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Epidídimos: quais são as suas funções?

Por Equipe Origen

Publicado em 04/04/2022

O aparelho reprodutor masculino é o sistema responsável pela produção das células reprodutivas (espermatozoides) e pela introdução dos gametas no corpo da mulher, a fim de promover a fecundação do óvulo e garantir a reprodução humana. Os epidídimos são órgãos desse sistema.

Também é no aparelho sexual, precisamente nos testículos, que ocorre a síntese de testosterona — principal hormônio masculino, fundamental para a produção de espermatozoides e para o desenvolvimento das características sexuais secundárias do homem, como voz grossa, pelos corporais e faciais, constituição muscular etc.

Externamente, o sistema reprodutor masculino é formado pelo pênis e pelo saco escrotal. Os órgãos internos são: testículos, epidídimos, canais deferentes, vesículas seminais, próstata, ducto ejaculatório e uretra, além das glândulas bulbouretrais.

Os testículos e epidídimos estão ligados e, juntos, são essenciais para o processo de desenvolvimento e maturação dos espermatozoides. Da mesma forma, todos os demais órgãos do aparelho sexual têm papel importante na fertilidade do homem.

Confira, neste post, qual é a função dos epidídimos, quais doenças podem afetar esses órgãos e como a reprodução assistida atua nos casos de infertilidade masculina!

O que são os epidídimos e qual é sua função?

Os epidídimos são tubos enovelados, localizados na margem posterior dos testículos. Sua função é armazenar os espermatozoides enquanto eles amadurecem e desenvolvem motilidade.

De um lado, os epidídimos estão ligados aos testículos, do outro, eles continuam com os ductos deferentes. Esses canais passam ao redor da bexiga urinária e se conectam às vesículas seminais, onde é produzida a maior parte do líquido que forma o sêmen.

Cada órgão do sistema reprodutor, portanto, tem sua função na fertilidade masculina — seja na produção, na maturação ou no transporte dos gametas, seja na formação do líquido seminal.

Primeiramente, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, dentro dos testículos, o que acontece a partir da ação dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) e da testosterona. Depois disso, os gametas amadurecem nos epidídimos e ali ficam armazenados.

No momento da ejaculação, os espermatozoides são transportados pelos canais deferentes e se juntam aos fluídos das vesículas seminais e da próstata. Então, o sêmen, já completamente constituído com as células reprodutivas, passa pelo ducto ejaculatório, na uretra, é expelido do corpo do homem e introduzido no sistema reprodutor da mulher.

Quais doenças podem afetar os epidídimos e causar infertilidade?

A função dos epidídimos pode ser prejudicada pela epididimite, inflamação de origem bacteriana na maioria dos casos. Na forma crônica, a doença nem sempre é sintomática, o que acarreta a falta de diagnóstico e tratamento adequados. Na forma aguda, os sintomas incluem dor e inchaço na bolsa escrotal.

Clamídia e gonorreia estão entre as principais infecções bacterianas que causam epididimite. A inflamação também pode decorrer de bactérias presentes no trato urinário como a E. coli. Há ainda outros problemas que afetam os epidídimos, como traumas locais, procedimentos cirúrgicos no trato urogenital, infecções virais, uso de determinados fármacos etc.

Quando a inflamação acomete os epidídimos e os testículos, o quadro é chamado de orquiepididimite e pode também afetar a produção de espermatozoides. Mesmo a epididimite isolada é suficiente para provocar infertilidade masculina, visto que prejudica o amadurecimento dos gametas, bem como seu transporte para os ductos deferentes.

Os processos inflamatórios ativam a formação de tecido cicatricial, resultando em barreiras que obstruem a passagem dos espermatozoides. Sendo assim, o líquido ejaculado não contém células reprodutivas, caracterizando a condição de azoospermia.

A azoospermia é classificada como obstrutiva quando não há alterações na produção dos espermatozoides, mas eles não conseguem se juntar ao líquido seminal devido a obstruções no trato reprodutivo. Existe também a azoospermia não obstrutiva, que consiste na ausência de gametas no sêmen porque eles não são produzidos em quantidade suficiente.

Infertilidade masculina e reprodução assistida: quais técnicas são indicadas?

A reprodução assistida apresenta técnicas especificamente voltadas para os casos de infertilidade masculina. Diante da confirmação de azoospermia no exame de espermograma, a fertilização in vitro (FIV) é indicada.

Na azoospermia, como os espermatozoides não são encontrados no sêmen, é possível fazer a coleta com procedimentos de recuperação espermática. PESA e MESA são métodos que permitem retirar as células sexuais diretamente dos epidídimos, enquanto TESE e Micro-TESE são realizadas para colher os gametas nos túbulos seminíferos, nos testículos.

O material coletado passa ainda por preparo seminal e a fertilização é feita com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Dessa forma, como temos uma quantidade menor de gametas, cada um deles é individualmente analisado e injetado dentro de um óvulo com a ajuda de um micromanipulador.

Vemos, então, que os epidídimos, assim como os demais órgãos do sistema reprodutor, são fundamentais para a fertilidade masculina, considerando sua função na reprodução natural. Entretanto, com as técnicas da reprodução assistida, é possível colher os espermatozoides nos testículos e epidídimos, aumentando as chances de fecundação e gravidez. Vale lembrar que isso é possível somente na FIV.

Quer mais informações sobre infertilidade masculina? Leia nosso texto principal que explica quais são as causas principais e os fatores de risco.