futuro, para dar sequência ao tratamento e engravidar.

Os procedimentos para o congelamento dos óvulos incluem:

  • avaliação da reserva ovariana e da saúde da mulher;
  • estimulação ovariana com medicações hormonais;
  • acompanhamento do desenvolvimento dos folículos ovarianos, com ultrassonografias pélvicas seriadas e dosagens hormonais;
  • aspiração do líquido contido em cada folículo desenvolvido, para coleta dos óvulos;
  • análise dos óvulos e criopreservação por vitrificação (método de congelamento ultrarrápido).

Quando a paciente decidir engravidar, o processo de FIV é retomado. Os passos seguintes são: descongelamento dos óvulos; fertilização com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI); cultivo embrionário; transferência dos embriões para o útero. Antes de receber os embriões, a mulher passa pelo preparo uterino com hormônios que melhoram a receptividade endometrial.

Os espermatozoides utilizados na fertilização podem ser coletados do parceiro da paciente ou obtidos por doação de sêmen.

Além do congelamento dos óvulos, outras estratégias disponíveis para a preservação da fertilidade feminina são a criopreservação de embriões e, para as pacientes mais jovens, congelamento de tecido ovariano que poderá ser reimplantado.

Leia mais sobre criopreservação e conheça os procedimentos envolvidos!