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Muco cervical: qual a função na fertilidade?

Por Equipe Origen

Publicado em 26/01/2021

Embora possa ser confundido muitas vezes com um tipo de corrimento, o muco cervical é uma secreção natural do organismo feminino e desempenha um papel fundamental no processo de concepção, ao mesmo tempo que funciona como um importante fator preditivo do período mais fértil da mulher.

Familiarizar-se com o muco cervical, portanto, pode indicar o período mais fértil para intensificar a relação sexual quando há a intenção de engravidar, ou mesmo para evitar a gravidez.

Por outro lado, identificar possíveis alterações nesta secreção contribui para o diagnóstico de doenças femininas que tendem a causar esse efeito, resultando em dificuldades de reprodução.

Continue a leitura até o final para entender melhor o que é o muco cervical, qual a sua função na fertilidade, o que acontece com ele ao longo do ciclo menstrual e como ele pode causar a redução da fertilidade.

O que é o muco cervical e qual sua função na fertilidade?

O muco cervical é um fluido secretado pelas glândulas no colo do útero (a parte inferior do útero que se abre para dentro da vagina), cuja produção é estimulada pelo hormônio estrogênio.

Tem como principal função na fertilidade facilitar o transporte dos espermatozoides e nutri-los durante a jornada pelo trato reprodutivo feminino para encontrar o óvulo.

Durante o ciclo menstrual, a quantidade e a qualidade do muco produzido sofrem variações. Ao observar essas mudanças, é possível prever os dias mais férteis do ciclo menstrual.

À medida que a ovulação se aproxima, por exemplo, os níveis de estrogênio começam a aumentar, o que faz com que o colo do útero secrete mais muco de ‘qualidade fértil’, que possui uma aparência semelhante à da clara do ovo, tornando-o conhecido como ‘muco cervical de clara de ovo’.

Ter muco cervical de clara de ovo suficiente durante o período fértil permite chances habituais de gravidez, ao mesmo tempo que a percepção dele possibilita a indicação dos dias mais férteis.

A melhor maneira de identificar alterações é coletar e observar uma amostra de muco diariamente. Para fazer isso, lave e seque bem as mãos e, em seguida, insira o dedo médio ou indicador na vagina, chegando o mais perto possível do colo do útero.

Observar a progressão da quantidade e qualidade do muco cervical ao longo do seu ciclo menstrual, da mesma forma que possibilita identificar os dias de maior fertilidade, também aponta possíveis alterações.

Saiba o que acontece com o muco cervical durante o ciclo menstrual

  • Após o período menstrual: a produção de muco cervical é menor logo após a menstruação, por isso algumas mulheres relatam secura vaginal durante esse período. No entanto, nos dias posteriores, o muco já começa a aparecer: ele pode ser amarelado, turvo ou branco e é um pouco pegajoso ao toque;
  • Quando a data da ovulação aproxima: à medida que a menstruação aproxima o muco cervical aumenta em quantidade e adquire uma consistência semelhante à de um creme;
  • Na época da ovulação: nos dias imediatamente anteriores à ovulação, a produção atinge o pico: a consistência e a cor do muco se tornam, então, semelhantes às claras de ovo (ele é mais fino e elástico). Essa consistência facilita a passagem inicial dos espermatozoides em sua jornada até as tubas uterinas para que a fecundação aconteça;
  • Após a ovulação: após a ovulação, a quantidade e a filância de muco cervical começam a diminuir e ele apresenta uma consistência mais espessa.

Como o muco cervical pode afetar a fertilidade feminina?

Ao observar o muco cervical é possível perceber alterações como a baixa produção com qualidade fértil no período de ovulação ou muco mais espesso e pegajoso em vez de fino e elástico.

As duas situações podem interferir no processo reprodutivo impedindo a fecundação, uma vez que dificultam ou inibem o transporte dos espermatozoides com eficiência e segurança até as tubas uterinas para que a fusão com o óvulo possa ocorrer.

A produção insuficiente de muco cervical de qualidade fértil ou anormalidades na aparência, podem resultar de uma variedade de fatores, incluindo anovulação, o uso de alguns tipos de medicamentos e a inflamação do colo uterino (cervicite).

Além da função de transportar os espermatozoides, protegê-los e nutri-los, o muco cervical também evita a ascensão das bactérias normalmente presentes na vagina.

Assim, com essa defesa comprometida, os agentes causadores da cervicite tendem a invadir o útero e outros órgãos reprodutivos, provocando mais problemas na fertilidade, entre eles a formação de aderências: nos ovários, impedem a liberação do óvulo, nas tubas uterinas a captação dele ou transporte dos espermatozoides e, consequentemente, a fecundação.

Contudo, problemas com o muco cervical raramente prejudicam a fertilidade de maneira significativa, exceto em mulheres que têm cervicite crônica ou o colo do útero com diâmetro reduzido, quadro clínico denominado estenose cervical, normalmente consequente de tratamentos para displasia cervical (pré-câncer do colo do útero).

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