Também conhecido como sistema genital masculino, o sistema reprodutor masculino é composto pelos seguintes órgãos: testículos, bolsa escrotal, pênis, sistema de ductos ou canais e glândulas anexas.
Um par de testículos representa as gônadas masculinas e são localizados no interior da bolsa escrotal. Milhares de túbulos seminíferos compõem os testículos e é em seu interior que ocorre a produção dos espermatozoides, processo conhecido como espermatogênese.
Nos testículos também é possível encontrar células intersticiais que são as responsáveis pela produção do hormônio testosterona.
É pelos ductos deferentes que os espermatozoides se encaminham até o epidídimo. Lá os gametas ganham mobilidade e ficam armazenados até a sua eliminação por meio da ejaculação.
Quando ocorre a estimulação sexual, os espermatozoides saem do epidídimo, passando pelos ductos deferentes e se direcionando até as glândulas seminais, e posteriormente para a próstata. Após esse processo, o sêmen se encaminha até a uretra, onde é eliminado.
Algumas alterações ou doenças no sistema reprodutor masculino podem causar a infertilidade. Saiba mais sobre a epididimite, uma infecção dos epidídimos, e como ela se relaciona com a reprodução assistida.
O que são os epidídimos?
O epidídimo fica localizado no interior do saco escrotal, posteriormente ao testículo. É caracterizado por um tubo espiralado, responsável por armazenar e transportar o esperma.
A estrutura pode se dividir em: cabeça, corpo e cauda. A cabeça é formada pela junção dos ductos deferentes e é intensamente espiralada, assim como o corpo. Na cauda é onde o espermatozoide fica armazenado por um período breve.
O que é a epididimite?
Ainda que as infecções urinárias sejam raras nos homens, a maior parte das causas de epididimite aguda são as infecções bacterianas.
A epididimite é caracterizada pela inflamação do epidídimo. Em alguns casos, pode levar ao comprometimento dos testículos, a chamada epidídimo-orquite.
Após um refluxo da uretra, as bactérias ali presentes podem retornar pelo trato urinário, alcançando assim o epidídimo e até outras estruturas do sistema reprodutivo.
Comumente, a contração da doença se dá por infecções sexualmente transmissíveis, como um efeito colateral da contaminação.
Alguns procedimentos cirúrgicos nas vias geniturinárias também podem ser causadores da epididimite, sendo eles: prostatectomia, cauterização urinária, vasectomia e outros.
A inflação pode ocorrer de forma aguda ou crônica. Na aguda, surge a dor juntamente com a inflamação, calor e rubor. Também pode ocorrer o inchaço do testículo, febre, calafrios, náuseas, dor ou ardência ao urinar.
Já na crônica, a dor pode ser o único sintoma presente, sendo caracterizada somente pela inflamação e não pela infecção. Pacientes com esta forma da doença costumam apresentar sintomas por mais de cinco anos.
O diagnóstico da epididimite é feito por meio de exame físico detalhado, somado ao exame de urina, ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética, além de testes para doenças sexualmente transmissíveis.
Em alguns casos, o exame de sangue pode ser solicitado para avaliar e identificar uma possível infecção no sistema imunológico.
Raramente é necessária uma remoção cirúrgica do epidídimo. Em alguns casos, a aplicação de compressas frias ajuda com a dor e analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados.
O tratamento depende da atenuação dos sintomas e podem incluir também:
- Antibióticos;
- Repouso;
- Elevação do escroto;
- Utilização de suporte de atletismo;
- Não manter relações sexuais durante o tratamento.
A cirurgia só se torna uma opção em casos de falhas em outros tratamentos ou para corrigir defeitos físicos que possam causar a epididimite. Nesses casos, realiza-se a remoção total ou parcial dos epidídimos.
Quando não tratada adequadamente, a infecção pode se tornar crônica, necessitando assim de mais cuidados e causando mais dores e incômodos frequentes.
A epididimite e a reprodução assistida
Por atingir os testículos, local onde ocorre a produção dos espermatozoides, a epididimite pode causar a infertilidade masculina.
Nesses casos, os pacientes podem recorrer à reprodução assistida para conseguir alcançar a gravidez.
Existem duas técnicas eficientes nessas situações: a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV).
Inseminação intrauterina
Também conhecida como inseminação artificial, trata-se de um tratamento de baixa complexidade, pois é realizado dentro do útero da mulher.
Nela ocorre o estímulo ovariano e a preparação seminal a fim de selecionar os melhores gametas para o processo de fecundação. Podem ser utilizados espermatozoides provindos de bancos de doações.
Assim, os gametas masculinos são introduzidos no útero para que se encontrem com o óvulo nas tubas uterinas.
Fertilização in vitro
A fertilização in vitro é uma técnica de alta complexidade da reprodução assistida, utilizada em muitos casos de infertilidade masculina e feminina.
Todos os procedimentos desta técnica são realizados em laboratório, sendo eles: a estimulação ovariana; punção folicular e coleta dos espermatozoides; fecundação; cultivo embrionário e a transferência embrionária.
É considerada um dos principais tratamentos para pessoas que buscam a gravidez e passam por algum tipo de problema. Suas taxas de sucesso são altas e ela é muito indicada quando há falhas em outros procedimentos.
Conheça mais sobre a epididimite, como ela ocorre e qual o tratamento adequado em cada situação.